Capítulo 19 - Sam

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É, eu sumi, não que vocês se importem. Tive um bloqueio lascado com essa fanfic e meti a cara pra tirar a minha de The Boys do limbo que enfiei ela por um ano, e deu certo. Eu simplesmente não conseguia escrever o POV do Sam, nem da Daisy, nem de uma outra personagem que logo logo vai dar as caras, e ontem, quando tentei escrever, esse capítulo saiu desse jeito. Eu não pretendia dar passagem de tempo, nem dar certas aparições nesse capítulo, mas ele se escreveu sozinho, então aqui estamos.

~

Aquela visão era algo que eu não tinha as palavras certas para descrever, mesmo que não fosse a primeira vez que me deparava com aquele lugar.

Eu estava no escuro, em algum lugar úmido, mas o único ponto de luz que eu conseguia detectar era de um tom de vermelho profundo como sangue, e o mundo que me cercava era muito quente, como se fosse uma estufa infernal.

O cheiro de sangue estava no ar e eu não conseguia fugir dele. Não conseguia mover meu corpo e me sentia fraco, pesado, sufocando lentamente.

Ouvi passos não muito distantes de mim e senti uma onda de medo como nunca antes quando avistei uma silhueta que surgiu abaixo da luz vermelha.

Uma forma esguia e demoníaca em seus enormes chifres. Eu conseguia ver suas garras negras, conseguia ver o manto que a cobria, um manto feito de carne. Não conseguia enxergar seu rosto, mas seus olhos vermelhos brilhavam, me encarando de volta. Engoli a seco, sentindo meu estômago revirar.

A luz vermelha se apagou subitamente e eu me vi encurralado, como tantas vezes antes, vezes onde eu não tinha como e nem para onde fugir.

Dedos absurdamente fortes se fecharam ao redor do meu pescoço e eu senti meu corpo ser erguido como se fosse de pano. Queria me debater, mas não conseguia encontrar forças pra isso.

Pare de fugir, Sam Winchester. Não pode escapar do seu destino.

A sensação de chutar o ar me acordou.

Percebi que ainda estava na cama que havia improvisado com um saco de dormir no chão da casa abandonada em que estávamos. Meu rosto e meu peito estavam encharcados de suor, o gosto de ferro era estranho em minha boca.

Me sentia doente, febril, mole, quase como se ainda estivesse dormindo.

– Daisy?

Acendi o lampião ao meu lado e me dei conta de que Daisy não estava no sofá. Me pus de pé em um salto, sentindo meus instintos gritarem que algo estava errado, como quase todas as vezes que sentia que estávamos seguros em algum lugar. Eu sabia que nunca deveria contar com a sorte, já que os sigilos que desenhávamos podiam falhar, mas eu tinha um pouco de fé e gostava de pensar que eles bastariam ao menos para nos manter seguros à noite.

Eu geralmente estava errado.

Fazia quatro meses que corríamos de um lado para o outro no país, interrogando demônios, matando outros mais, mesmo que eu não concordasse. Vez ou outra Ruby dava as caras com o suposto pretexto de ajudar, deixando recados de Dean e Bobby para a gente, mas não conseguimos confiar nela plenamente, porque, via de regra, se ela, que era um demônio qualquer, conseguia nos encontrar, não tínhamos nenhuma garantia de que estaríamos protegidos de outros demônios piores.

Então continuávamos em fuga.

Ultimamente Daisy não se sentia tranquila em lugar nenhum, constantemente preocupada em dar de cara com Cain de novo, e mantinha a Primeira Lâmina consigo o tempo todo. Quase não descansava, quase não comia, e mais de uma vez eu tive que sedá-la com remédios para dormir antes que ela tivesse um colapso ou matasse alguém.

Bad CompanyOnde histórias criam vida. Descubra agora