7. Surpresa de aniversário

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"Às vezes as pessoas nos surpreendem. E pessoas que acreditamos conhecer."

Joyce Carol Oates, The Falls

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Como Edward já tinha demonstrado desconfiança a respeito de meus comportamentos, preferi evitar que surgissem ainda mais dúvidas a respeito do que poderia estar ou não pensando e decidi dizer que estava com dor de cabeça e que precisava dormir.

Era melhor ficar de olhos fechados do que ter de encarar os olhos de Edward naquele dia. Se eu o fizesse, era muito provável que acabasse dizendo apenas com as minhas expressões tudo aquilo que eu tinha visto naquela tarde.

Edward, como sempre, foi compreensível sobre a minha dor de cabeça e até mesmo levou para mim na cama uma sopa cremosa no início da noite. Eu não me sentia com fome, havia algo dentro da minha barriga que não permitia que nada entrasse, mas acabei dizendo que iria tentar comer um pouco, até porque Edward tinha tido todo o trabalho para prepará-la.

Por sorte, ele estava ansioso para assistir uma partida de futebol que passaria na TV e insistiu para que eu não ficasse bravo por ele querer ver e eu acabar não o acompanhando.

— Você pode ir. Eu vou ficar bem.

E eu consegui ficar sozinho, mas não deixei que a minha imaginação me consumisse. 

Levantei da cama para me arrumar e, quando voltei, fechei os olhos e me forcei a dormir, postergando mais uma vez os assuntos que eu deveria tratar. 

Eu não queria ter de lidar com aquilo naquele momento. A verdade era muito dolorosa e assustadora para eu deixar os olhos abertos por completo para aquilo.

Acabei dormindo profundamente e, mais uma vez, acordei no meio da noite devido à agitação que estava presente dentro de mim, mesmo quando eu me encontrava inconsciente. Meus olhos foram se abrindo aos poucos e olhei para Edward assim que eu estava totalmente acordado. Ele dormia tranquilamente ao meu lado, fazendo com que eu começasse a duvidar do que os meus olhos tinham visto durante a nossa última tarde. Uma de suas mãos estavam descansando em seu peito e ele estava desajeitadamente confortável na cama.

Virei completamente para ele e me encolhi ao deitar de lado.

— Edward? — eu chamei baixinho, mas ele não me ouviu. Continuou respirando profundamente e de olhos bem fechados. — Edward? — chamei de novo.

Isso fez com que ele abrisse os olhos minimamente ainda sonolento e virasse em minha direção.

— Louis? — ele disse, a voz rouca e áspera. Edward se mexeu na cama para me encarar. Seus olhos se abriram um pouco mais com isso também. — O que houve?

— Você confia em mim? — perguntei cauteloso, sem deixar que as minhas expressões revelassem muito mais do que eu queria dizer.

— O que? — Suas sobrancelhas franziram e ele despertou ainda mais, remexendo-se na cama. — Claro que confio. O que aconteceu?

Neguei com a cabeça, mostrando a ele que não queria falar sobre o motivo de o estar questionando.

— E você me ama?

— Sim — ele disse, mas as sobrancelhas já estavam franzidas em estranhamento. Edward parecia ter acordado por completo. — Por que está perguntando isso? O que aconteceu?

— Não é nada. Eu apenas quero ter certeza — eu disse simplesmente e desviei o olhar.

Ele ficou em silêncio por alguns segundos, mas logo disse:

Sleeping Beside Secrets (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora