10| a tatuagem

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Oi, bom gente estou postando ao poucos porque tenho que revisar algumas coisas no livro em fim... Estou mal também por algumas coisas então peço que tenham calma.

Me sigam nas redes vizinhas: queridadescarada / queridadescarada2

Boa leitura!

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A minha confissão não foi terminada e uma das freiras havia ido atrás do padre mas, ele não quis atendê-la disse que estava se sentindo mal devido a ter ouvido hoje tantos pecados.
Então o dia seguiu normal, comemos torta de frango no almoço e fiquei tão orgulhosa de Evie ter repetido a refeição duas vezes - sem vomitar - Samantha e eu sempre damos "cobertura" a ela quando ela vai fazer as sessões de terapia online na biblioteca, porém, confesso que a muito tempo não tenho essa participação na vida dela acredito que Samantha esteja fazendo isso até porque as duas andam bem próximas e acho até que estão ficando escondido.

Já estava anoitecendo e a preocupação com o padre perturbava minha consciência a cada segundo, o que ele sentiu? Pensou que eu era uma pervertida? Depravada? Meu peito se amargurava a cada pensamento mas, uma questão não saia de minha cabeça:
Por que eu me importava tanto com o que ele pensava de mim?

Essa necessidade de ter sua atenção, de sempre querer que ele aprove como está meu cabelo, a maquiagem simples que faço todos os dias de manhã,estou sempre querendo que ele queira algo só para que eu possa servi-lo.

Sentei-me na sala do convento, algumas das noviças já tinham ido jantar mas, eu estava sem apetite porque tudo que eu pensava era "o que o padre estava pensando?" Não importa se eu tentasse ler as revistas velhas e empoeiradas de como ser uma boa seguidora das palavras de Deus minha cabeça voltava para lá a todo momento.

Folheei algumas das revistas mas, sabia que estava tentada a ir naquele quarto ver o que ele estava fazendo ou até mesmo perguntar a ele o que tinha acontecido.

Foi aí que surgiu uma ideia da qual não sei se me arrependo ou se fico feliz, minha madrinha cuidava da maioria das coisas no convento e contava com a ajuda das noviças e freiras que moravam aqui inclusive de algumas coisas do padre como os seus lençóis de cama.
Aqui no convento tínhamos uma dia para tudo até mesmo um dia para trocar os lençóis e por algum motivo que eu não sei qual sempre recebiam uma nova remeça de lençóis e também o padre disse que estava passando mal seria bom alguém ver se ele está melhor.

Levantei e caminhei até a dispensa e por conta própria peguei os lençóis que estavam separados para ele, acredito que ainda não levaram para não incomodá-lo.
O padre ficava na ala "b" do convento, onde ficava mais próximo a capela e à vista para o centro de Dark City, o bom é que o corredor da biblioteca também dava acesso onde é o quarto dele.

Parei em frente a porta e como sempre encarei minhas sapatilhas de pano parecia até um hábito meu sempre encarar elas quando sentia sua presença por perto.
Bati na porta algumas vezes mas, não obtive resposta então segurei em sua maçaneta pesada e a empurrei podendo ver o quarto do padre que era em cores escuras, não era um quarto tão comum como imaginei, não para um padre.

Joguei todas as peças de lençol em cima da cama de casal grande que tinha uma enorme cabeceira de madeira, parecia uma cabaninha porque tinha também um revestimento em madeira em cima como se fosse o "teto" da cama, havia algumas cômodas pelo quarto e uma grande janela com cortinas na cor preta que balançavam a medida que o vento batia nelas, a vista era linda e dava para ver muitas luzes acesas no centro de Dark City.

Escutei uma porta se abrindo e me escondi atrás de uma das cortinas, o padre estava saindo do banheiro que tem no quarto dele, ele estava arrumando a toalha - também na cor preta - em sua cintura enquanto andava até a cama provavelmente havia visto os lençóis e se perguntava como eles vieram parar aqui.
A cortina preta não me permitia enxergar tão bem ele,entretanto, algo me chamou atenção quando finalmente notei suas costas era um enorme desenho mas, não era um desenho qualquer.

Eu sabia que talvez ele me expulsaria desse quarto a ponta pés mas, precisava tirar essa dúvida aquele desenho… não poderia duas pessoas terem exatamente a mesma tatuagem poderia?

Tirei a cortina que me cobria e andei até ele que ainda estava de costas, meu passos foram cautelosos até chegar perto da figura grotesca que estava parado ali.
Relutei mas, não conseguir conter meu impulso então meus dedos encostaram nas suas costas mais especificamente no enorme leão com a cruz desenhada em suas costas, senti que ele endireitou sua postura ao sentir minhas unhas e dedos deslizando por toda sua tatuagem desde o início da cruz até a face do leão. Isso não era possível.

Dean Williams

Aquela garota ela me entriga de todas as maneiras possíveis, desde o primeiro dia em que a vi naquele refeitório e não eu não diria que ela é pura como alguém que eu jamais vi, pelo contrário ela carrega algo que não sei o que é mas, que me fascina de uma maneira absurda.

Que mexe com todos os meus sentidos, ando observando ela desde esse dia escondido na sombra de seu rastro sempre que posso.

Aquela noite eu fiquei possesso por ela e agora estou aqui com a água fria tentando acalmar meu corpo mesmo sabendo que a minha inimiga mente me leva de volta aos pensamentos que não queria ter com ela. Porra sou muito mais velho que ela isso é totalmente errado e agora eu não sou mais aquele homem eu mudei me transformei e me arrependi de cada coisa que eu fiz.

Em uma dessas noites a qual eu estava vagando acordado pelo convento sempre perdido em meus pensamentos e sentia que só na escuridão da luz da lua eu poderia libertar esse meu lado "lobo e leão" presos em mim acabei passando perto da janela da biblioteca e vi ela… sentada em frente a tela de um computador mexendo nele, ela estava tensa,nervosa e quando percebi o que fazia minha cabeça não parou de pensar nisso por horas. Praticamente não fui capaz de pregar meus olhos e não sei o que sentia dentro de mim diante daquela cena mas, acabei me assustando com a presença de outra garota na biblioteca que estava bem próxima a janela que eu estava parado, acabei por bater na janela e tive que sair às pressas para que não fosse flagrado.

Agora o pior havia acontecido ela estava se confessando para mim e confessou o que via naquela noite na biblioteca, confesso que queria que ela falasse porque minha curiosidade me dominava quando o assunto era aquela garota mas, não imaginava que o homem do vídeo ao qual deixou ela naquele estado era eu.

Como pude ouvir de sua boca que estava se tocando por me assistir em meu passado sombrio e pecaminoso, tive que fugir e lutar contra mim mesmo para não cometer um erro ou besteira de querer me apossar dela.

E agora me assusto com os toques de seus dedos ásperos na minha pele com certeza sabendo agora que eu era o homem do vídeo, passei tanto tempo a observando que poderia reconhecê-la mesmo estando de costas.





QUENTE COMO O INFERNOOnde histórias criam vida. Descubra agora