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• Klaus | Algumas Coisas Nunca Mudam (parte 1)

Fazia apenas duas semanas que eu estava em Nova Orleans, e era tão estranho estar aqui depois de tanto tempo. Apesar da passagem de alguns anos, a cidade continuava praticamente a mesma, e caminhar por suas ruas trazia uma prazerosa sensação de nostalgia, a lembrança dos momentos incríveis e turbulentos vinham a todo vapor sobre minha mente. Não vou mentir falando que estava com uma saudade absurda daqui, não, não estava. Se retornei a esse lugar, não foi por livre e espontânea vontade, mas sim por necessidade.

Ainda essa semana haveria uma convenção das bruxas, e por esse motivo estou aqui. Aconteceu de última hora, simplesmente três semanas atrás depois de chegar do trabalho recebi uma mensagem de Bonnie falando que haveria uma reunião muito importante e que todas as bruxas deveriam comparecer, mas em nenhum momento disse o porquê de tudo isso.

Admito que achei bastante estranho, mas aqui estou eu.

Optei por vir alguns dias antes, para assim matar a saudade que estava de alguns amigos e familiares.

Desvio de uma senhora que passeava com os seus quatro cachorros e atravesso a rua entrando no bar.

Viro meu rosto olhando por todo o local, percebendo a presença de poucas pessoas, arrumo a bolsa sobre meu ombro e continuo a caminhar até o balcão.

— A senhorita já sabe o que vai pedir? – indaga o garçom atrás do balcão.

— Um uísque, por favor. – digo me ajeitando sobre o banco.

Ele acena e vai para o interior do estabelecimento, logo retornando com a minha bebida.

— Obrigada! – enuncio logo dando o primeiro gole.

(...)

Começo a me sentir um tanto que leve, tudo ao meu redor parece mais divertido do que o normal. Não, não estou bêbada, apenas um pouco mais alegre do que de costume, posso dizer.

Ergo meus olhos olhando ao meu redor e vejo muitas pessoas, parece que se passaram alguns minutos, não?

Prevendo que já estava na hora de ir embora, desço do banco em um pulo que quase me leva ao chão.

Droga, parece que estou mais tonta do que imaginava.

Sorrio achando graça da situação, abro minha bolsa e pesco duas notas de dinheiro no fundo da mesma, pondo-as em cima do balcão, acreditando ser o suficiente para o pagamento das quatro bebidas que tomei, ou foram cinco?

Forço meus pés no chão numa tentativa de uma melhor firmeza sobre o chão. Caminho até a saída e puxo a porta passando pela mesma, sentindo o vento soprar fortemente em meu corpo. Aperto meus braços tentando me aquecer.

Vou andando calmamente pela calçada, até que começo a sentir como se alguém me seguisse. Olho para atrás e não vejo ninguém, suspiro começando a ficar tensa, apresso o passo independente do que seja, mas a sensação não passa.

Penso em olhar para trás, mas sinto um pano ser posto sobre minha boca. Tento gritar, no entanto, sou logo vencida pela escuridão.

(...)

Frestas de luz atingem meu rosto, me forçando a tentar abrir os olhos. Levanto, passando as mãos sobre os fios de cabelos, os forçando a ficar em ordem.

Me espreguiço pensando como consegui chegar ao meu quarto, já que em minha mente não tenho lembranças de quando cheguei. Observando detalhadamente o ambiente ao meu redor, eu percebo que não estou em casa e muito menos no meu quarto.

Ai meu Deus, eu invadi a casa de alguém.

Um pavor me atinge com o simples pensamento de como irei dar um jeito de sair desse lugar. Até que o barulho da porta se abrindo chama minha atenção.