Hoje as crianças do orfanato viriam para o convento comer as guloseimas que Amélia e as outras freiras prepararam, uma linda festa para as crianças carentes se divertirem.
Especulei também com minha madrinha que hoje era o aniversário de Evie e estava muito feliz por ela. Evie, estava completando dezoito anos e quando concluísse o período - porque aqui temos que fazer o 4° ano também - iria prestar vestibular a uma faculdade de moda.─Vocês arrasaram, meninas!─ A Madre elogiou nossa decoração. A festa teria leitura de histórias bíblicas, brincadeiras,etc…─ Agora todas podem ir se arrumar que as 14:00hrs em ponto quero todas vocês aqui para recebermos as crianças.
Em uma fila indiana fomos nós retirando do jardim onde estávamos arrumando para as brincadeiras e a mesa do lanche, a madrinha disse que havia comprado um presente simples a Evie mas, não vi ela ainda hoje para lhe parabenizar.
─Minha menina!─ gritou-me, Amélia.─ Cadê sua colega de quarto? Quero entregar isso a ela.─ ergueu a caixa de bombom.
─Eu não sei madrinha mas, acho que ela nem levantou da cama hoje.─ Amélia, ficou confusa então gesticulou para que subissem as escadas que ela iria conosco atrás de Evie.
Subimos a grande escadaria da Virgem de Guadalupe e seguimos adiante a porta do meu quarto onde suspeitávamos que Evie estaria.
Entramos e Evie estava sentada na escrivaninha escrevendo em seu diário, começamos a cantar parabéns e a probrezinha se assustou já que estava concentrada em escrever.─Vocês duas quase me dão um infarto.─ Evie, se virou assustada ainda sentada na cadeira agora com a mão em seu peito.
Amélia, se aproximou dela lhe dando um beijo na testa e sussurrando um "Deus lhe abençoe" entregando a pequena caixa de madeira com bombons.
─Vou deixar vocês a sós.─ a madrinha saiu do quarto para nós nos arrumarmos.
─Está animada?─ sondei.
─Um pouco.─ respondeu desatenta.─Se você quiser ir pode ir rei terminar de fazer algo.
─Não quer que eu te espere?
─É só que quero falar com meus pais.
─Tudo bem.─ saí do quarto deixando ela sozinha permitindo que falasse com seus pais, ela estava estranha e não continha nenhum pouco de animação em seu tom de voz, pelo contrário ele era triste carregado de solidão e amargura.
Evie Brooks
Eu não iria falar com meus pais, aliás não me lembro muito deles, nós nunca falávamos da mamãe em casa porque o papai não gostava, eu só sei que depois do que aconteceu- seja lá o que tiver acontecido- o meu pai virou um drogado.
Ele vivia pelo seu vício e se esqueceu que tinha duas filhas, ele só lembrava da nossa existência quando olhava em nossos rostos e vinha nos agredir isso tudo porque eu e minha irmã mais velha , Emily, somos muito parecida com nossa mãe.Os cabelos loiros em um tom muito claro é a nossa marca registrada, não a vejo a muito tempo também. Emilly, me deixou no orfanato muito nova e prometeu que viria me buscar logo,entretanto, já vou fazer dezoito anos e nunca mais tive nenhuma notícia dela.
Sinto meus olhos marejados ao pensar nisso e olho diretamente para a pequena caixinha de madeira onde sei que contém alguns bombons, meu medo me apavora mas, a compulsividade me corrói, estou a dias sem me alimentar e necessitava tirar um pouco o estresse da minha mente.
Me sentei no chão e abri a caixa, as embalagens dos bombons eram coloridas com corações, arrastei os dedos sobre a madeira da borda da caixa pensando no tanto de caloria que continha em uma pequena caixa dessa mas, não me importava mais. Não nesse momento.
Enfiei minha mão na caixa e retirei dois bombons de uma vez, rasgando suas embalagens e os enfiando diretamente na minha boca.Finalmente senti as lágrimas escorrendo pelas minhas bochechas enquanto pegava mais bombons para comer, meus dedos estavam melados e eu mastigava cada bombom junto ao meu choro engolindo meu nó na garganta.
A insegurança tomou conta do meu corpo e cada vez mais compulsivamente eu fui engolindo um a um de bombons que havia naquela caixa e quando terminei só sabia chorar.
Me levantei devagar e andei até o banheiro me olhando no espelho vi um monstro, meus lábios estavam sujos de chocolate assim como meus dedos, meu rosto coberto em lágrimas.Levantei minha blusa e comecei a observar meu corpo e em como ele estava gordo e inchado agora, olhei para as minhas coxas e observei o quanto elas estavam "assadas" porque estavam muito gordas e ficavam roçando uma na outra.
Eu sou um monstro. Gordo. Eu sou feia. Sou horrível.
Pensei enquanto analisava meu corpo,abri o armário depressa pegando um laxante, tinha que tirar toda essa gordura de dentro de mim sem que ninguém se intrometer. Tomei quatro pílulas de uma vez e tranquei a porta do banheiro esperando fazer efeito, meus lábios ressecados sentiram o gosto da água como se fosse o melhor gosto do mundo.
Amber Heard
Já havíamos feito brincadeiras com as crianças e estávamos à espera da aniversariante Evie porque todas as crianças fizeram cartinhas para dar a ela mas, Evie estava demorando a descer.
Falei a madre que iria chamá-la e que ela deveria estar falando com seus pais ainda mas, a madre simplesmente me olhou de uma forma estranha.Subindo as escadas segurando um pouco da saia para que não tropeçasse fiquei pensando porque a madre havia me olhado de maneira estranha quando falei que Evie deveria estar falando ainda com seus pais.
Terminei de subir os degraus e andei pelo corredor imenso e mal iluminado até a porta do nosso quarto, bati na porta e chamei por seu nome,porém, não obtive resposta.
Adentrei o local e notei tudo sujo a caixinha de bombom estava aberta jogada no chão e várias embalagens estavam espalhadas por todo o quarto.─Evie? ─ gritei preocupada.
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QUENTE COMO O INFERNO
RomanceAmber Heard tem uma vida que causa inveja em muitas garotas de Dark City, é a namorada de um jogador e melhor amiga da vocalista de uma banda bem conhecida na sua cidade. No terceiro ano do ensino médio sua vida ia às mil maravilhas até que junto ao...