10. Ausência do aquarela

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ALERTA DE GATILHO: ESTE CAPÍTULO CONTÉM CENAS DE VIOLÊNCIA DESCRITAS, TAIS COMO TORTURA

"Eu deveria estar feliz, mas em vez disso não sinto nada. Não sinto nada hoje em dia. Eu chorei algumas vezes, mas principalmente estou vazio, como se tudo o que me faz sentir, doer e rir e o amor tivesse sido removido cirurgicamente, deixando-me oco como uma concha."

Jennifer Niven, Por Lugares Incríveis

**

— Louis, acorde. — Meus olhos começaram a se abrir e a luz forte do sol invadiu a minha visão. — Acorde — alguém repetiu bem perto de mim e virei a cabeça para ver quem era.

Edward.

Ele estava com um camisa salmão repleta de flores e carregava um sorriso divertido quando abri os olhos completamente e senti as ondas do mar molharem os meus pés.

— Você dormiu enquanto eu estava tentando encontrar algo para nós bebermos — ele disse de novo e sentou ao meu lado. Uma leve risada escapou de seus lábios ao me ver esfregando os olhos e tentando me endireitar na areia.

Aquilo era uma lembrança. 

Uma lembrança de quando fomos para a Itália.

— Que horas são? — indaguei ainda grogue de sono, mas me apoiei nos cotovelos e me forcei a acordar por completo.

Edward olhou no relógio.

— Quase três da tarde. — Ele ofereceu um drinque de cor rosa com bastante gelo para mim. — Quer?

— Está bom? 

— Uma delícia — Edward disse alegre.

— Então eu vou querer um pouco sim. — Eu sorri e imediatamente tomei dois goles. Estava doce e gelado, como eu imaginava que estivesse. Deixei um som de satisfação sair por meus lábios. —Delicioso.

E rolei um pouco para o seu lado, deixando que a areia se prendesse em alguns pontos do meu corpo. Edward deu um gole na bebida e, em seguida, capturou os meus lábios. Ele tinha sabor de morangos vermelhos recém-colhidos e desejei passar o resto da tarde o saboreando.

— Nós vamos para um luau à noite.

— Um luau? — Eu quase caí na risada e tive de prendê-la entre meus lábios.

Edward, obviamente, percebeu e semicerrou os olhos.

— Sim, espertinho, um luau — ele brincou. — Eu sei o que eu disse antes da viagem, mas me arrependo, ok?

— Quando você disse que queria ficar no hotel o dia inteiro, sentado na frente da piscina, dormindo e recebendo massagem nos pés... — Edward deu risada de si mesmo. — Eu quase decidi arranjar um marido italiano por aqui.

Ele virou sério na minha direção.

— Não se atreva — ele disse com os olhos novamente semicerrados. — Não quebre meu coração desse jeito.

E eu dei risada quando umas de suas mãos fez cócegas em minha cintura.

— Eu jamais faria isso... Apesar de alguns caras por aqui terem jogado olhares na minha direção.

— Quem? — Edward perguntou no mesmo instante com o cenho franzido.

— Estou brincando — falei dando risada.

— Mas eu não. — E ele passou a olhar em todas as direções, parecendo desafiar qualquer pessoa que olhasse na nossa direção, o que fez com que eu risse ainda mais.

Sleeping Beside Secrets (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora