Any Gabrielly
Nesse momento estamos entregando nossas passagens para a aeromoça na porta do avião, meu coração já se aperta ao saber que já estou indo embora, quero morar aqui mas tenho coisas a fazer em Los Angeles, preciso resolver minha vida e virar uma página.
Ao entramos no avião e nos sentamos em nossos lugares, deito minha cabeça no ombro de Josh e me pego sorrindo, na viagem passada viemos nos engalfiando e agora estamos assim, a vida é uma caixinha de surpresas mesmo, quando que iria imaginar que o algum dos encontros que Sina armava para mim iria dar certo, que eles não ouçam isso de forma alguma.
Quando o avião decola observo da janela Nova York ficar pequena aos poucos, voamos sobre a Estátua da Liberdade e quando vejo, me pego sorrindo como uma criança, quando me viro para o lado vejo Josh me olhando, seu sorriso aumenta quando nossos olhos se encontram.
Volto a deitar em seu ombro mas Josh levanta levemente meu queixo e deposita um selinho em meus lábios antes de deitar sua cabeça sobre a minha, ambos acabamos dormindo, afinal, passamos mais tempo conhecendo lugares do que no hotel.
Algumas turbulências me acordaram mas não foram sufiencientes para acabar com meu sono, dormi o voo inteiro, pedi para que não me acordasse nem para comer pois estava bem cansada. Quando o avião pousa saímos do mesmo e esperamos por Sina e Noah, que estavam algumas poltronas em nossa frente, os dois saíram de mãos dadas do avião, parecem aquele casal de filme clichê.
— Bom, o meu carro está estacionado na garagem do aeroporto. - Noah nos avisa.
— O meu também, nos vemos? - Josh pergunta a Noah.
— Nos vemos por ai cara. - Se cumprimentam logo depois se afastando.
Seguimos até a esteira e por sorte, nossa malas eram as primeiras, pegamos as mesmas e saímos do aeroporto em direção ao estacionamento, quando entro no carro de Josh lembro da brincadeira sem graça que fez quando estávamos a caminho do aeroporto, Josh colocou meu refrigerante entre as pernas em uma brincadeira maliciosa.
— Vamos? - Questiona ao entrar no veiculo.
— Vamos. - Digo após alguns segundos em silêncio.
Josh me deixou em frente ao meu apartamento, quando ele arranca com seu carro me dou conta que ele nunca entrou no meu apartamento, apenas me deixou em frente ao mesmo e foi embora. Teremos tempo para isso mas preciso pensar em algo mais importante, minha demissão, não sei se meu chefe vai aceitar sem relutar, afinal, sou sua salva-vidas em reuniões e compromissos de última hora.
Mas ele vai ter que achar alguém para ocupar meu lugar, não dá mais para mim. O salário não é ruim mas quase não tenho férias, trabalho quase sete dias por semana, saio do trabalho mas ele vem comigo para casa, minha mesa fica repleta de papéis para serem revisados, não sou sua empregada, faço o que está à cima do cargo e não recebo por isso.
Talvez eu seja um pouco trouxa? No linguajar de Noah, talvez mas eu precisava do dinheiro, por pouco se seja, eu precisava, sai de casa e precisava me sustentar e a oportunidade surgiu, consegui me sustentar e comprar meu apartamento, apesar de tudo foi meu primeiro emprego e me forneceu tudo que tenho.
Fiz amigos nessa empresa, construí um vínculo com o local apesar de tudo que já passei lá, preferia trabalhar para o sócio do meu chefe do que para o meu antigo chefe. É tão bom dizer antigo chefe, me sinto livre. Pego a mala que está no meio da sala e a levo para o quarto a colocando sobre a cama.
Retiro as roupas as colcando no sexto de roupas sujas, as limpas guardo de volta no guarda-roupa, os sapatos deixo ao lado da cama. Vejo o horário e já se passa das duas da tarde, isso significa que a empresa está a todo vapor e meu chefe ou ex chefe deve estar arrancando os próprios fios de cabelo sem saber o que fazer já que sua "secretaria" não serve nem para organizar uma reunião, no caso sua foda temporária.
Pego minha bolsa, colocando o necessário para pedir demissão, alguns papéis, meu contrato que já não vale mais nada, já que no contrato incluí férias remuneradas quais não tive até agora, vale refeição que também não tive durante anos e convênio médico, adivinhem? Também não tive.
Pego o elevador pensando como minha vida vai mudar da água para o vinho ou ao contrário, não sei o que me espera em uma carreira de modelo, o que eu estou fazendo, largando algo monótono para fazer algo fora dos meus planejamentos, nunca planejei virar modelo e agora estou indo pedir demissão para fazer algo que não sei se dará certo, eu disse para mim mesma: Se arrisquei.
É o que estou fazendo, me jogando no desconhecido, sem saber de nada, saindo da rotina para fazer algo inesperado, fico imaginando quando chegar no casamento do meu irmão e minha família perguntar como ando me saindo sozinha, irei dizer que larguei meu emprego para virar modelo, irão rir da minha cara.
Em falar em casamento, é daqui a duas semanas e não tenho vestido para ir, são algumas horas de viagem e só de pensar nisso já me canso, detesto casamentos, como já havia dito antes, não por inveja mas por que não saber se um dia viverei isso de fato, já coloquei na minha cabeça que isso não é para mim.
Na hora que penso isso o sorriso de Josh vem em minha mente, preciso falar com Josh sobre isso, ele não conhece ninguém da minha família e vou pedir para ele ir comigo, eu sei que é recente mas ele me deve, ajudei a salvar a pele do Krystian quando nos conhecemos, me deve esse favor.
Impedi Josh de cometer um assassinato quando a fúria subiu a cabeça. Brincadeiras a parte, me sinto nervosa por conversar isso com Joshua, estamos juntos a pouco tempo e pareço precipitada com isso, talvez eu seja mas ouvir a mesma coisa em todos os compromissos de família, perguntando se estou com alguém é chato é exaustivo, ainda mais quando se repete a mesma afrase sempre.
Minha vó pergunta toda vez que me vê, diz que vê em meus olhos falta de amor, de afeto, e ela esta certa. Só não queria procurar atenção e carinho em alguém e em troca estar em um relacionamento sozinha, já vivi isso e foi uma experiência ruim, bem ruim.
Depois eu penso nisso, uma coisa de cada ver, as portas do elevador voltam a se abrir e sorrio para o porteiro de meia idade, ele sorri de volta me cumprimentando, abre a porta da portaria, agradeço com um aceno de cabeça, por sorte um taxi deixava um passageiro do outro lado da rua, corro até ele dando o endereço da empresa.
No caminho pensava como Sina e Noah mudaram tudo em minha vida com seus encontros frustrados, todos me ensinaram coisas, algumas ruins mas também teve suas coisas boas, já sai com um ex militar e ele me ensinou defesa pessoal, tudo isso enquanto Sina e Noah transavam no banheiro do restaurante.
Poderia escrever um livro com todos meus encontros, daria um bom livro com boas risadas. Em poucos minutos o carro para em frente a empresa, pago o motorista e saio do automóvel, o porteiro do prédio me recebi com um sorriso formal nos lábios, como ainda sou funcionária, tenho a permissão de subir sem ser avisada e assim faço, entro no elevador determinada a ser minha última vez nessa empresa.
Não esqueçam da "⭐" pois ajuda demais e comentem, os comentários me motivam a continuar.💕

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Feels
RomanceO quê acontece quando você é forçada a ir em um jantar para acompanhar sua amiga? Muitas coisas inusitadas e talvez surpreendentes e foi o que aconteceu comigo, eu conheci ele. Fanfic de minha autoria. ⚠️ Aceito adaptações somente com os devidos cré...