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Any Gabrielly

Após esse encontro inesperado que não foi um encontro. Só saí pois ficar em casa era pior. Josh me deixou na porta do meu prédio e foi para casa, foi a coisa mais inusitada que já fiz na vida, sair com o cara que meus amigos me jogaram. Uma coisa foi boa, aprendi a jogar boliche.

Jogo minha bolsa no sofá e caminho até a cozinha, pego um copo e o preencho com água, bebo um gole me encostando na pia pensativa. Faz muito tempo que não ligo para meus pais, sinceramente nem sei se lembram de mim pois não dei notícias e eles nem procuraram saber se estou bem. Parece que a irmã do meio ficou para trás. Lamar no começo me ligava, perguntava como estava me adaptando a nova vida mas depois parece ter apagado meu número de sua agenda. Eu não preciso deles, fico feliz que estejam bem, saí de casa por um motivo: Independência financeira e espaço.

Dividir o mesmo quarto que sua irmã mais nova já não dava mais, não odeio minha família por ter saído de casa, não é isso, só perdi contato. Não me vejo nos almoços de domingo, nas festas de final de ano ou aniversários, mando presentes pelo correio e um cartão escrito a mão, eu sei que Lamar está cuidando deles por mim e Belinha, pegou meu antigo quarto que dividiamos e transformou como quis.

E eu, eu comprei um apartamento completo, não precisei comprar nada de eletrodomésticos ou coisas parecidas. Só o que fiz foi trazer minhas roupas, fui abençoada com uma máquina lava e seca que facilita o processo e alimenta minha preguiça. Estou realmente cansada pois não tenho coragem de sair da cozinha e tomar um banho... mas preciso.

Vou até meu quarto e pego o que preciso, ligo o chuveiro e coloco a primeira música que aparece no meu celular. Adentro o box e deixo que a água pelo menos alivie o cansaço que sinto, meus pés doem e sei o motivo, andar com um salto alto e ainda jogar boliche com ele. Tinha esquecido completamente desse detalhe e agora meus pés estão me cobrando.

A música é pausada quando uma mensagem chega, caralho, bem na hora do refrão. Seco minhas mãos e desbloqueio a tela, Noah me mandou mensagem e nela dizia que reservou um horário no restaurante perto de seu trabalho e que precisava de um favor meu e de Josh. Eu deveria me preocupar? Deveria mas o que quero é terminar meu banho e me jogar em minha cama, respondo apenas com um OK e volto a ouvir minha música e tomar meu banho.

[...]

E mais um dia se inicia, eu só queria duas semanas de férias coisa que meu chefe está me devendo. A sua foda temporária ganhou três semanas de folga, segundo ela foi para visitar os pais só que o baba ovo do meu chefe esqueceu que ela é órfã, perdeu os pais quando tinha Dez anos, foi para um lar de acolhimento, foi adotada por um casal rico que anos depois faleceu e quem erdou a herança? Isso mesmo.

Meu chefe é mulherengo mas também é burro, até o nosso funcionário que só entende em libras sabe que é mentira. É tão vergonhoso um cara da alta sociedade, com família rica ser tão burro. Como eu sei disso? Isso vai deixar meu chefe ainda mais burro pois a fofoca se espalhou pelo prédio inteiro, todos os funcionários, advogados, acionistas e impreeendendores sabem.

O assunto virou pauta em uma roda de amigos em um bar renomado aqui perto, seus colegas riam da sua cara e da sua falta de inteligência. Eu não comento nada pois um deslize posso ser demitida mas não chegaria ao ponto de dormir com meu chefe para manter meu emprego, nunca faria isso.

– Soares, preciso de Oito cópias desses papéis impressos na minha mesa em cinco minutos. – Lyzie a diversão temporária do meu chefe "ordena", jogando os papéis em minha mesa. Ela ainda não entendeu que é só um passa tempo e que nunca irá comandar isso de fato.

– É tão constrangedor! – Lívia, uma das funcionárias do sócio do meu chefe diz, ao se aproximar da minha mesa.

– Eu espero o dia que ele dê um pé na bunda dela no horário de trabalho, precisamos ver essa cena. Ninguém suporta essa mulher! – Digo por todos os funcionários pois ela já foi praguejada em todos os corredores possíveis dessa empresa.

– Espero não ser meu dia de folga. – Diz me fazendo rir. – Any me responde uma coisa... – Ela se aproxima minimamente para falar mais baixo. – Seu chefe já deu em cima de você? – Essa pergunta veio de surpresa.

– Já, o seu chefe já deu em cima de você? – Devolvo a pergunta e ela assenti.

– Isso é um fetiche? Ou desejo sexual por secretarias? – Questiona me fazendo rir.

– Não sei e nem quero descobrir, não quero perder meu emprego. – Digo, voltando a digitar em meu computador.

– Quando seu chefe der um pé na bunda da aspirante a periguete, você me avisa, quero comemorar. – Pedi me fazendo rir.

– Pode deixar. – Asseguro, quando a mesma chega ao elevador.

Volto ao meu trabalho, digitando em meu computador, revisando contratos que meu chefe precisa assinar. Algumas horas se passam e a hora do almoço chegar, para fugir do meu chefe prefiro comer no restaurante, quando estou cansada como em minha mesa mesmo, peço algo rápido de comer e trabalho enquanto como mas com meu chefe soltando suas asas para cima de mim, prefiro não ficar aqui quando quase todos estão almoçando nos restaurantes aqui perto.

Noah combinou de jantarmos em um restaurante pois precisa de um favor, isso é: Mais coisas que irei cobrar dele em um futuro próximo. Saio do elevador procurando meu celular na intenção de chamar um carro por aplicativo mas paro quando alguém arranha a garganta.

– O quê você está fazendo aqui? – Pergunto após ver Josh encostado no seu carro, de braços cruzados na porta do meu trabalho.

– É assim que cumprimenta seus amigos? – Pergunta se desencostando do veiculo.

– Não somos amigos. – Sibilo, arrumando a alça da minha bolsa que escorregou do meu ombro.

– Palavras machucam. – Diz ao por as mãos no bolso.

– O que você quer? – Pergunto um pouco impaciente, meu dia foi corrido e estressante, o que menos quero é picuinhas com o amigo do ficante da minha amiga.

– Vamos ao mesmo jantar, pensei que pudesse dar uma carona para você. – Diz pegando as chaves do seu carro no bolso.

– Noah chamou você também? – Questiono, o mesmo assenti sem dizer nada.  – Agora fiquei com medo. – Digo ao guardar meu celular na bolsa. – Pelo menos não irei gastar dinheiro com taxi. – Comemoro ao descer as escadas, ao chegar perto do carro Josh abre a porta para mim e solta aquele sorriso cafajeste que me faz revirar os olhos.

– Viu, eu sei ser cavalheiro. – Diz ao fechar a porta.

– Vamos rápido. – Ordeno e ele sorri.

–Deveria ser mais doce senhorita. – Diz me provocando, ele já sacou que me irrito quando falam do modo que o trato.

– Com quem eu gosto, eu sou. – Devolvo e ele finge ficar triste, batendo o dedo polegar na porta e se afastando.

Não esqueçam da "⭐" pois ajuda demais e comentem, os comentários me motivam a continuar.💕

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