Capítulo 27 - Jax

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Trago um plot twist que vocês não viram chegando! Perdão pela demora.

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Calor.

Um calor convidativo e aconchegante como um abraço de mãe, uma sensação de segurança que o colo de um pai provém. Cheiro de terra molhada após uma chuva de verão e o frescor da brisa no rosto.

Quando abri meus olhos, eu estava em casa. No quintal de casa, em Charming. Eu olhei ao redor, percebendo meus velhos brinquedos de criança espalhados pelo gramado e me dei conta de que estava sentado em um balanço, segurando uma das correntes para me apoiar enquanto minha outra mão se ocupava com uma maçã.

Por curiosidade, mordi a fruta, e fiquei surpreso com a doçura dela. Nunca tinha provado nada tão doce quanto aquela maçã.

– Eu sinto muito, Jackson.

Uma onda de medo percorreu meu corpo da cabeça aos pés ao ouvir uma voz desconhecida. Quando ergui a cabeça, uma mulher corpulenta em um longo vestido branco e cabelos compridos da mesma cor parecia me observar...

... Mesmo sem seus olhos nas cavidades oculares...

– Quem é você? – minhas mãos começaram a suar.

– Você sabe quem eu sou, já nos conhecemos – ela se agachou à minha frente. – Não era pra ser você, mas você rejeitou um destino e agora é tudo o que me resta – suas sobrancelhas se curvaram de uma forma tão tensa que pensei que ela fosse chorar ali mesmo. – Coloquei escolhas à sua frente, e você escolheu seu destino quando tocou naquela espada, mesmo não sabendo.

– Moça, do que tá falando?

– Isso tudo vai fazer sentido, eu prometo. Se um dia nos vermos de novo, talvez queira me matar por isso, mas quero que saiba... – ela se levantou devagar, sem jamais desviar a atenção de mim. – Você é a melhor escolha disponível pra essa missão. Espero que um dia me perdoe.

– Perdoar pelo que?

– Pelo fogo do Inferno, pelo escarlate no Céu, e pelas cinzas na Terra. Você escreverá a história com o sangue que mancha as suas mãos.

Ela pôs as mãos nos meus ombros e então me empurrou do balanço.

Com um chute, abri os olhos assustado, arfando enquanto olhava ao redor e tentava me situar de onde estava.

– Ei, ei, calma, cê tava sonhando – a voz de Dean chamou minha atenção.

O Impala, claro, estávamos na estrada de novo.

Estava um breu ao nosso redor, os vidros do carro embaçados pelas nossas respirações.

Dean tinha estacionado o Impala debaixo de algumas árvores pra que pudéssemos dar uma pausa pro descanso. Deixei minha Harley bem em frente ao carro, pra não perdê-la de vista, mas não conseguia enxergar ela.

– Tá tudo bem? – ele se virou pra me encarar.

– Tá, sim, só um sonho esquisito.

Mais um sonho esquisito, cê quer dizer. Cê tá bem mesmo?

– Já disse que tô – revirei os olhos. – Para de bancar a minha mãe.

– Tá, desculpa – Dean ergueu as mãos em rendição e então cruzou os braços contra o peito.

Irritado saí do Impala, me sentando na Harley enquanto tirava uma lanterna do bolso e meu bloco de notas, tentando me livrar daquela sensação ruim que o pesadelo deixava pairar na minha cabeça escrevendo o máximo de coisas que eu conseguia me lembrar.

Bad CompanyOnde histórias criam vida. Descubra agora