Capítulo 35

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O RETORNAR AO PRESENTE, FOI COMO DESPERTAR de um pesadelo apenas para descobrir que eu realmente estava em um pesadelo.

Me encontro ainda acorrentada, porém sozinha na sala. Gritei, desesperada, sacudindo o meu corpo machucado e dolorido, acorrentado na cruz de ferro.

Escuto os gritos do Dante. Sentindo meu coração pesar esmagando meu coração, mas eu sabia do perigo que era manter eles por perto, e mais uma vez eu acabei colocando pessoas em risco.

Os gritos foram como uma alavanca em meu corpo, em uma mistura de rendimentos, que alternavam entre preocupação, medo e raiva.

Então, eu gritei, tentando chamar a atenção de alguém, sem saber se surtiria efeito. Gritei até sentir minha garganta doer. Gritei o nome de Dante...xinguei todos os palavrões que conhecia. Me debati nas correntes até sentir meu pulso arder e sentir o sangue escorrer.

Eu não posso perder a razão, ele vai continuar a torturar o Dante se eu continuar a gritar.

Meus músculos estavam dormentes com toda a força que usei para me livrar das correntes.

E não tive muito tempo para reorganizar os pensamentos.

A porta da sala foi aberta com brutalidade e passos vigorosos, vieram em minha direção.

-Caralho, seu amiguinho não é fácil, hein? ' Mattia vociferou, chegando perto. - Ele não para quieto um minuto.

Notei que uma das algemas que me prendia junto a uma corrente estava frouxa, e o sangue estava ajudando a minha mão deslizar por ela.

Fiquei o mais imóvel que pude para que ele não percebesse.

-Acalme- se. Logo, logo tudo isso acaba. - ele disse, argante, assim que parou diante de mim, e abriu um sorriso maldoso.

Eu tinha que criar uma distração, enquanto esperava os idiotas do Matteo e DeLucca chegar e me certificar que conseguiria me soltar.

-E o que preparou para mim? - perguntei olhando em volta procurando algo que possa me ajudar a me soltar. - Só não demora muito porque tenho coisas para fazer.

Não posso demonstrar fraqueza. Eu preciso ser o mais forte possível.

-Ah, sim, imagino que tenha. - Mattia riu. - Não que isso vá fazer diferença, mas... eu vou matar a saudade que eu estou do seu corpo, cinco anos é muito tempo. Então, como você não vai a lugar nenhum...

Perfeito! Pensa, Pietra!

Olho para uma mesa perto da porta e vejo um alicate de bico fino. Vai ter que servir!

Minha mão estava escorregando para fora da algema, seguro no ferro me mantendo no mesmo lugar.

Quando Mattia chegou mais perto, eu falo, encarando-o.

-Prefiro ter um dente arrancado, do que as suas mãos no meu corpo novamente.

Minha resposta surtiu efeito, já que ele se virou e foi até a mesa

-Como preferir. - Ele pegou o alicate e voltou para a posição inicial. - Vamos brincar de médico, seja uma boa menina e abra a boca.- A raiva que eu sentia só aumentava. - Acho que vai gostar de saber que seu amiguinho está entre a vida e a morte. - Mattia brinca com o alicate nas mãos.

-Você está blefando...- desafiei, tentando transparecer confiança, porém completamente dominada pelo medo.

Imaginar Dante agonizando em uma poça de sangue é o meu ápice.

Ele se aproxima ainda mais de mim. E sorri com ar de superioridade.

-Você sabe que eu não sou de blefar... E eu não vou esperar você morrer para matar aquele idiota. - Mattia segura o meu rosto com força, e me força a abrir a boca posicionando o alicate no meu dente da frente.

The Little Scorpion (Escorpiana - Máfia)Onde histórias criam vida. Descubra agora