Capítulo 42|O fim de uma história

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Não revisado!

Pietra Mancini

Foi o segredo mais sem noção e patético que já foi guardado na história. Ninguém sabia quando e... Talvez soubessem o como. Tudo isso poderia ter sido mais fácil, sem brigas ou ameaças, ou desentendimentos fúteis.

Mas aconteceu.

No raiar do dia o sol iluminava a Itália, minha amada Itália. Sobre uma bela paisagem de tira o folego de qualquer um. A água cristalina, barcos ancorados indo e vindo com as ondas ali presentes, crianças brincando e pessoas, apenas vivendo -Senti tanta falta de tudo isso - Tudo tem um lado bom, mas nem tudo é perfeito.

-Eu já falei, e acho que não fui clara o suficiente. Mas, posso dar um jeito nisso. Faca. Sabe, quando perdemos um dos nossos sentidos os outros se aprimoram, ficam...mais aguçados. Porém, tem um que faz com que todos os outros sentidos se façam, como posso explicar? Ah, sim! Que faz com que os outros fiquem a flor da pele, te faz sentir tudo com mais intensidade...

-Por favor. Eu não vou fazer mais, eu...

-Não vai?

-Não, não vou! Eu juro pela minha vida!

-Pela. Sua. Vida? - Os negócios não são mais os de antigamente, onde ficou o orgulho e o zelo polo respeito? - patético - Você acha que a sua vida vale de algo para mim?

-Eu não queria fazer mal a ninguém. Por favor, me deixe ir.

-Ah, não! Pare de chorar e me deixe terminar a minha explicação. Ela é bem interessante e pode ser de grande utilidade para você. Okay? - Essa é a parte chata de tudo - Obrigada! Voltando, na verdade você tirou a emoção de tudo. Resumindo, eu vou arrancar os seus olhos, quer dizer que você vai poder explorar os seus outros sentidos. Isso não é legal?

-Não...

-Olha, agora você vai poder aprimorar a sua audição. E quando eu falar que não é para vender entorpecentes para crianças, VOCÊ FAZ OQUE EU MANDO, CAZZO! Isso não devia nem ser um assunto tão importante, de tão ridículo de tão óbvio que é! Mas, não se preocupe não sou eu que vou fazer isso, você não merece tanta atenção, por isso vou te deixar com o DeLucca. Ele vai cuidar muito bem de você, acredite em mim. DeLucca, ele é todo seu, aproveite!

-Pode deixar! Ei, amigão que tal brincarmos de pirata?

-Vamos descendo, rapazes. - falo descendo as escadarias para a saída do farol.

Vou confessar os primeiros anos foram barra para mim, e junto deles surpresas. Os anos passaram lentamente, nessas condições, parecia impossível continuar, até que eu me acostumei. Afinal, eu nunca devia ter saido daqui, e por mais que pareça egoísmo e hipocrisia da minha parte, eu aprendi a gostar.

A única saída daquela bagunça, era prosseguir, ainda que a trajetória fosse turbulenta. Ou eu manipulava ou era manipulada, era um jogo e eu estava cansada. Eu estava exausta! Tudo oque eu fiz, tudo oque eu consegui os anos que perdi em uma vingança idiota, e tudo oque eu perdi com tudo isso, sem chance de reação.

Então eu fui embora... A história se repetindo. Eu voltei a ser o que eu era perdendo toda esperança na pessoa que eu tive a chance de me tornar. Agora eu lhes apresento um novo eu, de quatro anos depois, Pietra Mancina, capo da famiglia e uma grande filha da puta!

-Senhora. Ele chegou, e estará esperando a senhora no jantar de hoje.

-Okay. Agora, só me deixe sozinha. Por favor. - falo sem me atrever a tirar os olhos no mar.

-Sim, senhora!

Eu não estou pronta, são tantas coisas para fazer para falar. Eu sinto que eu vou explodir eu preciso conversar. Me sento em uma pedra e tiro os meus sapatos e molho meus pés na água salgada e incrivelmente refrescante.

The Little Scorpion (Escorpiana - Máfia)Onde histórias criam vida. Descubra agora