Capítulo 7 - Dean

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Eu já tinha visto muita coisa na vida.

Cenas de crime horrendas, corpos nos mais variados estados de decomposição e mutilação, monstros capazes de provocar estragos que Hollywood nenhuma seria capaz de recriar com tamanha precisão.

Mas eu nunca me acostumaria com os horrores da vida comum, ainda mais se tratando de um suicídio.

Ver algo daquele tipo acontecer bem na minha frente me paralisou por alguns segundos, mas me obriguei a agir e sair do carro para acudir Jax, que caiu de joelhos no chão, arfando com dificuldade para respirar.

Gritei por ajuda até que algumas pessoas saíram de dentro do hospital, um enfermeiro me ajudando a tirar Jax dali.

A julgar pela reação, ele sabia quem tinha morrido. Eu nem conseguia imaginar como ele se sentia com aquilo.

A médica com quem o vi conversando antes apareceu com outros enfermeiros, assustada em vê-lo daquele jeito.

– O que aconteceu?

– Alguém se jogou de algum andar do hospital, bem na nossa frente – expliquei. – Ele tá em choque.

– Verifique Wendy Case agora mesmo – ela se virou para um enfermeiro, que se afastou às pressas. – Pode deixá-lo conosco – me fitou e eu assenti, me afastando enquanto o levavam para ser atendido.

Me obriguei a voltar para a entrada do hospital, que começava a se encher de curiosos. Alguém da equipe médica constatou a morte da mulher. Quando percebi alguém tirando o celular do bolso, provavelmente para tirar uma foto, tirei meu distintivo falso do bolso e mandei se afastar.

– Já chamaram a polícia? – perguntei ao segurança.

– Sim.

– Não podemos deixar o corpo dela exposto assim, poderia trazer um lençol ou algo do tipo?

O segurança assentiu e se afastou. Meu celular começou a tocar.

– Onde você tá? – Sam perguntou.

– Eu tô no Saint Thomas.

– Você tá bem?

– Tô, mas... Aconteceu uma coisa.

– O que? Os vampiros apareceram?

– Não. Eu vim pra deixar o Jax aqui, mas... Na hora em que ele saiu do carro... Uma mulher se jogou do alto do hospital, morreu bem na frente dele. O cara entrou em choque, acho que era a ex-mulher dele.

– Meu Deus, Dean!

– É, e eu tô bem perto porque tem uns curiosos aqui – resmunguei

– É uma situação... No mínimo complicada. Tô feliz que você esteja ajudando o cara, mas, Dean, nós temos problemas maiores pra resolver.

– É, eu sei, mas agora eu tô com dó de deixar o cara sozinho.

– Qual é, Dean? Ele tem família, não tem? Temos outras pessoas pra ajudar, não podemos ficar parados aqui na cidade, os vampiros podem atacar outras pessoas e a gente tá aqui ainda.

– Tá, você tem razão. Vou entrar em contato com eles e avisar o que tá acontecendo, ligo depois.

– Okay – e desligou.

Aquela madrugada estava cada vez mais esquisita.

Tive que esperar a polícia local aparecer para que o corpo pudesse ser removido dali e eu dar o meu depoimento, e então pegar o depoimento de Jax, o que demorou mais do que deveria.

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