Capítulo 1

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Kara apertou o manto que encobria sua cabeça, deixando apenas uma fresta para os olhos

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Kara apertou o manto que encobria sua cabeça, deixando apenas uma fresta para os olhos. Ela não precisava de mais do que isso para monitorar seu alvo.

Deitada imóvel no cume de uma duna, o vento desértico da meia-noite a golpeava, açoitando-a com areia. Sua respiração abafada rivalizava com o uivo do vento em seus ouvidos.

Ela procurou distraidamente por seu jipe, porém o veículo não estava ali. Ela o deixara a 3 km. Mais próximo do que isso o barulho do motor teria ecoado pela vastidão da planície. O ideal seria que ela o tivesse trazido consigo, mas isso acabaria atrasando-a pelo menos vinte minutos. Tempo que ela não podia desperdiçar.

    Kara não se deixaria enganar pela calma do local que vigiava havia cinco minutos.

Tudo poderia mudar a qualquer momento. E aí seria tarde demais para intervir.

Por enquanto, tudo estava na mesma. Os dois sentinelas que guardavam a entrada única se amontoavam ao redor de uma fogueira improvisada que lutava contra o vento impiedoso. Mais três duplas de guardas cercavam a cabana de tijolos. De dentro do casebre uma luz a gás bruxuleava pelas persianas de madeira baratas.

Ela tinha de tirar o chapéu para os Lar Gand. O clã rival da casa de El arquitetara um plano impecável e em pouquíssimo tempo. A cabana ficava no meio do nada. Literalmente. As áreas habitadas mais próximas ficavam a 800 km, em qualquer direção. Um lugar ideal para manter um refém.

  O refém que Kara precisava libertar.

Ela só descobrira esse local porque deduzira a identidade de uma das pessoas que contrataram aqueles capangas. Como havia desvendado a trama a tempo, Kara pôde identificar todos os envolvidos. Ela rastreara o sinal dos celulares antes que a cobertura desaparecesse, a 2 km atrás, e então utilizara a tecnologia disponível e descobrira o local por meio de uma intrincada triangulação via satélite.

   Qualquer um com poucos conhecimentos específicos e sem o poder e a influência de Kara teria falhado. Mesmo com todos os recursos, ela jamais teria encontrado o lugar se não fosse por suas deduções precisas.

E o tempo estava se esgotando. Pelo que sabia do plano do inimigo, restava-lhe menos de 20 minutos para o resgate. Os mentores do sequestro chegariam para interrogar o refém, junto com um exército de guardas.

Ela jamais imaginara a bomba-relógio que a situação seria. Kara teria vindo com sua força de ataque, só a aparência de seus homens teria feito qualquer um com instintos de sobrevivência se render.

   Mas, como Ministra do Interior e chefe da Inteligência Central e da Segurança Interna, ela não sabia mais em quem confiar. Sua equipe nessa noite consistia em três de seus melhores amigos, a quem ela confiaria á própria vida. E não eram meros subordinados, era uma família; príncipes soldados que, como Kara, morreriam em nome de seus reinos Embora em outras circunstâncias ela; pudesse confiar em muitos outros de seus homens, Kara não podia se dar a esse luxo. Havia muito em risco, e lealdades dúbias poderiam mergulhar a região inteira no caos. Ela precisava considerar o rosto do mundo como suspeito.

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