Capítulo VII - O Inverno na Itália

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Se acreditava que o tempo já estava frio na Itália, não esperava que fosse ficar tanto. Não lembro qual era o número da temperatura, mas lembro da dor que sentia durante as noites debaixo de minhas cobertas. Por vezes, não queria sair.

Era a primeira vez que passava o inverno na Itália. Geralmente viajava diversos lugares em poucas semanas, por isso, não escolhia as estações que passava no lugares que ficava.

Já faz quase 4 meses desde que havia viajado para Milão, na Itália. O apartamento que era extremamente agradável no verão, agora parecia uma geleira. Pouquíssimas vezes deixava meu cobertor de lado, por puro frio. Trabalhava com ele.

Uma noite específica, por exemplo, era impossível sair da cama. Não importava quantos cobertores colocasse ou camadas de moletons, não conseguia parar de bater os dentes. O apartamento inteiro estava congelando.

Não sabia a razão. Passei um bom tempo enrolado na cama, tentando me aquecer por uma grande parte da noite. Não aguentava.

Quando finalmente me levantei, é porque percebi que escutava um vento forte uivando. Não sabia de onde, mas segui o som para descobrir que havia deixado uma janela entreaberta. Tremendo muito, fui até ela e a fechei finalmente.

Não diminuiu o frio na sala. Tudo parecia frio demais pra mim. Me tremia todo.

Ao mesmo tempo, sabia que havia ligado o aquecedor e não demoraria muito até que a sala se aquecesse de novo. Decidi tomar um copo de água para matar a sede da minha garganta, que queimava. No momento que o líquido desceu minha garganta, senti como se fosse feita de vidro, pois descera rasgando as paredes de minha garganta.

Esperei a sala esquentar, o que não aconteceu. Ainda me tremia todo, e procurei o termômetro do quarto para saber se o aquecedor estava quebrado. Foi quando vi que a temperatura não estava mais tão baixa que notei a dor de cabeça que sentia. Além de todos os outros sinais que sentia em meu corpo, a fadiga, dor nas juntas, nariz escorrendo, tosse, e o frio que sentia.

Eu havia pegado uma danada de uma gripe.

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Como quem percebe que está machucado, quando percebi que estava doente mesmo, os sintomas em mim pareciam ter piorado consideravelmente. Não conseguia me levantar da cama mais. Meu corpo parecia pesado demais, dolorido demais para que pudesse encontrar forças para me levantar. Com esforço, preparei algo rápido apenas para tomar um remédio pra gripe e desabei na cama de novo.

Passei o resto do dia esperando o efeito do remédio bater pra poder me sentir melhor e voltar a trabalhar. Infelizmente, parece que só me deu mais sono, porque mal levantei da cama até o fim do dia. Quando vi, estava anoitecendo.

Tinha febre. Sabia porque tinha muito frio, e o termômetro apontou 38.5° C. Anotei na minha cabeça que precisava tomar alguma coisa ou tratar da febre, mas assim que deitei na cama de novo, não pensava em mais nada.

Fiz o que pude para pelo menos me alimentar com alguma coisa. Quando o dia já estava acabando, percebi que não tinha jeito de terminar as demandas no prazo. Estava mais doente do que imaginava.

Não lembro se liguei para o contato de um médico que possuía ou simplesmente falsifiquei um atestado médico. Só sabia que teria que enviar para os meus clientes, justificando minha ausência. Ah, bom… Podia fazer isso amanhã.

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No dia seguinte, procurei na minha lista de contatos as pessoas que precisava contatar. Acho que juntei tudo numa lista e fui entrando em contato. Fiz às pressas, claro.

Digitei um dos números da lista rapidamente e esperei a linha. Assim que escutei que havia atendido, passei os detalhes.

"Alô, é Afrodite. Vim avisar que não vou poder enviar o que me pediu hoje. Assim que possível, estarei enviando o atestado médico.(tosse)"

Ariel.EXEOnde histórias criam vida. Descubra agora