CAPÍTULO 10: Muito familiar...

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Cada vez que você faz uma opção está transformando sua essência em alguma coisa um pouco diferente do que era antes.

-C. S. Lewis

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Ed levava Rory agora sozinho para os andares superiores. Quando chegou no andar de cima, havia apenas uma dupla de guepardo e anão de ronda. Eles olharam Ed, mas o rapaz acenou a cabeça, de forma cortês, e os animais o deixaram continuar.

Ed continuou com sua atuação, subindo quieto com uma Rory adormecida nos braços. Ao fim do corredor havia dois corredores. E agora? Ele não lembrava qual Rory havia dito para seguir e o guepardo e o anão estavam bem atrás dele, o vigiando, então ele simplesmente virou a esquerda.

O moreno se viu numa antessala com uma escada circular estreita de gelo. Temendo que o guepardo viesse atrás checar, ele simplesmente começou a subir para criar tempo, mesmo que não tivesse certeza se estava no caminho certo.

Ao chegarem no andar de cima, ele finalmente pôde suspirar aliviado. Não havia ninguém ali.

-Essa foi por pouco. – disse Rory saindo do colo do rapaz, Ed percebeu que a menina estava tremendo.

-Conseguimos, isso que importa. – o rapaz tentou acalmá-la.

-Entrar foi o mais fácil. – ela lembrou.

Rory olhou em volta, mas ela nunca havia estado ali. Era uma saleta com diversos códigos nas paredes, havia além disso, apenas uma mesinha com um livro. Rory se aproximou e viu que estava em outro idioma, mas algo ali lhe era familiar...

-Uma porta. Vamos sair logo daqui. – disse Ed fazendo Rory tirar sua atenção do livro. O rapaz abriu a porta devagar, olhando pela fresta. – Tá limpo.

Quando entraram viram um enorme salão. Os dois viram, assustados, uma réplica em gelo de duas fileiras de vários tronos, um de frente ao outro e no meio uma grande mesa. Os tronos eram maiores do que deveriam ser normalmente e tinha cerca de dez cadeira de cada lado do salão, em cada fileira. Ao fundo, nas paredes, haviam estátuas de armaduras e detalhes como molduras nas paredes e lustres, tudo reproduzido em gelo.

-O que é isso? – Ed não deixou de exclamar confuso. -Pra quê tanto trono?

-Para um conselho. – disse a menina alisando as cadeiras do outro lado. – É um conselho.

-Isso é familiar para você?

-Sim... é muito familiar. – a menina comentou, sentindo um grande peso em seu peito. – É familiar demais e eu sinceramente não estou gostando da sensação de lembrar disso. Podemos prosseguir? – pediu Rory sentindo uma enorme vontade de fugir dali.

Edmundo observou que a menina parecia lutar internamente, enquanto tentava manter a mente focada no plano. Foi então que ele percebeu, Rory não estava só voltando para o lugar onde ficou trancafiada e congelada, ela estava mexendo com alguma coisa de seu passado e toda a pressão de estar numa missão não ia ajudar muito isso.

-Hey. – Ed se aproximou dela, pegando com as mãos cada lado de seu rosto, obrigando-a a olhá-lo, já que ela estava dispersa em pensamentos. – Rory, você não tá sozinha aqui, ok? Eu vou protege-la e tudo vai dar certo. Confia em mim?

Rory olhou Ed, seus olhos estavam um tom tão claro que parecia um mel esverdeado. Ela não tinha dúvidas disso.

-Confio, eu confio. – ela respondeu e respirou fundo, mais calma e confiante. – Vai dar certo.

MY KING; Edmund Pevensie || NARNIAOnde histórias criam vida. Descubra agora