[2] CAPÍTULO 5: Prometida

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O rei e a rainha de Charn eram figuras bem... interessantes. Eles tinham uma beleza sobre-humana, o que explicava o fato de Rory ser tão bonita. Mas eles tinham um jeito ao mesmo tempo tão tempestuosos e tão delicados que parecia que apenas uma linha tênue os mantinha em equilíbrio.

Rory entrou no quarto de hóspedes e se deparou com os pais olhando ainda o aposento com curiosidade.

-Mamãe, papai... porque ergueram o Pedro daquele jeito?! Ele podia ter se machucado! – comentou a menina parando entre os dois.

-Não sabíamos que era um povo tão frágil assim, eles se parecem com a gente. – justificou a mulher olhando uma pintura na parede. – Será que podemos levar isso?

-Mãe!

-Relaxe, Aurora. Ficaremos porque eles a salvaram e seu amiguinho foi gentil em nos convidar. Amanhã partiremos.

-Sim, os sacerdotes nos esperam para a sua coroação. – Complementou o pai, também apreciando o quadro fascinado.

Rory não pôde responder, ela ficou alguns segundos pensando, criando coragem. Ela talvez pensaria um pouco mais, mas seu silencio chamou atenção dos pais que agora a olhavam de forma curiosa.

-Algum problema, filha?

-O que aconteceria se eu não assumisse o trono?

-Que besteira, já está tudo certo. Estamos séculos congelados somente para que esse momento chegue.

-Sim, mas... vocês são jovens, poderiam ter outros filhos, talvez um mais forte.

-Você é mais forte do que nós. E não nos faça relembrar certos momentos, querida. Sabe muito bem que foi por isso que Jadys quase a matou.

-Ela era mais velha, talvez tivesse sido mais prudente ela ter assumido o trono.

-Ela escolheu nos trair, e está morta agora. – respondeu a mulher virando o rosto para que Rory não a visse fraquejar. – Por favor, não torne isso mais difícil. Sempre foi seu sonho, lembra?

-Lembro. Tem razão, desculpem. – a menina suspirou.

Os pais olharam a menina e se aproximaram dela. O homem sorriu e acariciou suas bochechas.

-Somos tão felizes de termos você. Seria insuportável se tivéssemos te perdido, assim como sua irmã. – Rory sorriu e abraçou eles.

-Eu amo vocês, não vou desapontá-los.



Pedro amanheceu ainda com as costas doloridas dos pontos que sua irmã nada delicada fizera. Ele havia apagado e nem sabia como havia ficado os hóspedes estressadinhos, ele tinha a vaga ideia de Edmundo o enchendo de álcool para dor e bom, ele apagou.

-Eu mato o Edmundo. – o rapaz resmungou, depois de ter se trocado e saído do quarto. Não precisou procurar muito, achou o irmão treinando num pátio isolado.

Edmundo sempre treinava quando estava estressado, ou quando precisava pensar, ou quando estava triste, ou quando estava com qualquer outro sentimento que não queria lidar. Não era atoa que era tão bom lutando.

-Ed imundo! – gritou Pedro, descendo como uma idosa com artrite as escadas.

Ed parou ofegante e viu o irmão descendo, segurou o riso ao ver Pedro mancando e disfarçou indo ao canto beber água.

-Bom dia, grande rei. – comentou o moreno sorrindo e botando a camisa sob o ombro.

-Engraçadinho. Já viu seus futuros sogros hoje?

MY KING; Edmund Pevensie || NARNIAOnde histórias criam vida. Descubra agora