Nono Capítulo

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- Err... Eu que te pergunto. O que você faz aqui? - Macarena pergunta mudando de assunto.

- Eu vi dar bom dia, tomar café e comer bolo com a minha tia e você?

"Ela veio tentar comer sua tia de madrugada Rosa" - Zulema pensa.

- Eu... É, eu vim acordá-la para irmos trabalhar... É, foi isso que eu vim fazer aqui, sua tia tem problemas para acordar e eu vi até aqui chamá -la.

- Mas minha tia acorda cedo todos os dias e eu sempre venho esse horário - Rosa diz cruzando os braços - E você está de... pijama ainda.

"Gol de Rosa, um a zero"

- Você também está de pijama - Macarena rebate.

"Gol de Macarena, um a um"

- Você dormiu aqui? Porque eu não te vi na noite passada? - Rosa perguntou.

"Empatou, resta eu para salvar o jogo"

- Sim, sua mãe dormiu aqui Rosa, ela teve um pesadelo, viu que você já dormia e só eu estava acordada, não lhe restava opções, eu era a única da casa para acalmá-la - Zulema sorri maliciosamente para Macarena, que arregala os olhos e balança a cabeça em negação, se recusando a acreditar no duplo sentido das palavras de Zulema.

- Err... Vamos tomar café, aqui tem bastante coisa - Macarena desvia o olhar de Zulema e se senta na cama, começando a comer.

Zulema ainda tinha a mão de Rosa junto com a dela e a puxou se abaixando e colocando uma mecha do cabelo da menina para trás, se inclinando no ouvido dela e sussurrando:

- Lembra do nosso primeiro segredo? - Rosa balança a cabeça concordando -  Preciso que guarde esse também, é um segredo só de nós três, ok? - Zulema levanta a palma da mão para Rosa tocar.

- Ok! - Rosa bate na palma de Zulema logo depois corre em busca do seu bolo de chocolate.

Macarena evitou ao máximo Zulema no café da manhã porque não conseguia olhá-la nos olhos, ao contrário da árabe, que gostava de provocar a loira sempre a olhando nos olhos enquanto tomava seu café.

Ouviram uma batida na porta e Zulema mandou entrar: Era Román e se assustou quando encontrou as duas Ferreiro com Zulema, rapidamente se recompôs e entrou no personagem, indo na direção de Zulema e dando apenas um selinho rápido nela. Macarena apenas virou o rosto se sentindo culpada por trair o irmão dessa maneira, mas Zulema ainda não havia confirmado nada a respeito sobre o que se passou ontem à noite.

– O que você está fazendo aqui? - Zulema pergunta surpresa, ela não esperava vê-lo novamente em sua casa.

- Passei aqui para avisar que estamos mandando alguns dos nossos carros para a oficina, para checar se não há algum problema, a vida na família real é muito importante - As mulheres concordam com a nova informação ouvida - Você vai com a Zulema para o trabalho, né? - Román pergunta a Macarena.

- Não! - Macarena diz de imediato e disfarça se recompondo - Quer dizer, não... Primeiro deixamos Rosa na escola e depois vamos.

Zulema apenas lança um olhar confuso para Macarena mas logo concorda.

– Sim, faremos isso - Disse a morena.

O caminho até a escola era longo, longo o suficiente para permanecer um silêncio duplo no carro. Rosa desanimada por conta da escola, Macarena por não saber como reagir após a noite com Zulema e a árabe cantarolando alegremente enquanto sentia o vento entrando pela janela até seus cabelos.

Logo, chegou a escola de Rosa, que se despediu com um beijo terno na bochecha das duas mulheres. Logo a mais nova abriu a porta do carro e entrou no colégio sob o olhar das mais velhas.

- Você foi maravilhosa ontem, estava muito gostosa - Zulema diz para Macarena e dá uma piscadela após sair da entrada do colégio no carro.

A verdade é que ela estava se referindo a pizza de ontem, mas ela estava adorando brincar com frases de duplo sentido para mexer com a loira, que apenas corou com o comentário, quase se enfiou no banco de tanta vergonha, e chegou a conclusão que não queria: Ela havia transado com Zulema.

[...]

Zulema e Macarena passaram o dia calculando e analisando todos os custos para a reforma, desde tijolos até tintas para as paredes. O custo foi alto, mas nada que a monarquia não tenha, afinal, os impostos cobrados devem servir para alguma coisa.

A parte arquitetada seria montada pela empresa onde Saray trabalhava, que consequentemente, por haver cuidado de verificar o Palácio primeiro do que os outros, iria fazer parte da equipe de profissionais.

- Vou para casa - Macarena diz após verificar o relógio em seu pulso, já estava tarde e fizeram o suficiente por hoje, apesar de que extrapolaram um pouco do horário.

Foi a única palavra que Macarena trocou com Zulema o dia todo desde o carro. Já que as perguntas da morena destinadas a loira, eram respondidas apenas em sussurros como "Uhum" e balançando a cabeça para sim ou não.

Ela se levantou e pegou sua bolsa, que estava apoiada na cadeira e foi para a porta. Porém Zulema agiu mais rápido e se levantou também se colocando na frente de Macarena.

– Onde pensa que você vai Rubia? - Zulema estava com a palma da mão segurando a porta, impedindo Macarena de abrir a mesma e fugir.

– Z-zulema, me deixa ir e-embora - Macarena estava nervosa pela proximidade de Zulema. Ela avançou para abrir a porta e novamente sem sucesso.

Dime qué te pasa? Cual es tu puto problema? - Zulema pergunta buscando o olhar da Rubia, que estava tentando desviar de todas as maneiras, mas seus olhos foram rapidamente atraídos como um ímã após a pergunta da morena.

Tu!, tu eres mi puto problema - Macarena confessou uma parte da verdade, mas também estava se referindo a outra coisa - A noite passada foi uma tonteria, não pode se repetir.

- Rubia, nós não fizemos sexo se é o que você pensa, embora você quisesse muito e se atirou pra cima de mim, mas você estava bêbada e acabou dormindo.

– Zulema eu... - Macarena tenta falar mas Zulema a interrompe.

– Não sou seu príncipe encantado para te dar um beijo e você acordar - Zulema deu uma leve risada para tentar descontrair o clima que havia no local, afinal Macarena estava com um olhar de que a qualquer momento poderia matar alguém, e esse alguém era: Zulema Zahir

– Então apenas dormimos juntas, essa é a verdade. E afinal, o sexo entre mulheres é superestimado - Zulema finaliza e Macarena suspira um pouco mais aliviada, como se estivesse tirando um peso das costas, apesar do estresse.

– Como eu te odeio - Macarena finalmente diz alguma coisa olhando firmemente nos olhos de Zulema.

– Há algum problema nisso? - Zulema pergunta se referindo à noite passada.

– Não, nós apenas compartilhamos a mesma cama.

– Isso Bela Adormecida - Zulema concorda.

- Você vem comigo para casa?

- Não, pode ir, eu pego um táxi - Zulema diz estendendo a chave do carro para Macarena que também não insistiu, pegou e fechou a porta, mas logo retornou abrindo a porta novamente e vendo Zulema sentada na cadeira.

– É realmente Zulema - Macarena vê Zulema que já estava de volta ao seu lugar.

– O que? - Zulema diz sem desviar os olhos dos papéis a sua frente.

– Que você está mais para Malévola do que príncipe encantado - Afirmou e fechou a porta da sala, seguindo para o carro.

– Mas a Malévola é boa - Zulema gritou em vão pois Macarena já havia fechado a porta – E eu não sou boa - Apenas sussurrou para si mesma sozinha no escritório, voltando a analisar os papéis.

God Save The CrownOnde histórias criam vida. Descubra agora