Pietra Mancini
Já faz alguns minutos que estamos no carro, e nenhum sinal do Audi, que nos seguia.
-Você acha seguro sair? - murmura James enquanto encara a escuridão do lado de fora do carro.
-Seguro? - resmungo olhando para o teto do carro e respirando todo ar que meus pulmões conseguem suportar e o soltando de uma vez. - Acho que sim, se levar em consideração o carro todo perfurado, uma mulher com o braço fodido, um homem com a camisa rasgada e cheia de sangue, o porte ilegal de uma arma de pequeno porte e a minha falsificação de óbito, a oportunidade perfeita para passar o resto da vida na cadeia.
-Pietra! - repreende James.
-Okay, então não é a polícia que te incomoda, e sim o carro que nós seguiu a pouco tempo. Tenho algumas teorias sobre isso também, mas nenhuma delas envolve nós dois vivos. - Aviso com um sorriso falso no rosto.
-Você é tão pessimista!
-É a realidade! Acredito que não temos escolha ou temos? - comento fechando os olhos.
Sinto a mão de James tocar a minha, um arrepio percorre todo o meu corpo. Olho para o mesmo que agora está me sondando.
-Como está o braço? - perguntou enquanto acariciava a minha mão.
-Melhor… - puxo a minha mão e abro a porta do carro, desajeitadamente. Saio do carro e sinto uma pontada no meu braço, o que não é grande coisa, mas mesmo assim dói.
James sai do carro e vem em minha direção. Ele não fala nada, apenas me encara. E como eu odeio isso!
-Vamos! - anúncio, andando para fora do beco.
-Por que você faz isso? - desabafa, contraindo a mandíbula e se mantendo parado.
Porque eu não sei o que está acontecendo comigo, e isso é apavorante!
-James… - repreendo, enquanto volto alguns passos para ficar na sua frente. - Isso não é hora de drama. - Adverti.
-É, você tem razão. Como roubar a porra de um carro e depois quase morrer em uma perseguição maluca, não fosse drama o suficiente. - retrucou, cruzando os braços.
Golpe baixo!
Olho incrédula para a sua mudança de comportamento grotesca. E eu sei que ele não está bravo pelo carro ou pela perseguição, e sim pelo o que veio a seguir.
-Isso é sério?! Você vai jogar isso na minha cara agora? - o tom de decepção na minha voz é perceptível. - Agora que toda essa merda aconteceu? Depois de eu dar a você a chance de pular fora! E você - falo apontando o dedo no seu peito. - VOCÊ, me falou que não queria se afastar, eu não apontei uma arma na sua cabeça te forçando a ficar, foi escolha sua. Você quer bancar o coitadinho na história? Perfeito! Por que adivinha… eu não ligo! Agora para de ser um puta cínico e vamos sair daqui.
-Você sabe que não estou falando disso! - Enuncia, se aproximando de mim.
Essa merda é demais pra mim. Me viro e saio do beco deixando James para trás.
-Isso! Foge! É só isso que você sabe fazer - grita James. - Você é uma covarde! Uma covarde que tem medo dos próprios sentimentos.
Com a respiração descontrolada e sentindo a raiva tomar conta de mim, de modo súbito e inesperado me viro, pisando firme no chão vou até ele.
-NÃO! Não começa com essa merda de sentimentos, porque isso - aponto para mim e depois para ele. - isso não foi nada! Nós nos conhecemos há um mês, um mês,Cazzo! Não rola sentimento, não da minha parte pelo menos. Então, para! Para de tentar criar algo que não tem futuro!
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The Little Scorpion (Escorpiana - Máfia)
RomantikDepois de perder seus pais, Pietra, tenta recomeçar a sua vida longe da Itália, fazendo novas amizades, um novo trabalho e talvez um novo amor, "esquecendo" a sua vingança por um tempo. Mas o passado nunca fica para trás, ele vai voltar para um acer...