Capítulo 2 - Jax

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– O que foi, Jax?

A voz de Tara me trouxe de volta à realidade por um momento. Vi os dois estranhos se afastando, acompanhados de uma enfermeira, e esperei que ela voltasse para perguntar quem eram.

– FBI – ela respondeu com o que parecia ser receio, trocando um olhar preocupado com Tara.

– O que queriam?

– Estão aqui investigando os ataques de animal, nada de mais – ela deu de ombros. – Com licença – se afastou, os passos apressados de quem não queria falar comigo, obviamente.

– Qual é o problema? – Tara me encarou.

– Nada, nada com o que se preocupar – disfarcei com um sorriso. – Tenho que ir. Te vejo mais tarde?

Não esperei por uma resposta.

Sem perder tempo, subi na Harley e fui rapidamente para a sede do clube, já que teria que trabalhar. Assim que cheguei, procurei por Clay, que nos disse ter fechado negócio com os Niners, distribuindo nosso pagamento com o aviso de gastarmos conscientemente porque ele não sabia quando teríamos grana como aquela de novo.

Foi quando Juice apareceu, chamando a nossa atenção.

– Meu informante da prefeitura acabou de dizer que Hale conseguiu um mandato para vasculhar nosso depósito.

Era só o que faltava, me irritei. Investigação de ataques de animal porra nenhuma! Chamei Clay para conversar na capela.

– Onde é o incêndio desta vez? – ele suspirou, se sentando em sua cadeira e me encarando com desgosto.

– O FBI tá na cidade.

Sua cara, que já era pálida, ficou ainda mais branca por um momento.

– Fazendo o que?

– A enfermeira que atendeu os dois disse que estão aqui investigando os ataques de animal, mas pode ser mentira. E se estiverem aqui por causa do lance do depósito? Se Hale conseguir o mandato, deve ser pra eles.

– Puta merda... – ele tombou a cabeça para trás.

– Que foi?

– Tig me contou que estava pegando as duas mexicanas ilegais que deixamos tomando conta do armazém.

– Tem DNA dele nelas – concluí e fechei os olhos, apertando a ponte do nariz por um momento. – Aquele imbecil.

– Chame os outros.

Me levantei rapidamente e abri a porta, chamando os outros membros para aquela maldita reunião de última hora.

Tig, sempre Tig fazendo alguma merda.

O nosso depósito ficava dentro do condado de San Joaquin, o que significava que Hale precisaria esperar alguns dias até que o condado disponibilizasse uma unidade forense para analisar os dois cadáveres.

Se o DNA de Tig fosse detectado ali, a ATF ficaria no nosso pé.

E se o FBI já estava na cidade, a coisa toda poderia ficar ainda pior pra nós e ninguém precisava de mais dor de cabeça.

O que precisávamos era criar uma distração, outra cena de crime para tirar todos aqueles babacas dos nossos pés, mas Clay queria tempo para conversar com Unser na esperança de colocar Hale em rédeas curtas e, com sorte, manter os federais longe da gente.

Obviamente, os rapazes queriam derramar sangue. Matar alguns Nords, mandar uma mensagem, dois coelhos com uma cajadada, mas eu não estava a fim de matar ninguém. Estava de saco cheio de tudo aquilo.

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