Capítulo 27 - Vingança sabor sangue

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nota inicial: só para deixar claro que a kara nesse capítulo tem uma visão distorcida de como a lena age e fala, mas isso não quer dizer que a lena esteja realmente sendo malvada nem que ela seja realmente culpada, a kara está apenas com muita raiva e isso reflete em como ela vê a lena, que nesse caso, é como inimiga.
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kara danvers ;

Meus sentidos estavam confusos, eu não sabia quem eu era. As ambulâncias chegaram em minutos, minha família foi levada e eu não sabia se eles iriam para um hospital ou para um necrotério.

Eu estava sufocando, principalmente depois do que vi lá dentro, e não falo apenas de todo o sangue e o desespero.

Com sangue - que, eu chutaria que seria de minha mãe -, havia escrito no chão a seguinte frase: vingança tem sabor de sangue.

E então eu pensei: quem, nessa cidade, teria a coragem de fazer isso com pessoas que nunca lhe fez mal algum e é perturbada o suficiente para não se importar com as consequências?

Subo na moto de minha irmã e, na velocidade máxima me direciono a floresta de Midvale na força do ódio. Na estrada eu só pensava em como eu faria ela retribuir toda a dor que causou na minha mãe. Eu não me preocupava com o fato de ela ser mais forte e mais párea do que eu.

Naquele momento eu era melhor que todo mundo. Melhor do que Lena, melhor do que Lex, melhor do que a Tereza.

Estava amanhecendo o sol queimando o meu rosto logo cedo, mas aí, as árvores o cobriu quando passei a ir a pé até ela.

Bati em sua porta duas vezes seguidas, ela abriu em segundos, se sobressaltou quando me viu, falsamente, eu imagino.

- Você voltou - ela sorriu de forma sínica.

- Voltei para acabar com você - respondi furiosa e avancei nela com toda a minha força.

Nós caímos no chão e eu, por cima de seu corpo, lhe dei um maior soco no rosto, atingiu seu nariz, que não demorou para sangrar.

Ela tenta segurar os meus braços, mas eu me solto de suas mãos e lhe dou outro soco, e depois mais dois seguidos.

- Por favor Kara pare, eu não quero machucar você - ela disse entredentes. Mais um soco.

- Mas ainda sim machucou a minha família, sua puta - me levanto, ela não consegue fazer o mesmo e, com toda a força, lhe acerto com um chute na barriga e depois com outros dois seguidos nas costas. Ela geme em dor e agonia.

Tento me aproximar para finalizar o trabalho mas, com toda a rapidez do mundo ela me joga no chão e sinto meu braço torcer. Solto um grito, que é abafado pela pressão que minha boca faz contra a pele do meu outro braço.

A observo sair correndo para algum lugar e depois apago completamente.

pov lena luthor ;

Eu nunca havia sentido tanto na minha vida, eu me perguntava por quê. O que havia acontecido com ela. E a sua família. E porque ela achava que havia sido eu.

Luisa me disse algo antes de ir embora hoje pela madrugada: "fuja, apenas fuja como sempre faz." então ela me deu dinheiro, uns 10 mil para que eu saísse o mais rápido possível para o Canadá. Ela me encontraria lá.

Midvale faz divisa com uma floresta no Canadá, sigo em sua direção a pé e, em horas percebo a vegetação mudar para uma vegetação típica canadiense. Neve, árvores altas, solo branco, frio congelante.

Eu não podia voltar mesmo estando tão cansada que minhas pernas não aguentam o meu corpo, mesmo estando tão machucada que me desse vontade de apenas desmaiar, mesmo estando tão magoada que me desse vontade de gritar e chorar por causa dela.

Olho para as minhas próprias mãos trêmulas, estão mais brancas do que nunca, observo os meus pés descalços ganhando uma coloração azulada e sinto os meus órgãos internos começarem a funcionar de maneira mais escassa.

Paro quando vejo um cobertor azul no chão branco, com dificuldade, me inclino para pegá-lo e ele revela um corpo no chão, um homem morto. Lembro de Drake. Me envolvo no cobertor e, por mais que não tenha adiantado muita coisa, agora tenho um motivo para continuar a andar.

Ando mais uns minutos e a neve começa a cair. Lembro da Rússia, de Moscou, de papai, de Lillian. Tudo passa como um flashback na minha cabeça e tudo que me levou a chegar até aqui.

Avisto um lago congelado mais em frente e vou a sua direção. São duas opções: tentar contorna-lo, o que poderia demorar horas e anoiteceria antes de eu chegar em algum lugar ou atravessar a pé sobre ele.

Me aproximo da borda, olho para o outro lado e ponho o meu pé direito descalço sob o vidro, seu frio impiedoso me faz querer chorar, espremo meus olhos e ponho o meu pé esquerdo, passando a dar passos firmes. Eu ouvia rangidos do meu peso contra o gelo, ele não estava quebrando, mas eu estava hesitante.

Assim que chego ao meio do lago, olho para cima e vejo o céu escurecendo, escuto um barulho, atenta olho rapidamente em todas as direções e depois para baixo. O gelo quebrou.

Em um ato de desespero, passo a correr e meus passos pesados fazem o gelo se partir ainda mais e é aí que percebo a burrice que cometi. Eu não conseguiria chegar ao outro lado. Olho para a margem do rio e vejo uma figura masculina se aproximar, eu veria seu rosto se não tivesse caído na água congelante antes.

Sinto meu corpo se congelar por inteiro, o cobertor azul se separa de meu corpo e sinto que não tenho mais forças para fazer qualquer coisa, tento nadar usando minhas pernas e braços, mas uma dor insuportável atinge essas áreas.

Minha respiração começa a cessar, sinto os meus pulmões pararem de funcionar e meu coração parece palpitar, meus olhos fecham e meu corpo é levado cada vez mais para o fundo do lago.

Esse seria o meu fim, se um par de mãos grandes não tivessem puxado o meu corpo pra cima. A pressão da água sob a minha cabeça me faz desmaiar.

narrador.

Com Lena nos seus braços, o homem a leva pela floresta até a sua casa, uma modesta moradia feita exclusivamente de madeira, feita por ele próprio, já que se tratava de um carpinteiro.

Havia uma mulher, provavelmente sua esposa, que, ao ver a situação da Luthor, quis ajudar imediatamente.

Ela mandou o seu marido comprar medicamentos e antibióticos na cidade enquanto ficou para cuida-la.

Retirou suas roupas molhadas e, ao ver que a situação se tratava de algo bem mais sério, se perguntou o que teria causado aquilo. Os hematomas chegavam a dar pena sem contar o seu rosto. Ela imaginou a dor que a garota estava sentindo.

Tocou o seu peito, verificando a respiração, que não se encontrava nas melhores condições. Estava com febre e suando frio.

A cobriu com um cobertor branco, escondendo o seu corpo nu.

O homem voltou com tudo o que precisavam para tratar dos ferimentos.

- Ela está respirando bem? - ele pergunta a esposa.

- Não muito, ela engoliu muita água, os pulmões devem estar danificados.

- Ainda temos o inalador? Pode ajudá-la a respirar melhor - ele entrega as compras para a esposa e passa a procurar o aparelho pela casa. - Está aqui.

- Ótimo, eu vou cuidar disso, você faz o jantar? - ele assente e vai para a cozinha.
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notas finais: faltam apenas 5 capítulos para esta fase da história chegar ao fim, então aproveitem bastante os próximos capítulos e aguardem.

LuthorOnde histórias criam vida. Descubra agora