Capítulo 1 |Recomeço

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                                                                                     Pietra Mancini

Pietra Mancini

"Aposto que vai adorar!"

Acordo com um sobressalto, cheia de horror, não por um pesadelo comum, ao estilo sexta - feira 13, mas como o passado que volta para te atormentar. Olho para o relógio e eram cinco da manhã. Já tinha virado um hábito, as noites mal dormidas, os pesadelos que estão se tornando mais frequentes, pode ser ansiedade ou medo, não sei.

Meus músculos me impedem de me levantar, e a cama é tão convidativa com a sua maciez e todo o seu conforto. Cedo a minha fraqueza matinal. Fito a escuridão do interior do meu quarto, preocupando-se com tudo, desde "Hoje é o meu primeiro dia nas empresas Life Dream" a "Será que vou conseguir?".

É tão diferente do que estou acostumada, mas nada que não possa lidar.

O problema dos recomeços é o pontapé inicial, é se arriscar a perder tudo o que já está familiarizado para uma coisa totalmente nova. Mas não é tão ruim assim.

Então porquê eu me sinto como se estivesse no inferno em um looping de pensamento e memórias ruins?

Sentei - me na cama, na escuridão que já perdia a sua densidade com os primeiros raios de sol que estão limitados a pequenas flechas de luz, tentando atravessar as nuvens cinzas de um dia nada atraente. Olho para o relógio que marcava cinco e quarenta. Cinco e quarenta? E já tive a minha primeira dose de auto piedade, minha vida é uma dádiva.

Meu estômago está se revirando, de nojo. Parte disso é por culpa desse pesadelo que insiste em sondar a minha mente. Olhando para tudo que vivi nesses últimos anos , não dá para acreditar que tudo aquilo aconteceu comigo. Às vezes eu penso que deveria ter ficado na Itália, que vir para New York foi um erro, que foi um momento de loucura e isso evitaria noites de insônia e preocupação. Mas nada é tão fácil.

Como é que fui acabar aqui?

Me levantei arrastando meu corpo entre a bagunça do meu quarto. Não me leve a mal, mas a organização não é o meu forte. Não quando estou desesperada para conseguir roupas sociais e sapatos desconfortáveis.

Saio do quarto, minha bolha de depressão, e vou para a cozinha. A única fonte de luz iluminando o ambiente é a do poste na frente do apartamento, brilhando através dos vidros da janela da sala.

Quando finalmente entro na cozinha, levo um susto ao ver Jade em pé atrás da bancada da cozinha, com a sua matinal xícara de café fumegante.

Nos conhecemos no meu primeiro mês na cidade, claro que foi em uma balada, coisa de jovem. E um tempo depois descobrimos que frequentaríamos o mesmo campus da faculdade, cursando áreas diferentes. Ela iria cursar administração e eu arquitetura e urbanismo, mas ela trancou a faculdade no primeiro dia de aula, alegando que, nas palavras dela "Essa merda é muito complicada, vou virar policial isso sim. Essa droga de ficar em escritórios chiques e servindo apenas para aumentar o ego dos meus superiores é tedioso. O meu lugar é nas ruas prendendo mafiosos e gângster gostosos." É, ela pode ser bem excêntrica às vezes.

A Jade é uma figura de pessoa. Animada, até demais, sempre tentando fazer alguém rir. Mesmo quando o seu dia foi um lixo, ela sempre faz piadas e comentários idiotas. Apesar das suas características marcantes Jade, é uma pessoa incrível e muito linda. Com seus cabelos castanhos, seus olhos puxados e a filha da mãe tinha olhos lindos na cor de avelãs. Ela tem uma aparência angelical. Mas de anjo não tem nada.

-Bom dia, Pipi. - diz ela com um sorriso de megera no rosto.

A criatividade exagerada que ela tem para criar apelidos tão ruins e cafonas é impressionante.

The Little Scorpion (Escorpiana - Máfia)Onde histórias criam vida. Descubra agora