• Klaus | Surpresa

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Você já parou para pensar como a vida pode nos surpreender às vezes, o quanto as coisas podem mudar de uma hora para a outra?

Quando tudo parece perfeito.

Bum!

Uma surpresa da vida.

Confesso que tento não ser uma pessoa pessimista, mas às vezes é tão difícil ter esperança quando tudo parece ser o fim. Porém, não podemos perder a fé, pois, quando você pensa que não há mais jeito...

Bum!

Outra surpresa da vida.

Era noite de sábado e eu deveria estar em alguma boate ou festa por aí, mas eu não estava com vontade de estar em meio a uma multidão de pessoas dançando, bebendo ou se beijando. Não hoje, não agora.

Eu não sou uma pessoa que gosta muito de ficar em casa sozinha, no entanto, por esses dias resolvi abraçar essa nova personalidade. Não era ruim, era ótimo. Você poderia fazer o que quiser, que não teria ninguém para reclamar, fora a sensação liberdade que você tinha.

Creio que todos nós, mesmo que seja por um mero momento, temos que ter um tempo a sós. Por vezes os turbilhões de coisas que passam sobre nossa mente se resolveriam se parássemos e tomássemos um tempo para nós, nem tudo e tão complexo quanto pensamos. Às vezes tudo poderia ser resolvido pela simples atitude de falar, demonstrar o que tanto sentimos.

Escuto os últimos pipocos na panela, estava fazendo pipoca. Planejava uma perfeita maratona de filmes: comédia, romance, ação e até arriscaria em um terror. Pego uma vasilha no armário a ponho na pia e busco a panela em cima do fogão. Despejo as pipocas na vasilha, vendo algumas irem ao chão.

— Ha! Antes dos três segundos.

Pego o pote de sal e despejo uma pitada de sal por toda a vasilha, espalhando por todas as pipocas. Ando até a geladeira e pesco um jarro de suco de laranja que havia feito de manhã.

Já com o copo de suco e o balde de pipoca, caminho até a sala deixando tudo sobre a mesa de centro enquanto terminava de ajeitar tudo para começar a maratona de filmes.

Alcanço o controle da mesa, apertando nas teclas e colocando na Netflix. Pesquiso e finalmente acho o filme que começaria a maratona.

As Branquelas.

(...)

Ai Deus, por que eu fui inventar?

Estava no terceiro filme, mas estava achando tudo muito calmo, então acabei antecipando os filmes de terror. O começo até que foi de boa, o meio era um pouco tenso e o final parecia não chegar.

Socorro!

Isso que dá querer dar uma de corajosa sem ser, justo a essa hora da noite. Agora que eu não vou sair desse sofá nem amarrada! Daqui eu não saio, daqui ninguém me tira. Apenas se aparecer uma Annabelle aqui, aí serei obrigada a sair e nunca mais voltar.

Volto a olhar a tela da televisão pelas frestas da coberta em meu rosto, vendo que passava mais uma cena de suspense. Meu corpo se arrepia inteiro, fazendo eu me xingar pela décima vez por ter escolhido justo filmes de terror, sendo que eu poderia ver muito bem um de comédia romântica.

Toc toc.

— Puta merda! – salto do sofá, quase caindo com a coberta enroscada em minhas pernas.

É ela, ela veio me buscar.

Eu sabia, eu sabia.

Não era para eu assistir, mas não a (s/n) aqui tem que querer dar uma de corajosa.

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