Kara se encontrava no hospital aguardando notícias de seus pais, da última vez que a atualizaram de algo, lhe disseram que Alex não tinha se machucado, apenas sofreu uma pequena concussão na cabeça, mas não afetou seu corpo, está desacordada desde que Kara a encontrou, ela desmaiou após entrar na ambulância.
Uma enfermeira se aproxima e informa que eles saíram de cirurgia e estão descansado, e que Kara poderia visitá-los no dia seguinte. Então a loira foi para casa descansar. Assim que chegou, pegou o seu celular e informou a Sam que faltaria mais um dia de aula. Ela já havia faltado a semana inteira.
Deitou-se no sofá de sua casa e adormeceu lá mesmo.
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Enquanto isso: Lena acorda frenética, a luz parece cega-la, ela tenta se levantar mas seu corpo estremece de dor. Os seus olhos estão tão vermelhos que sua coloração esverdeada não parece mais chamar tanta atenção.Um ataque de pânico a atinge e lágrimas começam a escorrer do seu rosto sem parar. Sua garganta doía, então ela não conseguia falar direito, tampouco gritar.
— Acalme-se, está tudo bem, ok? – a mulher se aproximou, tentando conforta-la — Eu sou Megan, eu não vou te machucar – ela sorri docemente, o que acalma Lena de certa forma.
— Olá, mocinha. Eu sou John. Respire aqui, vai ajudá-la – ele lhe entrega o inalador.
Sem falar nada, Lena pega o aparelho e o inala, sentindo como se o ar se tornasse mais leve e limpo. Os seus olhos esverdeados - agora avermelhados - se revezavam entre os rostos do casal, os analisando. Eles apenas se olhavam.
John foi até a cozinha enquanto Megan tentava se comunicar com Lena, que não respondia às suas questões. O homem voltou com um prato de comida em mãos e talheres.
— Você precisa comer, eu te achei afundando no lago, mas sinceramente você estava tão mal quanto depois de ter caído na água. – Lena quase riu, gostou dele, ele é engraçado.
— John! – a mulher interviu seu comentário — Ela pode ficar chateada.
— Não estou. – a voz que soava rouca saiu por um fio, quase não se dava para ouvir, a sua garganta a puniu pelas suas palavras.
— Olá meu amor, pode me dizer o seu nome? – Megan sorriu, um sorriso doce. Lena gostou daquilo. Não era um sorriso falso, como os dos adolescentes da escola ou dos adultos amargurados das ruas. Era algo real. Os traços de Megan passavam uma tranquilidade que Lena, nas últimas horas, pensou que nunca mais poderia sentir a não ser perto de Kara. Kara. Megan lembrava Kara.
Não sua aparência. Suas ações. O jeito verdadeiro do qual sorri. A preocupação. Aquele “meu amor”, até isso soava doce. Nada era tão doce quanto. Megan estava sendo mais carinhosa do que sua mãe jamais foi na sua vida inteira.
— Lena. – murmurou dolorosamente, mas ainda sim um murmúrio doce, tão doce como seu nome nunca jamais foi pronunciado por si mesma.
Então, ela percebeu: dependência.
Era aquilo que ela tinha com Kara. Não só amor. Mas dependência. Dependência emocional.
Lena nunca foi amada, a não ser pelo seu pai, ou mais ou menos isso. Então quando Kara se dispôs a amá-la de forma incondicional, ela se apegou tanto a isso que achou que ninguém nunca fosse amá-la tanto quanto. Mas isso não era verdade. Kara não era única no mundo. Talvez no coração de Lena, ela ainda a ama, é claro. Mas única no mundo? Não.
Megan levou a sua mão aos cabelos escuros de Lena e os acariciou. Suas feições eram delicadas e então ela sorriu de novo.
— Obrigada. – Lena pronunciou antes de fechar os olhos de novo.
...Alex acordou assustada, sua cabeça parecia que ia explodir, seu corpo tremia e está tudo escuro.
— Acalme-se, senhorita Danvers, tudo ficará bem. – um enfermeiro disse logo depois de entrar no quarto.
— Quem é você? Porque não estou vendo nada?! – ela perguntou com lágrimas caindo pelo seu rosto. Seus olhos tentavam procurar luz, mas sua visão não parecia funcionar.
— Não está vendo? – o enfermeiro parecia tão surpreso quanto ela. O médico adentrou.
— Olá senhorita Danvers, está tudo bem? – o enfermeiro chama pelo médico e sussurra algo para ele. — Senhorita Danvers – o médico se aproxima — A senhora poderia por favor seguir esta caneta com os olhos? – ele põe uma caneta sob o seu rosto e a move da esquerda para a direita. Os olhos de Alex não se mexem. — Droga – ele xinga — eu já volto, Senhorita Danvers.
Kara chega no hospital com os olhos vazios, talvez ela não tivesse mais forças para nada. O seu braço doía, ainda continuava dormente, ele não havia quebrado na queda de antes, aliás.
Ela encontrou o Dr. Vector no caminho do quarto de Alex.
— Ela está bem Dr. Vector? – ela perguntou, ele parecia nervoso.
Doutor Vector é o médico da família, cuida da família desde que Alex nasceu e vêm cuidando de toda a família a anos. Agora, ele estava sob pressão com tudo o que estava acontecendo: Jeremiah e Eliza em estado crítico e a filha mais velha com um traumatismo e cega. O que poderia ser pior? Eu respondo: a mais nova está histérica e à beira de enlouquecer.
— Eu a examinei e... Bom, eu conto quando chegarmos, tenho que explicar o que vai acontecer para ela também.
— Espere, algo vai acontecer? – ela pergunta antes de os dois entrarem no quarto.
Alex está olhando para o nada, provavelmente pensando.
— Alex! – Kara vai até o encontro da irmã e lhe abraça.
— É você? – ela perguntou, procurando com as mãos pelo rosto de sua irmã.
— O que aconteceu? – Kara percebeu que algo estava errado.
— Estou cega – Alex pronunciou.
— O quê? – Kara pergunta totalmente desacreditada.
— Por favor, sente-se – Dr. Vector pediu. — É temporário felizmente, Alex poderá voltar a ver assim que realizar um procedimento cirúrgico no cérebro.
— Procedimento cirúrgico? Isso não é perigoso?!
— Sim, qualquer cirurgia é perigosa, mas de qualquer forma, a escolha de fazer ou não o procedimento é de Alex. – ambos olham na direção de Alex. Mas ela não olhava para ninguém. Apenas disse:
— Certo. – e virou o seu corpo suavemente para o outro lado da cama, dispensando os dois do quarto.
...Kara senta numa cadeira no corredor em frente ao quarto de Alex. Vector repetiu seus movimentos e segurou sua mão.
— Eles vão ficar bem. – ele começou. — Mas olha, sei que você dispensou a polícia e os detetives no primeiro momento, mas realmente acho que deve comunicá-los do que viu e do que acha que aconteceu. Tem idéia de quem fez isso?
Kara o fitou. Escolhia entre contar ou não.
“Se contar eu te mato.” ela pensou nas palavras que Lena disse logo depois de se conhecerem, a cena da biblioteca. “Que se foda, pode vir se ainda conseguir andar, vadia” ela encarou àquela fala de Lena no seu subconsciente.
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Luthor
FanficTem algo errado com Lena. . . . . . . . iniciada em 29/11/2020 finalizada em 03/01/2022 ©unlovedxw