22| o morto vivo ( última parte)

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Dean Williams

América havia ficado escondida enquanto esperávamos a poeira baixar e eu sumi um pouco dando a desculpa que precisava de um tempo com o senhor depois do ocorrido.
América,estava a me deixar louco,ela estava em Pânico não passava um segundo sem falar do que aconteceria se descobrissem ou do quanto seu pai ficaria envergonhado com a filha que tem.

O pai dela já a perdoou por ser uma atriz porno,entretanto,não perdoaria uma assassina. E isso a apavorava, o passado dela sempre foi misterioso até mais que o meu,porém, é nítido que nunca se deu muito com a família não é atoa que se tornou atriz para constrangê-los,mas depois ficou arrependida quando viu que perderia os privilégios que tinha.

Minha cabeça ia a rodar de problemas com tudo, com a velha Amélia desconfiada, com a América me deixando louco. Não precisava de mais problemas,mas isso não era uma opção, né?

Quando as coisas começam a ficar embaraçadas parece que tudo vai ficar ainda pior, como uma corda cheia de nós.
Voltei às minhas funções normais de padre e estava eu na capela novamente conversando com algumas noviças que estavam nervosas a respeito dos acontecimentos.
Até que no fundo da grande igreja em um dos bancos de madeira noto a presença de um homem a qual não via há um bom tempo, não acredito que ele teve a coragem de aparecer aqui.

—Meninas, eu preciso resolver umas pendências podemos terminar depois?— falei para elas sem tirar os olhos dele que está sentado com os braços cruzados acima do peito com o olhar fixo em mim.

—Claro padre! A benção?— lhe dei a benção e todas saíram,nesse momento fui andando desnorteado e ao mesmo tempo nervoso até esse homem.

—Ora, quanto tempo! Imaginava que você fosse de tudo menos um padre.— sua voz ecoou nos meus ouvidos me trazendo fúria.

—Tinha que me redimir de alguma forma daquilo tudo que aconteceu. — me contive, punhos cerrados de ódio.

—Corte essa historinha, eu sou uma coisa velha no mundo. Sei bem as suas intenções! Para o seu azar, Amber não vai morar continuar morando aqui, agora ela tem um responsável.—— falou ajeitando a jaqueta de couro.

—Que responsável ela teria? Se os pais morreram e a única que tem é a madrinha.— não estava a acreditar que ele realmente havia contado a ele, ele realmente teria essa coragem?

—Está olhando para o pai dela que está vivo.— A soberba no olhar era nítida.

—Não me diga? Um pai assassino. O que ela acharia?

—O que ele diria do doce padre que a seduziu e não é bem quem diz que é, você e eu sabemos que você é bem mais que um rostinho que agrada adolescentes com os hormônios à flor da pele.

Foi andando para a porta de saída com passos lentos que me irritavam, não sei o que me deixava mais furioso tê -la longe de mim,ou,ter que suportá-lo novamente.
Talvez a raiva que tomei de Levi, tenha se espalhado para sua filha,mas ela também tinha algo que me fazia não suportar a ideia de perdê-lá.

Seria uma paixonite como diz ,América? Essa paixonite irá me destruir porque não consigo controlar meus atos, não consigo controlar meus pensamentos e não consigo agir mais de forma coerente é como se tudo estivesse saído do controle.

Quando fazíamos o seminário muitas vezes tínhamos que ter um preparo psicológico e eu consegui contar algumas coisas sobre mim para uma das psicólogas,ela me disse que talvez se eu tentasse trabalhar isso em minha cabeça e meu coração eu teria uma vida saudável.

Mas, que raios de vida saudável é essa se quando alguém te fere você não pode feri-lo também? Espera um ser divino agir para te defender ou a justiça do homem e cá entre nós todos sabemos que ela é uma das mais falhas que existe.

Nem todos que estão na cadeia são inocentes,mas muitos inocentes já foram para lá.

Muitas coisas ainda não compreendo na minha cabeça e me parece algo difícil de ser entendido, é como se tivesse uma porta travando muitas coisas em mim.
Não me classifico como alguém ruim, eu não fiz muitas coisas boas ,confesso!
Entretanto, eu tive reações inesperadas das ações de outras pessoas.

Será que meu coração irá se libertar dessa raiva? E eu como um “padre” não consigo acreditar em algo divino, mas será que algo divino existe?
Existem inúmeras crenças de religiosidades diferentes e ainda não consigo seguir uma de maneira firme,sabe?

Não quero ser salvo,mas também não quero ser um demônio. Talvez queira ser apenas diferente.

QUENTE COMO O INFERNOOnde histórias criam vida. Descubra agora