17. 60 segundos

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"Na vida, a passagem de um segundo para o outro é sempre crítica porque cada segundo contém infinitas possibilidades que podem mudar ou acabar com a sua vida de todas as maneiras possíveis!" 

Mehmet Murat ildan

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Apenas escutei o que Harry tinha para dizer.

Eu estava chorando, com o coração apertado e querendo um abraço, mas fiquei quieto na maior parte do tempo. Os únicos sons que saíam de mim de vez em quando eram relacionados ao choro. Algumas vezes eu fungava e outras soluçava, mas isso foi diminuindo na medida em que Harry se silenciou e os minutos foram passando.

Depois de vários deles, eu disse sincero em um sussurro:

— Obrigado por me contar.

E com muita dificuldade, nós dois dormimos. 

Quando senti o sono me alcançar, conseguia ainda sentir o fato de Harry estar acordado. E não sei por quanto tempo ele ficou daquela forma, mas esperava que tivesse dormindo logo depois, principalmente por causa da missão que teria de enfrentar. Ela não parecia ser fácil e Harry se encontrava atormentado por um medo que nunca notei em seus olhos antes. Ele parecia sentir que alguma coisa não daria certo.

No entanto, eu me senti esquecer de todas as coisas que tinham acontecido quando caí no sono naquela noite. Tanto era que, quando os raios de sol começaram a invadir a casa, quase sorri para o sol que me cumprimentava. Mas eu estava ainda muito sonolento e fiquei em um estado entre os sonhos e o despertar.

Acho que senti alguém ao meu lado se movimentar. A cama se moveu minimamente, pois a pessoa parecia tomar um cuidado extra para que eu pudesse continuar dormindo pacificamente. Eu ouvi alguns sons em seguida e, depois disso, parecia ter escutado Edward dizer algo como:

— Obrigado por ter aberto a porta para mim.

E também achei ter sentido um beijo sendo depositado em minha bochecha.

Quase inconsciente, fiz que sim com a cabeça e escutei ele rir baixinho.

Mas quando eu finalmente abri os olhos e fiquei completamente consciente, nem Harry e nem Edward estavam lá. 

Harry já tinha ido embora e uma sensação estranha me preencheu, como se mais uma vez alguém estivesse esmagando o meu coração com as mãos. Aninhei meu corpo na cama e o abracei. Eu o queria ali de novo, mas sabia que ele precisava sair cedo para a missão. Eu o queria ali de novo também, porque sabia que ele precisava comparecer na missão que tinha provocado em Harry um medo perturbador. 

Harry não estava com um bom pressentimento e, depois que me revelou isso, também comecei a ser preenchido por uma necessidade de protegê-lo.

Revivi tudo o que ele me falou antes de dormir. Relembrei a sua sinceridade, mesmo dolorida. Comecei a encaixar mais peças do quebra-cabeça. Levantei as verdades do que ele dizia com as verdades que eu conhecia e ainda acreditava. Rebobinei nossas memórias e as desbravei por algumas horas naquela manhã.

Mas meus olhos acabaram encontrando o moletom de Harry esquecido no sofá.

Isso fez com que eu levantasse de onde estava na cama e caminhasse em silêncio e com curiosidade até o sofá. Dei uma olhada nele, como um explorador do alto-mar, e respirei fundo. Em seguida, o toquei delicadamente e senti o tecido de sua roupa. Acabei segurando toda a peça e a encarei por mais um tempo.

Sleeping Beside Secrets (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora