capítulo 48

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Mery: Mas pai, vai o senhor por favor! - imploro pela milésima vez.

Odeio quando tenho que sair por que preciso, só gosto de sair quando tenho vontade, e saiba, é muito pouco.

Pai: Merydith, o chip é seu, o celular é seu, então quem tem que ir comprar um novo é você! - aponta para mim.

Mery: Pai... Olha para mim. - arqueou uma sobrancelha. - Uma criança ainda... indefesa, e pior!

Pai: O que? - mostrou desdém.

Mery: Eu não tenho um carro.

Pai: Tudo bem. - dou um sorriso. - Se quiser ficar sem mexer no celular, fica a vontade. - meu sorriso desmanchou. - Mery minha filha, o mercado é aqui do lado.

Mery: Papai, senhor Bernado, olhe para mim. EU IMPLORO! - suspirou.

Pai: Por que eu tenho que ir? - perguntou passando a mão em seu rosto. - Olha só minha filha, vê se entende uma coisa. - cruzo os braços. - Você quem vazou essa porcaria de número, na porra do Instagram. Então se você não quiser ir, pode continuar recebendo a desgraça daquelas mensagens. - se virou para trás alisando a barba. - Obrigada! - ele sai e fecha a porta de seu escritório.

Mery: EU NÃO QUERIA UM CHIP NOVO MESMO!  - grito para ele ouvir. - Nem responder Whatsapp eu respondo, para que nhe nhe nhe de chip novo? - pergunto para mim mesma. - É isso que a gente ganha, por ser uma boa filha. - olhei para a bonequinha que ficava no canto da escada. - Notas boas, faço ginástica, sou educada, e ninguém me valoriza nessa casa.  Não é mesmo Galeguinha? - esse é o nome dela agora. Pronto.

Pai: MERY, SE QUISER A PORRA DO CHIP, COMPRA VOCÊ! - me assunto quando ouço sua voz abafada.- Se não, pare de falar sozinha, sua louca. - dou de ombros mostrando a língua como uma criança mimada, ele não estava vendo mesmo.

Mery: Viu só Galeguinha, ele não me ama mais. - continuo a falar com o bonequinho de barro a minha frente. - Sou tão esforçada nessa vida, tento sempre ser o orgulho dessa família, e olha só, ganho ódio e xingamentos em troca. - me sentei a pegando na mão. - Você é a única que me ama nessa casa, sabia? - a olho e a mesma continua parada. - BOM, JÁ ENTENDI. NINGUÉM ME AMA NESSA DESGRAÇA.

Pai: MERYDITH KAROLYNE!

Mery: Opa acho que me empolguei um pouco. - ri depois de recompor do susto e olho para a bonequinha de novo. - Sua falsa, estou de olho em você, hein! E se contar para alguém dessa nossa conversa, eu juro que eu te mato, eu juro! - ri maléfica. - Ou melhor, te quebro. 

Vou em direção ao meu quarto, mas paro assim que ouço uma risada alta de minha tia.

Não é possível... Será?

Será que ela me ouviu? Que vergonha... Tinha esquecido dela.

Ana: Não sei, você vai estar aí na mansão dos meninos? - graças a Deus! Ela não estava rindo de mim, mas estava falando ao telefone. - Hora de que meninos... -, responde como se fosse óbvio. - tô falando daqueles que jogam no computador, eu acho. - ouço uma certa voz pela linha. - Ah... Emuladores, entendi. É que eu confundo, sabe? - para de novo. - Talvez ela queira ir também, estava brigando com meu irmão agora a pouco. - arregalo os olhos pondo a mão na boca. - Sim, sim sim, era eles que estavam gritando. Me segurei para não rir alto... - uma voz do outro lado da linha foi ouvida. - Eles dois parecem dois irmãos. - suspirou. - Na verdade, a Mery briga com todo mundo assim. Até comigo, sempre se faz de irmã mas nova, e indefesa! - ponho a mão no peito ofendida. - Uma pergunta. O Thur voltou dois dias antes do aniversário dela, né? - pausou. - Então ele está lá ainda, porque se não, talvez ela não vai querer ir.

A Ginástica × Loud ThurOnde histórias criam vida. Descubra agora