Capítulo 25

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Apenas quando entrei no Colosseo que eu me liguei que havia me esquecido de perguntar como estaria vestido. Ou onde estaria. Sendo o dono do bar, talvez em uma sala separada, um escritório. Bom, o bar podia estar vazio, para que a negociação fosse direitinho.

Engano meu, a verdade era que estava cheio de gente. Música alta tocava. Haviam chamado uma banda. Boa escolha para quem planejava fazer uma negociação afastada e queria que ninguém viesse perturbar.

Mas também uma ótima estratégia para quem queria tomar proveito de alguém sem que ninguém percebesse. Pessoas podiam morrer em bailes apinhados de gente e achavam que estava apenas apagando porque estava muito bêbada. Era mais fácil se livrar de alguém em uma festa do que em um canto afastado.

Não deixei que isso me incomodasse, fui em direção ao balcão da mesa. Observei as prateleiras de bebidas e me deleitei com as marcas que via. Boas marcas, algumas desconhecidas aos meus olhos, outras as melhores que já tomei.

Percebi o atendente do balcão. Paletó justo, bem cortado. Cabelo longo, no nível do ombro, o que me fez tocar o meu próprio, sentindo falta da juba loira que tinha antes. Muito bonito ele era, mas o que me surpreendia era o tapa olho. Talvez tivesse perdido em alguma batalha?

Não que tornasse ele menos bonito, claro.

Puxou o telefone do bolso, pareceu digitar alguma coisa nele. Senti o meu vibrar ao mesmo tempo que ele terminou de digitar e olhava em volta. Olhei no meu próprio e vi a mensagem.

"Theo M.: Onde você está?"

Theo Moretti. Era ele. Ou uma put* coincidência. Respondi.

"Já estou no bar, um ótimo espaço. Estou usando brincos cor de rosa.” 

Ele se virou e observou as outras pessoas do bar. Olhei em volta, procurando por outra pessoa que estava procurando alguém. Não achei ninguém. Era ele mesmo.

"Você está esperando alguém ?"

Perguntou-me. Senti vontade de rir um pouco. O dono do bar era o caolho. Não sabia que o bar era no tema de piratas. Bom, para alguém que trabalha na máfia, não seria muito fora de contexto.

"Estou, sim…"

Falei isso olhando para o bar ao redor, um copo na mão.
"Por que a pergunta?"
Virei-me para olhar bem nos olhos dele.
"Sabe alguém que pode me ajudar?"

"Afrodite, deusa do amor e da beleza, estou ao seu dispor."

Estendendo para pegar minha mão, ele deixa um beijo, como cumprimento.

"Prazer em conhecê-la, Theo Moretti."

"Sinto o mesmo, Theo Moretti."

Soltei meu sorriso mais convincente.

"Adorei o espaço. Ouvi falar que você é o dono? Um grande empreendimento."

Não estava mentindo. Sentia a magnitude do espaço e a manutenção que possuía ao lugar. Mesmo que fosse apenas um teatro para as negociações de seu contrabando de armas e drogas.

"Sim, muito obrigado, você vai querer alguma coisa pra beber antes de começar ? Por conta da casa."

"Não tenho sede hoje, mas agradeço a gentileza."

Ainda não podia beber nada do bar, porque não conhecia nada dos serviços que fazia e como fazia. Também não tinha noção das reais intenções dele, então decidi ficar sem bebida até ter a certeza de que nada aconteceria comigo enquanto estava lá.

"Vamos começar ?"

Sr. Moretti estende a mão e gesticula para um quarto mais afastado, depois do balcão. 

"Claro."
Eu o acompanho e juntos chegamos ao que aparentava ser seu escritório.

Ariel.EXEOnde histórias criam vida. Descubra agora