wolfsitter, liam dunbar

1.9

Dei uma olhada para o lado de dentro da janela notando que, obviamente, o quarto estava todo escuro. Arrisquei bater no vidro mesmo assim, mas me arrependi no segundo seguinte.

O que eu estou fazendo aqui mesmo? O que eu vou dizer quando me atenderem? Pelo amor de Deus, Chloe, saia antes que alguém apareça. Se algum vizinho me ver aqui, é capaz de chamar a polícia.

Dei as costas para a janela, me aproximando da beira do telhado, pronta para pular para baixo e voltar para casa, fingindo que nada aconteceu.

– Ei – ouvi uma voz atrás de mim e me virei rápido com o susto. Ainda bem que eu não estava na ponta do telhado ou, muito provavelmente, seria uma queda fatal.

– Oi – respondi baixo e ele se apoiou no parapeito da janela com um olhar curioso.

– Você está no meu telhado.

– Eu estava indo embora – apontei para trás.

– Por que?

– Na verdade, pretendia ir antes que você aparecesse. Eu nem deveria ter vindo aqui, não sei onde estava com a cabeça.

– Não perguntei porque você estava indo embora – virei um pouco a cabeça, confusa. – Você pode ficar. Na verdade, eu acho melhor você entrar, está frio aí fora.

Balancei a cabeça em concordância. Realmente estava frio, eu estava tremendo porque esqueci de pegar um casaco antes de sair.

Liam se afastou da janela, me dando espaço para passar, e quando eu estava do lado de dentro do quarto, ele se aproximou com um casaco.

– Nossa, você está gelada, Chloe.

Os pelos do meu corpo se arrepiaram ao ouvi-lo me chamar pelo nome, acho que era a primeira vez que eu ouvia.

Ele passou a mão pelos meus braços antes de pendurar o casaco nos meus ombros e me abraçar, ajudando a me esquentar. Ficar perto da janela aberta estava quase tão frio quanto estar do lado de fora.

– Você está bem?

– Na verdade, não – respondi sincera e ele me afastou.

– O que aconteceu?

– No momento, frio – apontei para a janela. Meus lábios chegavam a tremer de tanto frio. Liam se afastou e fechou a janela, a trancando.

– Melhor? – ele se aproximou, voltando a passar a mão nos meus braços. Balancei a cabeça em resposta. – O que você está fazendo aqui, Chloe? Como chegou até aqui?

– De bicicleta – respondi, dando de ombros. – Eu acho que só... não queria ficar sozinha. Meu pai está no hospital e meu irmão ficou com ele. Parece que só uma pessoa pode acompanhar o paciente.

– O que aconteceu com o seu pai?

– Ele levou um tiro – seus olhos se arregalaram. – Mas ele vai ficar bem. Foi no ombro e ele já está em cirurgia – suspirei, desviando o olhar dele. – Eu não sei o que eu estou fazendo aqui. Eu deveria ter ido para a casa da Garden ou algo assim. Se bem que ela provavelmente não me atenderia, já vi aquela garota dormir por duas aulas seguidas.

– Tá tudo bem, Chloe – ele deu um sorriso leve para mim. – Você pode aparecer sempre que quiser e... – o interrompi, segurando seu rosto e grudando nossos lábios.

No começo, ele não reagiu e eu quase me afastei, mas, depois de alguns segundos, uma de suas mãos pousou na minha cintura e a outra na minha bochecha, aprofundando o beijo.

Nos afastamos depois de alguns segundos e eu passei a mão nos lábios levemente, sem acreditar.

– Eu... não sei porque fiz isso.