Capítulo 30 - Dean

35 3 0
                                    

Se eu pudesse descrever o que era estar no paraíso, talvez eu pudesse começar com aquela parte. Óbvio, não era tudo, estava longe de ser felicidade plena, e talvez minha consciência estivesse tentando me destruir por não estar caçando tanto quanto antes, mas, Deus...

Acordar em uma cama confortável sentindo o calor dele ao meu lado, sabendo que nenhum de nós iria pra lugar algum...

Sentir suas mãos me segurando firmemente em um abraço sufocante, me deixando sem fôlego a cada beijo trocado como se as nossas vidas dependessem daquilo, sua boca em minha nuca enquanto ele me segurava pelos cabelos e me masturbava do jeito que eu mais gostava...

Se pudesse começar a descrever o começo perfeito de um dia, começaria por ali. Pra deixar tudo melhor, adicionaria o fato de como ele sabe exatamente o que fazer com seu pau enquanto me monta por trás e me deixa com as pernas bambas depois de uma gozada violenta.

Talvez a única coisa que estrague as coisas depois da diversão sejam as borboletas no meu estômago toda vez que olho pra ele, deitado ao meu lado. As borboletas fazem eu me sentir uma garotinha apaixonada e eu odeio isso.

Queria curtir os momentos por inteiro, mas depois que volto a mim não consigo parar de pensar na minha falta de comprometimento como caçador, não visitando Sam e Adrien tanto quanto deveria, mas tentando compensar sendo um bom pai para Amy, o mais presente que posso ser, assim como Jax tenta participar da vida de Ben.

Meu tempo estava cada vez mais curto, mas eu me esforçava para viver cada dia da melhor forma que podia e não deixar meus problemas à mostra, pra não deixar Suzie preocupada.

O que não mudava o fato de que Jax estava tentando esconder seu desespero. Sempre que ele pensava que eu tinha caído no sono, saía de mansinho do quarto para ficar na sala de estar, com várias abas abertas no navegador do notebook, pesquisando coisas e falando com Sam no celular.

Sem contar nos sonhos malucos que ele continuava tendo, se recusando a conversar sobre eles. Tive trabalho pra achar o esconderijo dos diários dele e tive que ser rápido em ler o que pude deles antes que ele acordasse e me pegasse no flagra, mas eu não consegui ler aquelas coisas e ficar numa boa.

Sonhava com a mesma garota há semanas, reclamando do quão maluca a situação parecia ser - uma menina desconhecida que dizia nos conhecer e insistia pra que ele fosse até Roanoke falar com ela. Ele culpava Daisy e a espada por aquele fardo irritante, e parecia ter medo do que seus sonhos poderiam significar. Não falava deles nem mesmo com Gemma.

Ter uma sogra era estranho pra cacete, mas não nego que estava me divertindo com a situação toda.

A gente definitivamente não era o casal mais estranho, nem Sam e Daisy.

Quando decidimos ir todos juntos visitar Sam e ver como ele estava se saindo com a pequena Adrien, as coisas... Se revelaram entre todos nós.

Sam estava morando em um bunker que era praticamente o paraíso nerd dele, com livros cheios de informação sobre coisas que nós nunca nem tínhamos caçado na vida, e estava cheio de ingredientes para os mais variados feitiços - e armas, carros, coisa fina. Adrien estava crescendo bem, e como era de se esperar, era um grude com Sam, que teve que se virar na cozinha, insistindo em preparar uma ceia pra gente mesmo com Adrien no colo.

Era estranho estarmos todos reunidos na cozinha como uma grande família de desajustados.

Só que nenhum de nós fazia ideia do quão família nós éramos até descobrirmos porque a curiosidade matou o gato.

Começou de um jeito sutil - depois que eu me atentei aos sinais, tempos depois, olhares muito longos, toques nos ombros, troca de risos frouxos... Bobby e Gemma tinham se tornado bons amigos, ao que parecia.

Bad CompanyOnde histórias criam vida. Descubra agora