Um bar de beira de estrada, do jeito que eu gostava.
Um pouco mais agitado que o normal, outro ponto interessante, mas não era o cheiro humano que eu farejava ali. Não tinha nenhum humano por perto, o que era ótimo. Quando abri a porta e entrei, os olhos de todos os lobisomens se voltaram para mim.
Não tinha como ser discreta com o tamanho da minha barriga, mas é claro que A Primeira Lâmina e A Marca eram a cereja do bolo.
Todos se levantaram, e foi como se a música tivesse morrido, ainda que a jukebox velha no canto do bar estivesse no volume máximo. Ignorei as caras feias que estavam fazendo e caminhei numa boa até a máquina para escolher uma música mais adequada para aquela ocasião. Selecionei ''Thunderstruck'', do AC/DC, e me virei para eles.
– Então, quem quer começar?
Alguns se entreolharam, e os que estavam no bar, bebendo cerveja, quebraram suas garrafas, chamando os demais para acompanhá-los e me circundar, avançando em minha direção.
Ótimo, direto ao assunto, do jeito que eu queria.
A melhor parte da matança era sentir o sangue quente em minhas mãos, ouvi-los se engasgar com ele enquanto lutavam inutilmente contra mim. Era poético, quase, quando um bando de monstros decidiam unir forças pra me atacar, pondo a sobrevivência acima do orgulho.
Uma pena que não tivessem a menor chance contra mim. Cain havia me ensinado direito, e sua maior lição foi não mostrar misericórdia. Misericórdia era para os fracos, e em uma situação de vida ou morte, significava perder.
Estava arrancando o coração do último lobisomem quando ouvi a porta se abrir, e Sam surgir com sua pistola em mãos, olhando ao redor confuso. Joguei o coração do lobisomem na direção dele.
– O que foi que eu disse sobre me esperar? – se irritou.
– Você demorou demais – dei de ombros. – Cansei de esperar.
– Não foi esse o acordo.
– Desculpa, mas pelo menos eu terminei o serviço rápido.
– É, e em compensação tem um bar cheio de gente morta, mais uma manchete pros jornais e mais pistas pros demônios seguindo a gente!
– Não é como se a gente não pudesse despistá-los também... – fui para o bar, procurando algo que pudesse beber, mas não encontrando nada que prestasse. Estava com fome.
– Você é teimosa – bufou. – Não podemos deixar essa bagunça à vista.
– Será que você poderia parar de reclamar e relaxar por dois segundos? – o encarei. – Só comemora a vitória. Era um bando de lobisomens, foi um trabalho rápido e não deixei testemunhas.
– Não, só essa bagunça.
– Tô dando serviço pros policiais desse fim de mundo, deveria me agradecer por isso.
– Aterrorizar pessoas de uma cidade interiorana não é coisa pra se agradecer, Daisy – suspirou.
– Tá bom, tá bom – fiz um gesto de rendição. – Desculpe pela bagunça. Por que não senta e bebe um pouco?
– No meio de uma caçada? – franziu o cenho.
– A caçada acabou, Samuel, apenas curte a vitória.
– Difícil curtir uma vitória com um monte de cadáveres por perto.
Revirei os olhos, cansada de insistir, e fui para a cozinha procurar por algo decente pra comer. Alguém deixou um monte de batatas fritas prontas para serem retiradas e um hambúrguer, provavelmente pedido de alguém, e eu não perdi tempo em devorá-los.
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Bad Company
FanfictionDepois de fazer um pacto para ressuscitar seu irmão Sam, Dean Winchester sabe que terá muito trabalho para fazer em seu último ano de vida antes de ir para o Inferno. Em uma de suas caçadas, os irmãos Winchester acabam conhecendo a pequena e ensolar...