Capítulo 15 - Sam

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Já fazia algumas horas desde que a besta estava trancafiada em um dos quartos e em nenhum momento ela havia parado de gritar.

Estávamos todos putos com isso, mas Bobby, principalmente, porque a desgraçada não parava de fazer a casa tremer e desde que a isolamos, uma forte tempestade caiu sobre Sioux Falls, com direito a dezenas de raios e trovões. Além de ser um pé no saco, ia acabar com todos nós só pra escapar dali.

Como um demônio em uma Armadilha do Diabo conseguia fazer um estrago daqueles era algo que eu não conseguia entender.

– Então deixa eu ver se entendi direito... – Bobby começou a falar enquanto abria mais uma cerveja na cozinha, oferecendo uma à Gemma e Jax antes de se virar para Dean. – Você quer encontrar uma cura pra algo que não pode ser curado? Quer reverter à humana uma diaba dessas? Olha, Dean, eu quero ser otimista, mas você tá atrás de algo impossível.

– O pai mencionou um Cavaleiro do Inferno chamado Abaddon no diário dele, ele tinha capturado um demônio que tinha contato com esse Cavaleiro.

– Mas é tudo que o pai escreveu sobre isso – eu cruzei os braços. – Não sabemos quase nada sobre Cavaleiros do Inferno e menos ainda sobre esse tal de Abaddon, e pra piorar, sabemos menos ainda sobre Cain. Talvez tenha sido sorte você não ter sido morto por ele, mas Dean, eu duvido muito que a gente saia vivo de um encontro com ele se cruzarmos caminho. O demônio mais velho da história da humanidade tentou matar a Daisy e a criança, então não tem nada que o impeça de matar a gente e qualquer um no meio. Eu não vou arriscar os nossos pescoços por ela.

– Eu tô com o Sam nessa – Bobby suspirou.

– É, eu também – Jax concordou. – É uma pena mesmo a gente não saber como matar essa filha da puta.

Dean se virou pra encarar Jax com indignação, mas o motoqueiro nem se abalou. Estávamos todos cansados.

– Olha, se ela continuar berrando desse jeito e mantendo essa tempestade, não vai demorar muito pra atrair outros pra cá, e se ela destruir a casa, estamos todos ferrados – Bobby continuou. – Alguém tem que ir lá e acalmar a fera.

– Ela não vai querer falar comigo – Dean se sentou em uma cadeira. – E menos ainda com o Jax.

– Duvido muito que me ouça – Bobby deu de ombros.

Gemma então me encarou, e logo os outros fizeram o mesmo.

– Ah, não, não, não, de jeito nenhum! – comecei a me afastar. – Prefiro levar uma surra a falar com aquele monstro!

– Usa seu QI de gênio pra alguma coisa – Dean sorriu debochadamente.

– Prefiro morrer!

Outro grande tremor na casa fez mais poeira cair sobre nós.

– Não interessa qual dos dois, mas alguém tem que fazer a coisa se acalmar antes que ela destrua a minha casa! – Bobby pediu nervoso.

– Vamos decidir isso à moda antiga – Dean se aproximou de mim com as mãos em posição para jogar.

Revirei os olhos e endireitei minha postura, preparando as mãos para jogar pedra, papel e tesoura. Batemos os punhos contra nossas mãos abertas três vezes antes de jogar.

Dean sempre escolhia tesoura, então obviamente eu escolhi pedra.

Mas daquela vez ele tinha escolhido papel.

Nos encaramos descrentes, ele abrindo a boca em choque. Jax e Gemma trocaram olhares confusos com Bobby, que apenas deu de ombros e revirou os olhos por causa da gente.

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