Capítulo 3 - Dean

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– Como é que a gente vai sair dessa?

Sam, que geralmente era o mais frio em situações como aquela, estava bem mais nervoso que o normal. Eu sinceramente não sabia o que responder.

– Dean! – chamou minha atenção.

– Olha, não sei você, maninho, mas eu não tô a fim de morrer mais cedo que o previsto com um tiro na cabeça enquanto dirijo – o encarei por um momento. – Vamos fazer o que os caras estão mandando.

– Tá falando sério?!

– Se a gente tiver sorte, só vão pensar que somos dois pirados e nos expulsar da cidade, o que, pra mim, tá de bom tamanho. Só quero sombra e água fresca. Matamos os vampiros, é o que importa.

– É, e os corpos ficaram lá, pra qualquer um ver!

– Cê tem uma ideia melhor do que deveríamos fazer? Porque fugir tá fora de questão e não dá pra voltar atrás dos corpos e queimá-los. Só podemos seguir em frente agora se quisermos ficar vivos.

Sam ficou quieto, sabendo que estávamos encurralados. Eu tentei ser minimamente otimista, pensando nas milhares de formas que poderia fingir ser louco pra que eles nos deixassem ir embora. Bater de frente não adiantaria nada, e se já desconfiavam que éramos falsos agentes, não tínhamos nenhuma carta na manga que pudéssemos usar para deixá-los com um pouco de medo.

Então, sob a escolta dos dois mal-encarados, retornamos à Charming, dirigindo até uma oficina, a Teller-Morrow. O portão da oficina foi fechado e não demorou muito para que outras pessoas, algumas com coletes, dessem as caras pra nos cercar. O loiro desceu de sua Harley e tirou sua arma da cintura, a mantendo apontada para a gente.

– Saiam – mandou, e obedecemos, analisando quem nos cercava. – Deixe a chave. Juice, revista o carro.

Engoli a seco, encarando Sam.

– Não mexe com a Baby – o avisei.

– Quem é Baby, seu palhaço? – ele franziu o cenho.

– O Impala – Sam respondeu mal humorado.

– Ah, tenha dó!

Gente demais com armas demais. Seria impossível sair dali com vida se tentássemos fugir. Sam estava furioso em ter de estar sob a mira deles, mas eu tive de lembrá-lo de manter a calma.

– Quem são? – alguém perguntou.

Ele não se deu ao trabalho de responder, já que ele mesmo não sabia.

– Lá dentro – disse impaciente. – Todo o resto fora, ninguém entra.

Alguns dos outros membros foram rápidos em se dispersar e fazer o que ele estava mandando, além de abrir caminho.

Nós dois fomos empurrados para dentro do que imaginei ser a sede do clube deles. Mais se parecia um bar, cheio de mesas dispostas e uma área de bebidas, mesa de sinuca e alguns sofás. Parecia até aconchegante, definitivamente o tipo de lugar que eu gostaria de conhecer se não estivesse naquela situação de merda.

Não demorou muito para que nós fôssemos revistados e nossas armas fossem tiradas de nós, assim como os distintivos falsos e outros documentos. Fomos expostos como ovelhas sem lã ali.

– Vocês, sentem aí – ele se referiu à uma das mesas à nossa frente. – Mãos em cima da mesa.

Como ele mandou, nós continuamos obedecendo. Logo ele e o tal de Chibs, um sujeito bem mais velho com um Sorriso de Glasgow, se sentaram conosco, as armas apontadas para nós.

– Comecem a falar.

– Falar o que? – Sam se fez de bobo, me olhando.

– Quem são vocês? Por que estão em Charming?

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