CAPÍTULO 19: O Telmarino

2.5K 305 23
                                    

Esse é o problema da dor. Ela precisa ser sentida.
-John Green

⋆∘.⦁◦✩───────┘


-Mas que merda! – Ed murmurou assim que Lúcia os deixou entrar na sala.

Ninguém conseguiu dizer nada, o choque era grande ao ver uma mesa de pedra, similar a de Aslam e com um corpo de um homem morto nele. A sala em si não tinha janelas e parecia um tipo de ritual de magia profana antiga, algo pesado e cruel demais.

-Isso deve ter acontecimento há muitos anos, o corpo já se desintegrou. – murmurou Susana olhando os ossos do cadáver sob a mesa.

-Era... um telmarino. – sussurrou Caspian se aproximando meio abatido.

-Como pode ter certeza?

-As roupas, eu tenho certeza que era um telmarino. E pior, tenho a impressão de que eu já o conheci...

Caspian estava extremamente abalado, ele não entendia o que estava acontecendo, porque o telmarino havia sido o bode expiatório. Será que foi na época em que a Feiticeira congelou tudo? Foi depois que Caspian foi preso? Ele não saberia dizer...

-Aslam reviveu na mesa de pedra porque se ofereceu no lugar de um traidor... – comentou Susana.

-E se ele for um traidor? – concluiu Lúcia.

Ed olhou o homem morto e não deixou de sentir um grande frio na espinha, ele mesmo poderia ter tido esse fim se Aslam não o tivesse salvado anos atrás, ele só queria... fazer algo.

-Eu acredito que tenha sido daqui que ela tenha conseguido material para voltar, ela usou de magia profunda e sacrifício... então provavelmente foi um pouco antes dela tomar Narnia. – concluiu Trumpkin olhando o pobre homem.

-Esse lugar está impregnado de magia profunda corrompida. – comentou Lúcia. – Eu sonhei com Aslam e acordei. Tenho certeza que ele queria que achássemos isso.

-Temos que sair, então? – perguntou Caspian.

-Não, temos que encarar. – murmurou Lúcia. – Estamos no lugar certo, no fim das contas.

-Encarar o que, exatamente?

-Vocês sabem. – Lúcia abriu um sorriso meio triste. – A si mesmo, enquanto não encararmos, ela ainda terá vantagem sobre nossos medos e fraquezas e não teremos respostas. Aslam disse em sonho que quando encararmos a nós acharemos o que precisamos.

-Lúcia está certa. Se a Feiticeira se reergueu aqui, então vai ser aqui que vamos conseguir desmoroná-la. – disse Pedro.

-Tá, e como fazemos isso?

-Eram sete corredores, não é? Temos que saber de quem é esse corredor.

-Acho que é o meu. – murmurou Pedro, meio amuado.


O grupo saiu do salão e voltou para o corredor, até ali eles tentavam esconder o medo, ignorar suas fraquezas e inseguranças, mas dessa vez, Pedro fechou os olhos e aceitou, ele queria enfrentar, o que quer que ele fosse. Então quando sentiu uma sensação horrível de vulnerabilidade, ele não tentou abafá-la, ele só se permitiu encará-la.

-Pedro, está me ouvindo? – o rapaz ouviu e abriu os olhos, quando percebeu não estava no corredor, e seus amigos sumiram.

O pai dele o encarava e ele trajava um belo terno, percebeu um gabinete de escritório em Londres então deveria estar em casa.

MY KING; Edmund Pevensie || NARNIAOnde histórias criam vida. Descubra agora