Décimo Nono Capítulo

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– Parentes da senhora Zulema Zahir! As visitas estão liberadas, é preciso saber quem vai e quem não vai, pois só entra um de cada vez - Uma senhora enfermeira considerada baixa entra no corredor de visitantes no hospital buscando o que queria.

– Eu vou! Afinal eu sou a irmã dela - Saray diz se levantando de onde estava sentada se aproximando mas é impedida pela enfermeira.

– Não senhora, você não pode.

– Como que eu não posso? - A cigana já estava preparada para enfrentar a enfermeira, que não se calou.

– São as ordens da Rainha. Ela quer ver somente a tal de Macarena.

Palavras que chegaram ao ouvido da pessoa que Zulema queria ver causou arrepios, isso significava que a árabe se lembrava dela.

- Há alguma Macarena por aqui? - A enfermeira pergunta à retirando de seus pensamentos.

– Eu senhora - Maca levanta a mão e também se levanta de onde estava sentada e se aproxima das duas mulheres.

– Bom, me acompanhe, ela quer vê-la.

Perdoname Saray - Macarena sussurra para a gitana ao começar a andar.

– Está tudo bem - Saray grita de volta enquanto Macarena seguia a enfermeira pelos corredores.

A cada passo que Macarena dava, parecia que seu coração iria explodir de tão nervosa que estava. Ver Zulema viva é uma coisa, mas ver Zulema acordada depois de tantos meses em coma, era como uma espécie de alívio e ansiedade tomando conta de seu corpo ao poder vê-la bem novamente.

Finalmente ela chegou com a enfermeira a frente do quarto que ela conhecia tão bem nos últimos meses - por conta de suas visitas incontáveis à Zulema - A enfermeira apenas a deixou na frente do mesmo, lhe dando um pequeno tapinha nas costas como se estivesse a incentivando a entrar.

Suspirou e assim o fez, segurou a porta da maçaneta fria - e Deus como estava fria - a abaixou silenciosamente e nem se escutou o ranger da porta naquele corredor frio e sem vida. Entrou percorrendo os olhos pelo quarto até ver a figura de cabelos pretos respirando tranquilamente, como se nada a atrapalhasse; Zulema estava de olhos fechados, Maca até pensou na possibilidade da enfermeira ter confundido o despertar de outro paciente com o de Zulema.

Se aproximou da cama e sentou na poltrona que havia do lado da cama da morena. Maca estendeu a mão hesitando até que finalmente encontrou seu destino, tocando na de Zulema e em seguida a apertou.

A árabe rapidamente abriu os olhos e se assustou com o toque repentino depois de tudo que ela passou, mas logo se tranquilizou quando viu quem era; Macarena, com seus olhos verdes transbordando em lágrimas direcionados a ela.

- Maca.. Mi Rubia - Zulema sussurra com um sorriso precioso nos lábios - Não sabe como é bom vê-la novamente.

Havia uma pequena lágrima no canto de seu olho. Ver Macarena em sua frente, era como... estar em casa novamente.

- Eu mudei muito? - Zulema pergunta tentando tirar um sorriso da loira, porém lágrimas são o que somente saem dos seus olhos - O que aconteceu Rubia? Não está feliz que eu voltei?

- Oh cale-se! - Macarena se levanta e envolve Zulema em um abraço caloroso e cuidadoso ao mesmo tempo, estava cheio de saudades se notava no ambiente, a árabe pôde sentir o cheiro do cabelo de Macarena novamente e como ela almejava isso.

- Antes de tudo... me conta o que aconteceu depois que eu... levei o tiro, o que aconteceu comigo? - Zulema diz após se separarem e Macarena retorna ao seu lugar com a palma da mão secando as lágrimas.

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