CAPÍTULO 6: Você é bom nisso... com a espada.

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"Ele tentou não olhar para ela, como se fosse o sol. Mas, como o sol, ele a viu mesmo sem olhar para ela"
-Liev Tolstói

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Decidindo seguir o rastro, Pedro estendeu a mão para Rory que, mesmo fisicamente bem, sentia sua cabeça bambear. Mas a menina recusou o pedido.

-Estou bem, obrigada meu rei. – disse ela firme.

-Eu sinto muito. – Garantiu Pedro.

-Não peça desculpas por ser nobre. – disse a menina firme prendendo o cabelo que estava com sangue seco num rabo de cavalo.

-Acho que a julguei mal antes, desculpe se não a tratei como realmente deveria.

-Eu também julguei você mal. Talvez você seja tão alto quanto imaginei. – brincou a menina. Pedro sorriu e a olhou momentaneamente.

-Sei que as circunstâncias não são as melhores, mas estar de volta é um alívio. Obrigado por isso. – Pedro tocou rapidamente na mão de Rory e sorriu de forma gentil.

O rapaz viu os olhos azuis de Rory e algo pareceu remexer dentro de si.


Os quatro seguiram o rastro da seiva por dentre a mata. Lúcia sabia que o caminho lhe era familiar, ela se lembra de ter passado ali anos atrás, muito em breve chegariam ao grande rio congelado. O mesmo que, anos atrás, quase se afogou, mas que também fez com que ela e seus irmãos chegassem ao acampamento de Aslam.

-Você estava certo. – Grunhiu Pedro meio contrariado a seu irmão, enquanto os dois andavam mais adiante das meninas. – Eu... eu fui um tolo e fraquejei.

-Não fraquejou. Foi heroico demais, como sempre. – disse Ed e Pedro não soube se o irmão o insultava ou se o elogiava. Então os dois se olharam e sorriram.

-A ideia de ter que lutar contra outro narnianos novamente é assustadora, em todos os sentidos. – Confessou Pedro. – Já enfrentamos milhões de exércitos, matamos milhares de inimigos, como seremos capazes de ferir nosso próprio povo?

-Facilita se lembrar que se você morrer, não poderá salvar mais ninguém e nem Narnia. – disse Ed simplesmente, Pedro havia esquecido como Edmundo conseguia ser prático demais nessas horas.

-Estava com saudades disso. – Murmurou Pedro.

-Da gente a beira da morte?

-Não, idiota. Esse Ed, eu não vejo no nosso mundo. Parece que todos nós somos abafados lá e aqui... somos nossa versão 100%

-Pra mim seu ego é o mesmo. – comentou Ed fingindo seriedade, mas acabou sorrindo e entregando.

Pedro viu as duas moças a frente deles e não parava de pensar em algo.

-O que acha de Aurora? – ele perguntou. Ed o olhou meio relutante.

-Como assim?

-Sabe que não há manipuladores de magia em Narnia. Ela não é daqui e por isso eu fiquei meio receoso com ela.

-Isso eu presumi sozinho. – disse Ed.

-Eu sentia que ela não era tão confiável, mas ela quase morreu pra me proteger, então talvez eu esteja errado.

-Você é bem burrinho, né. Olha lá. – Edmundo apontou discretamente para Aurora rindo de alguma coisa que Lúcia disse.

-Aslam não a teria descongelado e não teria nos posto em seu caminho se não fizesse parte de seu plano. E Lúcia parece gostar muito dela, acho que já deveria ter confiado mais no senso de sua irmã. A partir do momento que vi Lúcia sorrir para ela, fiquei tranquilo.

MY KING; Edmund Pevensie || NARNIAOnde histórias criam vida. Descubra agora