Sleeping Beside Secrets (Larry Stylinson)

22. Véspera de natal

"O Natal balança uma varinha mágica sobre este mundo, fazendo com que tudo se torna mais suave e bonito."

Norman Vincent Peale

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UM ANO DEPOIS

Quando abri meus olhos vagarosamente, as luzes do sol invadiram a minha visão naquele dia.

Eu consegui ver flocos de neve caindo consideravelmente do lado de fora e fechei os olhos novamente, pois a cama estava extremamente confortável e o cobertor tentava manter todo o meu corpo aquecido para que eu voltasse ao sono.

No entanto, senti beijos suaves sendo depositados em minhas costas e não consegui voltar a dormir imediatamente. Acabei soltando um murmuro prazeroso e ao mesmo tempo sonolento com aquilo e mexi meu corpo de forma a me aproximar ainda mais de Harry.

Percebi ele soltar um riso pelo nariz e, após dar um último beijo em minhas costas, dizer:

— Já volto. — E levantou da cama, tentando não balançar tanto o colchão para que, assim, eu continuasse em um estado entre o sono e a consciência.

Me mexi na cama, virando o meu corpo na direção onde ele estava anteriormente e, por alguma razão, estendi meus braços ali, talvez tentando agarrá-lo antes que ele tivesse a oportunidade de sair de nosso ninho aquecido.

Harry, no entanto, pareceu não perceber e saiu de nosso quarto a passos silenciosos.

Acabei cochilando por alguns minutos e só acordei novamente ao ouvir um choramingo.

Assim que abri minimamente os olhos, pude encontrar imediatamente Harry em pé ao lado da cama balançando o seu corpo, como se estivesse embalando alguém.

Com isso, deixei que meus olhos se abrissem quase completamente para analisar o cenário.

Harry segurava no colo a nova mancha de tinta colorida que pintava a nossa vida.

Jasmine.

Os cabelos de nossa filha, curtos e completamente encaracolados, estavam bagunçados. As suas bochechas estavam bem coradas. Havia um pequeno bico triste em seus lábios e os seus olhinhos estavam presos em mim com delicadeza. Ela parecia ter chorado, mas estava mais silenciosa e calma naquele momento. Encontrava-se com o rosto apoiado no rosto de Harry, que beijava a sua bochecha e parecia sussurrar que tudo ficaria bem.

Quando conseguimos finalmente deixar a nossa vida estável outra vez, eu e Harry decidimos que era mais do que hora de nós dois adotarmos o nosso primeiro filho.

Tentamos a adoção de Hawke novamente, mas acabamos descobrindo que ele já tinha encontrado uma família. Ficamos um pouco chateados com isso, pois tínhamos nos apegados ao garotinho, mas ao mesmo tempo nos sentimos felizes por ele e decidimos conhecer outras crianças também.

Jasmine ganhou o nosso coração assim que a conhecemos. 

Ela não era uma garotinha tímida. Muito pelo contrário. Seus passos incertos por todos os lados revelavam o quão curiosa era, além de ser espontânea, sorridente e tagarela, mesmo que suas palavras saíssem um pouco sem jeito e desconectadas de sentido no começo.