Hisashi

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( este capítulo pode conter gatilhos relacionados á violência doméstica, abuso. O cap é focado nisso, não se sinta precionade a ler se não se sentir bem, tudo bem se quiser passar. )

Um silêncio se fez na sala, ninguém ousava dizer nada, o ar estava tão pesado quanto sete bigornas, estavam surpresos, alguns com nojo, medo, entre os diversos estados emocionais. Izuku sentia sua cabeça rodar, o garoto queria chorar alí mesmo, estava desesperado por um apoio, o medo transbordava em sua pele, sentia nojo por ter que dividir o mesmo DNA, sobrenome e a merda daquelas sardas igual o homem, sentia desespero por saber que seu progenitor estava tão perto de sí fazia sua visão embaçar e querer vomitar.

- E-eu tenho como ajudar em alguma coisa? Para estarem aqui é por que eu preciso dizer algo sobre ele a vocês correto? - O esverdeado perguntou, a cabeça estava baixa, evitando olhar e ver se estavam o julgando.

- Eu preciso que saiam, apenas ficará aqui eu, Midoriya, a professora e os oficias. - Aizawa ordenou vendo a movimentação dos jovens para fora da sala.

- Eu vou ficar, eu conheço o Izuku desde pequenos, eu sei a história do começo ao fim, de trás para frente, me deixe dar apoio para ele. - Katsuki pediu ao mais velho.

- Eu também posso ficar? - Yuishi perguntou.

- Vocês dois podem ficar, não interrompam ele ou os oficiais, fiquem quietos e apenas deem suporte a Midoriya. - O moreno disse.

- Eu não vou conseguir te ver chorar ou te dar algum suporte desculpa Izu, mas saiba que estarei alí fora depois se quiser conversar. - Yuui saiu da sala, queria poder fazer mais pelo amigo mas não conseguiria escutar algo sobre violência ou estupro, talvez fosse um pouco fraca para isso.

- Eu digo o mesmo Mid, me desculpa. Estarei lá fora com ê Yuui se precisar de algo. - Disse em um tom baixo para o mais "velho".

- Eu entendo, está tudo bem. - Sua voz saiu baixa e embriagada pelo choro que segurava para não sair.

- Estejam cientes oficiais, Midoriya contará o que conseguir, isso poderá ser doloroso a ele, não forcem ele a dizer algo ou eu os tirarei daqui á força. - Aizawa informou a eles que acentiram.

- Midoriya, eu quero lhe informar que não está sozinho não precisa carregar o mundo nas suas costas. Eu sou um pro hero sabe disso, entrarei no caso do seu pai e ajudarei o máximo possível, não sei o que aconteceu ou sobre seu passado, mas estarei ao seu lado e ajudarei a prender aquele desgraçado. - O moreno segurou a mão do esverdeado enquanto dizia, logo saindo de perto e indo para o lado da senhorita Yumi, os garotos sentados ao lado de Izuku no sofá seguraram a mão do mais novo e os oficiais sentaram nas poltronas e iniciaram as as perguntas.

- Ele tinha muitas tendências violentas com você e com sua mãe? Era por conta de bebida, drogas? - Perguntou Sashi, a policial de casos especiais.

- Ele sempre foi um homem violento, com ou sem bebidas, pelo o que eu saiba nunca usou drogas. - A voz soava baixa, como ele odiava lembrar daquele desgraçado.

- Pode me contar algumas dessas vezes em que ele partiu para a agressão. - Anotava pelo papel as respostas do garoto.

- Ele não gostava de muito barulho, a casa era bem silenciosa por conta disso. Eu lembro de quando eu aumentei o tom de voz para ele, e-ele bateu minha cabeça na parede e gritou comigo, eu não estava o respeitando devidamente e merecia uma lição, foi o que ele disse. Isso foi só uma das diversas vezes que ele me bateu, ou tocou na minha mãe. Preciso falar de mais algum? - Quando finalmente levantou o olhar aos oficiais as belas orbes verdes transmitiam o a tristeza em dizer isso, o medo em sua voz era tão visível que os meninos ao  lado dele apertaram um pouco mais a mão do garoto tentando dar o máximo de apoio.

- Ele tinha uma demonstração de sentimento muito forte que gerava a raiva? - Perguntou o oficial Stuard.

- Ciúmes, se bem que esses dois sentimentos andam juntos. - disse e fez contato visual com Yuishi, se sentia podre para ter que contar isso. - Ele dizia que sentia muito ciúmes de mim e da minha mãe.

- Ele alguma vez colocou a situação do porquê estava alterado por ciúmes?- Perguntou Stuard.

- Ele não gostava que minha mãe saísse com roupas abertas, ela não comprava suas próprias roupas, ele escolhia tudo, ele dizia " Você é minha, ninguém pode te olhar, seja uma mulher de família vadia" - Sua voz saiu esitante, lutava para não gaguejar. - Ele odiava quando minha mãe saía comigo sozinha, ou demonstrava o mínimo de independência, ela tinha que apenas cozinhar e lavar a louça, isso gerava bastante discussão entre os dois, e sempre acabava do mesmo jeito. Ela roxa, chorando e sempre repetindo, me desculpe ou eu sei que foi culpa minha.

- E você? O porquê do ciúmes? - Agora entendi o motivo de estar aqui Sashi.

- Eu era d-dele também, era mais um fantoche nas mãos dele, eu não tinha forças para lutar contra! Eu podia ser facilmente tocado pelas mãos imundas dele! - Seu Tom de voz aumentou, os olhos não aguentavam mais segurar as lágrimas. - M-minha mãe nunca deixou acontecer o pior, mas eu me sinto sujo até hoje por ter sido tocado de maneira tão imunda, e-eu não queria, eu juro que não queria! Me desculpa eu não consigo dizer sobre isso, me pergunte qualquer coisa menos isso por favor! - O garoto implorou, chorava desesperadamente, Yuishi e Bakugou apenas abraçaram o esverdeado que se engasgava com as próprias lágrimas, o loiro olhou mortalmente aos policiais presentes.

- Acho que conseguiram tirar bastante informações de Midoriya, caso precisem de mais alguma coisa vocês tem o número deles ligado ao banco de dados da polícia, sabe muito bem o que aconteceu no passado, afinal eles fizeram denuncia sobre. - Disse rispidamente, entregando-lhes o número do moreno. - Tem o meu número, me liguem se precisarem de algo.

- Agora peço gentilmente para que saiam, Midoriya não dirá mais nada a vocês, ele está abalado não conseguirá falar algo corretamente. - Disse e Yumi levou os oficiais até a porta.

Midoriya ainda chorava descontroladamente, seus soluços em meio as lágrimas, o garoto estava se sentindo nojento em contar isso, engasgava com a água que saía descontroladamente de seus olhos, ele queria sumir dalí, não conseguia olhar para os garotos ao lado dele, aos professores, o esverdeado soltou a mão dos garotos e se descontrolou, arranhando seus braços e tampando seus ouvidos com muita força.

- Me desculpa! Me desculpa! Eu juro que não foi culpa minha, eu não queria. - Disse em meio aos soluços, ele tentava de todos os modos explicar que não era sua culpa.

- Meu bem a culpa não é sua! É totalmente daquele desgraçado, por favor olhe para mim. - Yuishi chamou a atenção do esverdeado que o olhou tão quebrado, o de olhos negros só queria acalmar e tentar ajudá-lo. - Nunca foi, e nunca será sua culpa, eu não sei como se sente, ou como tem pensado em relação a isso, faz tempo que tem carregado tudo isso sozinho não é? Pois saiba agora que você tem a mim, o Katsuki, ê Yuui, o Tasumi, sua mãe entre outras pessoas, não tente ser forte o tempo todo, por favor deixe-nos te ajudar. - recebeu um sorriso em troca das palavras, e um abraço em seguida.

Após acalmarem o garoto, conversaram mais um pouco, Katsuki e Midoriya conversaram em relação ao que aconteceu na sala, afinal o esverdeado nunca tinha dito destes abusos que Hisashi cometeu, Katsuki nunca abraçou alguém tão forte quanto abraçou o de olhos jade naquela noite.

Midoriya pediu desculpas por ter estragado a festa, e os demais pediram para não se preocupar e que a culpa não era dele. Acabaram por ir embora naquela noite mesmo. Uma festa que tinha tudo para terminar apenas em adolescentes bêbados, terminou em uma noite de festa terminada no meio pela polícia por um assassinato a quadras dalí.

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( Eu lhe dedico

Dedico as melhores palavras,
Aquelas que transbordam sentimentos,
Aquelas que as pessoas se identificam,
Aquelas que transformam linhas em pura dor,
Ou sentimentos bons.
Te dedico as palavras confusas. )

A Música Me Chamou Desta VezOnde histórias criam vida. Descubra agora