Como provocar uma princesa

Capítulo 23

Os olhos que estavam embaçados por diversas emoções piscaram, confusos. Olhos de deixarem uma mulher  voluntariamente de joelhos.

Lena soluçou e então um som de protesto surgiu de dentro dela conforme ela tentava se afastar de Kara

Ela levou a mão de Lena até os lábios e prometeu:

— Eu a amo venero e muito mais, minha Talia, luz do meu mundo

Ela ficou completamente imóvel. Os tremores dela pararam. A respiração. Seu olhar tomado pelo choque. Então Lena balançou a cabeça.

— Eu... Eu não... Você não precisa dizer isso. Eu só quero estar com você enquanto puder... Então, não...

Kara se levantou, deslizando seu corpo dolorido contra o dela, abraçando-a pelos quadris e levantando-a. Seu coração estremecia pela incrível visão do tesouro que tinha nos braços.

— Estou ficando bom em fazer você se calar e me ouvir. E, sim, me bem, eu preciso dizer isso, porque eu sinto tudo isso, isso é tudo o que eu sinto.

Ela se contorceu até que Kara a pôs de volta. Kara sorriu, desejando que ela lesse seu coração. Mas, quando o olhar perplexo não desapareceu dos olhos de Lena, a incerteza surgiu na mente de Kara

Teria Kara sentido em Lena mais do que realmente existia? Ela queria se entregar ao desejo que surgiu entre elas no primeiro instante, mas aquilo era tudo?

Uma dúvida insuportável e todas as suas ramificações a atingiram como uma rajada de balas.

Por fim, Kara proferiu as palavras mais difíceis de sua vida:

— Se isso não for recíproco, apenas vá embora, e nós esqueceremos o que eu disse.

Com a certeza estilhaçada, as expressões que surgiram nos olhos dela confundiram a mente de Kara. Ela parou de tentar analisá-las, com medo de ter esperanças.

— Você não vai aceitar minha proposta? — Lena disse lenta e cautelosamente.

— Apenas se você sentir o mesmo.

De repente, algo que Kara jamais pensara em ver nos olhos de Lena deixou-a estarrecida

Um olhar de genuína sedução, tão voraz, exigente e erótico que ela jurava ouvir seus hormônios urrar em suas veias.

E isso foi antes que ela lhe esfregasse o corpo com sua firmeza ardente.

— Será que eu não consigo mudar sua opinião? — Lena ronronou no pescoço de Kara antes de afundar os dentes no queixo dela

— Lena... — Kara gemeu agonizada, seu corpo todo virando pedra pela necessidade de sufocá-la.

Antes que Kara pudesse afastá-la, suas mãos se emaranham no cabelo dela e puxaram sua cabeça para baixo.

Kara sabia que, se a beijasse, não conseguiria parar. E Kara preferiria jamais tê-la a possuí-la de todas as maneiras menos da que mais importava.

— Não... — Kara virou o rosto, sentindo aqueles lábios abrasadores em sua bochecha, abertos, úmidos, devoradores.

— Oh, cale a boca.

O urro agressivo de Lena terminou com um forte puxão de cabelo. E, antes que os nervos sobrecarregados de Kara pudessem disparar mais algum impulso, os lábios de Lena se chocaram contra os dela, paralisando-a com sua fome, sua suavidade, fragrância e gosto.

Antes que a dor viajasse até seu âmago e a estilhaçasse, Lena murmurou dentro dela

— Achei que isso fosse impossível, mas eu consigo amá-la ainda mais. Você provocou isso em mim.