Vigésimo Capítulo

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Zulema chega e entra ao Palácio com a ajuda de Rosa, que segurava sua mão, a levando delicadamente até a sala de estar e a ajudando a sentar no sofá, enquanto Macarena e Saray ajudavam com as pequenas coisas da árabe que vieram do hospital para a sua recuperação. Quando as duas mulheres apareceram na sala, Rosa teve que deixá-las por um momento, o motivo foi um dos empregados que a chamou, pois sua avó Encarna estava solicitando vê-lá.

– Muito bem, já fiz o papel de motorista e já estou indo, se cuida e fica bem, puta - Saray diz e abraça Zulema, logo em seguida Macarena.

- Obrigada cigana por tudo - Zulema diz.

- Que nada, tudo para o bem da minha rainha e Majestade - Saray ironiza reverenciando Zulema.

Após a de cabelos pretos sair, Macarena se aproxima, senta no sofá ao lado de Zulema e a abraça enquanto apoia a cabeça em seu peito, e então a árabe retribui, pondo seus braços ao redor da sua cintura.

- Antes de tudo... preciso te contar a verdade. Eu já estive na cadeia e já matei m-muita... gente - Zulema diz com medo da reação de Macarena e então continua - Pessoas como eu não merecem uma segunda chance, especialmente quando você é responsável pela morte de sua própria filha.

- Com toda a honestidade, sim, talvez você seja um pouco culpada por isso, mas foi você quem a jogou para fora do helicóptero? - Macarena diz e Zulema a olha surpresa, seus olhos estavam a olhando como se perguntasse "Como você sabe?" - Saray me contou...

Zulema se sentiu derrotada, seu rímel desceu por todos os lados de sua bochecha.

- Ela disse que eu sempre não tive nada a perder? Fátima era a única coisa que eu tinha a perder, e ela se foi para sempre.

- Você não está sozinha nisso.... E não importa quantas vezes você tente me afastar, eu não acho que meu coração vai me permitir deixá-la sozinha.

Os olhos de Zulema mudam para uma cor mais escura à medida que ela se distancia de Macarena.

- Eu não preciso da sua pena! Além disso, tudo que eu toco morre...

- Bem, se for esse o caso, estou tão fodida quanto você! Ambas perdemos muito em nossas vidas e não consigo imaginar a dor que você sentiu por Fátima. Mas Zule, você é a pessoa mais forte que conheço, sem sombra de dúvida. É normal se sentir humano pela primeira vez, e sim, você está certa. Você não precisa da minha pena, mas mostrar tristeza é ser corajoso. Zulema, não reprima mais esse sentimento. Não fuja do que você está sentindo. As emoções são um sinal dos nossos desejos, e antes que sejam realizados, você nunca vai deixar de senti-los.

A loira não esboçava reação alguma enquanto falava calmamente, o que deixava Zulema ainda mais tensa.

– Ai Zulema - Macarena ri levemente o que assusta a árabe - A vida é como um teatro, nos moldamos de acordo com o papel que devemos empenhar.

– O que quer dizer com isso?

– Não devo ter a mesma quantidade de assassinatos como você mas eu... atirei e matei um homem, tenho como conclusão que ele era da SIGE.

– Que dia? O sequestro?

– Sim, enquanto você ia para o hospital, oito homens de preto apareceram e começaram a atirar, eu levei um tiro de raspão no braço-

Macarena mal terminou de falar e Zulema já estava examinando seu braço preocupada, alternando olhares procurando o machucado e entre ela mas isso foi há cinco meses atrás, mal mente aparecia uma pequena cicatriz.

– Mas não foi nada, um policial que veio me ajudar e ficou em uma situação pior que a minha, muito pior. Ele levou um tiro.

– Mas que policial é esse que não usa colete?

God Save The CrownOnde histórias criam vida. Descubra agora