[2] CAPITULO 11: Dorian, de Charn.

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Rory sentia-se incrivelmente fraca. Ela conseguia ouvir seu coração bater cada vez mais lento, mais pesado, com menos força. Ela sempre foi branca, mas estava mais pálida do que o normal. Enquanto pensava sobre isso, ela viu Ed sentado perto de sua cama, a olhando com cautela a medida que recobrava os sentidos.

-Está se sentindo bem? – Ele ousou perguntar.

-Acho que sim. Não sei dizer. Meus pais?

-Eles estão... fracos, mas bem. Digory e Lúcia estão cuidando deles.

-Eu preciso vê-los.

-Não é melhor repousar?

-Ed, eu estou morrendo. E eles mais do que eu. Eu preciso vê-los.

Ed a levou no colo e Rory se segurou para não chorar ao ver seus pais deitados, magros e envelhecidos. Eles sempre foram fortes, sua força e vitalidade gritavam e agora... não existia mais.

-Mamãe, papai... – A moça se aproximou devagar e seus pais abriram lentamente os olhos.

-Eles estão morrendo. – Murmurou sua mãe com certa dificuldade. O que quer que estivesse acontecendo em Charn, estava chegando ao fim.

-Eu... eu sei. – A menina fungou e segurou seu braço frágil. – Me diga o que fazer, mamãe.

A senhora abriu a boca, mas estava fraca demais. Rory viu uma lágrima escorrer do rosto da mulher. O tempo deles estavam acabando, rapidamente acabando. E como uma mãe diria isso?

Rory deu as costas e saiu cambaleando do quarto. Edmundo a seguiu e a segurou, apoiando-a.

-Aonde vai?

-Eu preciso fazer algo enquanto ainda consigo.

-Você não tem magia. Não há o que fazer!

-E se Caspian e Susana não conseguiram? Apenas vou ficar sentada? Vendo-os morrer? – A menina respondeu com dificuldade. Ed a olhou desesperado, ela estava fraca, doente. Mas ele não poderia impedi-la, ele não poderia.



Ed terminava de preparar o cavalo para partir com Rory e Pedro, quando Trumpkin entrou ofegante no castelo.

-Majestades... estamos sendo consumidos! – Ele arfou desesperadamente. – Aonde está o portal, está consumindo Narnia rápido.

-Os Calormanos? – Pedro quis saber.

-Mandei guardas verificarem... eles estão celebrando o noivado da princesa. Isso está mantendo o reino deles ocupados. – Trumpkin comentou aliviado. Pedro piscou desorientado, ouvindo a notícia.

-Ela fez o que podia para retardá-los. Vamos ajuda-la depois. – Ed deu sua palavra a seu irmão que concordou, tentando se manter focado.

-Rory, tem certeza que quer tentar isso? – Pedro insistiu, olhando-a preocupado.

Rory não teve tempo de responder, ela olhava fixamente algo surgindo entre os bosques, do lado de fora do castelo. Duas pessoas gravemente feridas andando devagar em direção ao grupo.

-Caspian. – Pedro sussurrou e instintivamente começou a andar rápido até lá. Ed ficou parado algum tempo, vendo o viajante ao seu lado, respirando fundo, se apressou em ajuda-los.

Ed chegou a tempo de o rapaz ao lado cair de joelhos e segurá-lo para não tombar o corpo inteiro no chão.

-Caspian. – Pedro chamou mais uma vez, mas o rapaz estava com uma das orelhas sangrando, via tudo meio desorientado e tentava se localizar.

MY KING; Edmund Pevensie || NARNIAOnde histórias criam vida. Descubra agora