• Kai | O Sequestro

6.7K 361 181
                                    

— Então você é a tão falada (s/n)...

— E você é o tão falado...?

— Kai. Prazer... – o sorriso dele poderia ter despertado algo em você, mas processar que ele era Kai, O Kai, pareceu mais importante.

Na sua cabeça, se ele realmente fosse o Kai que Damon tanto odiava, você estava em apuros.

— O Kai? O bruxo irmão da Jô? – perguntou sem conseguir segurar a preocupação e curiosidade em saber.

— O próprio. Sabe, foi mais difícil do que parece te sequestrar. – comentou ele, comendo o salgadinho, como quem dissesse que foi na esquina e voltou.

— Desculpe, o quê?

— É sério. Você, depois da Elena é claro, é a favorita do Damon. Eu passei uma semana pensando em como iria te sequestrar de uma maneira que o Damon não aparecesse e arrancasse a minha cabeça de novo. – ele falava como se não fosse algo grave ou sério, e isso te deixava confusa, pensando se estava ouvindo o que achava que estava ouvindo. – E depois de uma semana planejando, eu consegui pensar em algo. – ele comentou sorrindo diabolicamente. – Então, quanto tempo você acha que demora pro Damon descobrir e te achar? – ele te questionou, amassando o saco agora vazio.

— Talvez ele chegue a qualquer momento e mate você antes que perceba. – você resolveu entrar na brincadeira e falar na mesma entonação que ele, na tentativa de ver aquele rosto "pacífico" ficar irritado.

— Ha, boa piada. – Kai se levantou da cadeira, a deixando de lado e passando a te olhar. – Eu me certifiquei que estivéssemos um pouco mais longe.

E depois de dar aquela informação, poucas horas mais tarde, você descobriu que estava em outra cidade, e que Kai te sequestrou porque aparentemente Damon havia pegado algo dele que era muito importante, e ele queria de volta.

Por incrível que pareça, vocês passaram um mês na tal cidade, Damon não queria ir atrás do bruxo, achando que você conseguiria fugir em algum momento, mas na metade do mês percebeu que, como você não voltava, o único jeito seria ir te salvar. Mas o moreno parecia saber disso, e do mesmo jeito que Damon foi até a cidade, ele voltou para Mytic Falls, dando um drible no vampiro. Foi estressante de ver, mas por mais estranho que fosse, em nenhum momento Kai te machucou, e isso te deixava ansiosa e preocupada, tentando imaginar o que ele pretendia fazer no fim das contas.

Então você decidiu, que tendo o seu diploma de psicologia em mãos, já que o resgate iria demorar, resolveu colocar sua mente em ação.

— Certo, então você me sequestrou porque Damon pegou algo e você acha que ele vai devolver em troca da minha vida.

— Eu não sei se diria em troca de você, especificamente viva, mas sim.

— Certo. – suas ações eram estranhas para o Parker, você era estranhamente calma e não chegava a implorar para ele te soltar ou coisa do gênero. Ele não gostava, mas não desgostava disso, seria estressante ter que lidar com alguém gritando e chorando no pé do seu ouvido, mas ainda era estranho.

Kai era falante, então o silêncio vindo de você nem sempre era agradável, mas você sempre escutava ele, e isso parecia agrada-lo. Bem, se não quisesse morrer, conheça o seu inimigo, certo?

Kai decidiu ir para outra cidade antes que Damon voltasse a Mystic Falls, fazendo um tipo de jogo de adivinhações e puro estresse para o vampiro. Enquanto ele se divertia torturando seu melhor amigo e assistindo seu sofrimento interno por saber que Damon estava provavelmente quase arrancando a cabeça de pessoas que não tinham a culpa da situação.

O bruxo decidiu que o joguinho continuaria por um bom tempo, então alugou uma casa na cidade desconhecida e colocou um feitiço na mesma que te impedia de ir embora, assim ele ficaria mais tranquila sobre te vigiar.

E bem, apesar do estresse da situação, você estava relativamente calma, não tinha porque você arrancar o próprio cabelo ou tentar bater a cabeça do moreno tagarela na cabeça, você se formou para "ouvir as pessoas". Com isso em mente, teve uma ótima ideia para te tirar do tédio.

— Kai. – você chamou pelo sequestrador que estava de costas.

— Só falar, chatinha. – ele te chamava assim quando percebeu que você era do tipo quieta.

— Lembra de que eu te falei que era formada?

— Uma das raras vezes que você disse alguma coisa? Ah, talvez. – ele revirou os olhos em resposta ao comentário do mais alto, que logo se virou pra você enquanto enxugava as mãos.

— Me deixa fazer uma consulta com você?

— Consulta? Que tipo de consulta? – Kai foi em direção aos armários, olhando os inúmeros salgadinhos e tentando decidir qual deles comeria.

— Alguns chamam de terapia. Você meio que me fala sobre você, como foi a sua vida, o que sente...

— E por que raios eu falaria da minha vida para a pessoa que sequestrei? – ele se vira para você cruzando os braços.

— Eu estou entediada, então nada melhor do que exercer a minha profissão.

— Isso não parece divertido pra mim.

— Pode parecer estranho, mas terapia pode te ajudar a entender os seus pensamentos e os das pessoas a sua volta.

Kai fecha o armário, já tendo o pacote em mãos e se dirige para a sala, e você o segue, obviamente, ainda tentando convence-lo a fazer terapia.

— Pra que eu iria querer entender os pensamentos de outra pessoa? – ele perguntou com um sorriso duvidoso nos lábios.

— Muitas vezes, alguém pode dizer algo sobre você, e você não entende o por que dela ter dito aquele algo, isso pode não fazer sentido pra você, mas a terapia te ajuda a entender aquilo. – sua expressão ficou séria e ele encarava o nada como se lembrasse de algo, logo olhando para você ainda sério.

— Sei... Parece estranho...

— Não é, e quando você tem crises existências é de grande ajuda!

— O quê, vai me dar a "resposta" de bandeja?

— Na verdade, o papel do psicólogo nisso é apenas te guiar para encontrar as próprias respostas. – novamente seu olhar era duvidoso, mas tinha uma leve curiosidade evidente.

— Tá, não vai fazer diferença.

O motivo dele ter aceitado, foi provavelmente por algo que ouviu na infância e por conta de que, quando absorveu Luke e ganhou mais sentimentos, ele tentava entender o que eram as sensações esquisitas que sentia, tal como a famosa culpa e compaixão.

Conversar com Kai não era ruim, ele lhe parecia um bom caso e era até satisfatório conversar com ele, tinham sessões todos os dias, até que chegou em um ponto em que vocês conversavam horas e horas sobre várias coisas, fazendo você esquecer que tinha sido sequestrada e Kai de que havia te sequestrado.

Pode parecer louco, mas no "final", Kai parecia uma nova pessoa, parecia até piada, mas ele realmente estava diferente, e depois de pensar por uma semana, ele finalmente chegou a conclusão de que não queria continuar o sequestro, te levou para casa, e depois de passar três horas convencendo Damon e a todos de que estava tudo bem, eles aceitaram.

Parecia uma história louca sempre que lembravam, e quando alguém te perguntava como você conheceu seu namorado, você realmente não sabia o que responder. Às vezes você dizia que foi "a vida" que te levou até ele, em outros momentos você dizia que foi como qualquer outra pessoa normal.

Kai disse que sentia arrepios toda vez que lembrava do dia que foi conhecer sua família.

O dia em si foi engraçado, Kai estava todo nervoso e o seu pai vez ou outra ameaçava amassar as joias dele com o martelo de carne da sua mãe, seus irmãos tentavam assustar o Kai de vez em quando, mas você não deixou. A única que aceitou um pouco mais de boas foi sua mãe, mas ela estava decidida a matar ele com as próprias mãos quando soube do sequestro.

Bem, não foi fácil, mas vocês eram felizes, e estavam felizes agora.

///

CRÉDITOS: @Mad-chu

TVD/TO Imagines » OS MELHORES! 2.0Onde histórias criam vida. Descubra agora