Capítulo 12 - Jax

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Eu não sabia o que deveria tentar entender primeiro: o fato de sermos atacados por demônios, o fato de os demônios serem assassinados bem na nossa porta mesmo depois de Dean me dizer que a única coisa que poderia matá-los não tinha mais balas, ou o fato de que uma dita amiga do Dean aparentemente estava possuída por algo que Sam não conseguiu exorcizar.

Não tínhamos ideia do que fazer quando corremos de volta para a clubhouse, então eu apenas gritei para Gemma se esconder em um lugar seguro, dizendo que pegasse todas as armas que pudesse. Eu podia lidar comigo mesmo, mas se ela tivesse um ataque cardíaco, estaríamos ferrados.

As luzes voltaram de repente, mas não sei se era bom.

– Isso não faz sentido nenhum! – Sam dizia nervoso enquanto revirava em uma das mochilas à procura de algo. Assim que pôs as mãos no diário do pai, começou a folheá-lo furiosamente. – Não existe demônio que não se possa exorcizar, o pai saberia disso se algo do tipo existisse!

– A gente não sabe o que escapou dos Portões do Inferno naquela noite! – Dean rebateu. – Não sabemos o quão poderosos eles são e nem quantos são!

– Peraí, que negócio é esse de ''Portões do Inferno''? – encarei Dean.

Os dois me olharam ao mesmo tempo.

– Agora não – responderam juntos e eu apenas fiz um gesto de rendição.

Ouvimos batidas na porta.

– Dean, qual é?! – a tal Daisy falou. – Você me conhece, ô cacete! Não precisa se armar até os dentes pra vir pra cima de mim! Eu nunca machucaria você e nem o seu irmão!

– Você não é a Daisy! – ele respondeu irritado, pegando um facão. – Mas eu te garanto que vai sair de dentro dela e vai direto pro inferno!

A porta foi arrombada em um estrondo e a loira furiosa não parecia nem um pouco mais feliz em ouvir aquilo.

Mas eu tava me lixando. Eu tinha perguntas e precisava de respostas e grandes eram as chances de eu não ter outra oportunidade.

– Foi você quem atacou as outras filiais do meu clube, não foi?! – me virei para encará-la de frente.

– Cuidado com as perguntas que faz, Jackson – respondeu em um tom mais baixo. – Não vai ouvir as respostas que quer.

– Responde a merda da pergunta!

– Ou o que? – ergueu o queixo.

Ergui a espingarda e atirei em seu peito, fazendo-a recuar alguns passos e encarar a camiseta cheia de buracos. Quando levantou a cabeça e me encarou, eu soube que estava fodido.

Porque Daisy simplesmente cruzou a linha de sal e eu não sabia o que fazer, nem Dean, nem Sam, e minha faca estava longe demais do meu alcance. Mesmo que Dean estivesse com um facão, ele não se moveu, parecia em conflito e isso não ajudava em nada.

Ela me encurralou contra a parede, me segurando pelo pescoço como se eu fosse um boneco de pano e me erguendo como se fosse de papel.

– Daisy, para, pelo amor de Deus! – Dean encostou a ponta do facão no pescoço dela, e Sam sua espingarda. – Por favor, eu não quero machucar você!

– Foi ele quem começou – respondeu ainda me encarando com seus grandes olhos negros.

Não conseguir respirar era mais que o suficiente para que eu tentasse fazê-la me soltar, dando socos e pontapés, mas em vão.

Ela me soltou de súbito por algum outro motivo, seus olhos negros se revertendo ao azul, arregalados, e ela se afastou, arfando com certo desespero. Quando eu caí sentado para um lado, ela caiu sentada para o outro, tossindo sangue ao que parecia. Os tiros finalmente tinham surtido efeito?

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