Capítulo 30

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Kara se endireitou, inclinando a cabeça na direção dela.

— Você me ligou?

— Viu minhas ligações perdidas, então? — Lena virou-se para os colegas, que observavam ela e Kara como se elas fossem sua novela favorita. Ela não se surpreenderia se alguém buscasse pipoca. Então, crispou os lábios pelo interesse audacioso deles, e lançou seu sarcasmo:

— Eu acumulei cerca de duzentas. Deve ser porque a princesa Kara achou que uma visita transatlântica era a única maneira de ver o que estava acontecendo.

Percebendo a deixa e mostrando-lhe que era à prova de humilhação, Kara caminhou até ela indolentemente. Quando estava a um braço de distância, kara atacou como uma cobra, agarrando-a, seu olhar capturando o dela furiosamente.

— Então, doutora L.L Luthor... Você está se parabenizando porque eu, que sempre farejei o mais sutil traço de fraude, engoli suas mentiras e ainda assim voltei querendo mais?

Lena permaneceu impassível, com o coração cheio de esperanças.

— Eu nunca menti. Na verdade, como você disse uma vez, eu não consigo mentir. Pergunte para qualquer um aqui. — Grunhidos de corroboração ecoaram da cada um que já sofrerá por sua inabilidade de esconder seus verdadeiros sentimentos. De repente, a dor que ela sentira na noite anterior revolveu-se dentro dela. E Lena a beliscou, no lado sensível de ambos os braços. Com força.

— Mas você mente naturalmente.

Kara cerrou o cenho, surpresa pela inesperada reação dela.

— Eu nunca menti para você. E, se você nunca mentiu para mim, por que você disse tudo aquilo? Você realmente achou que precisava me seduzir para que eu ajudasse Lex? Se, pensou você não havia percebido que eu ajudaria o próprio diabo para fazê-la feliz? Que você não precisava dizer que sentia algo por mim, porque já é o suficiente para mim sentir tudo o que eu sinto por você?

As palavras de Kara atravessaram o corpo dela em ondas cicatrizantes, varrendo toda a dor e as dúvidas.

Então Lena se lembrou da confissão de Lex, e seu coração contraiu-se. Kara provavelmente fizera um monte de coisas ilegais para libertá-lo. Tudo por ela.

— Eu estava morrendo de tristeza e perplexidade.

— Por quê? — Kara tinha o olhar de uma mulher que assistia à sanidade esvair-se diante de si.

Lena a beliscou novamente com mais força, fazendo-a gemer, uma mistura de dor e excitação.

— Porque eu ouvi você dizendo que não se importava se eu morresse ou vivesse. Então, você estava mentindo para alguém. Foi por isso que eu liguei. Para perguntar para quem você estava mentindo, e por quê. — Ela se afastou dos braços de Kara, colocando os punhos na cintura. — E então?

Kara sentiu a montanha que a esmagava desde a noite anterior sair de cima de si.

Isso explicava tudo. Ela o ouvira.

— É um milagre você não ter me matado primeiro e perguntado depois. — Kara riu, descarregando sua confusão e agonia. — O motivo pelo qual eu disse aquelas coisas, que me deixaram tão doente que mal consegui comer desde então, foi que eu recebi um telefonema de alguém dizendo que sabia sua identidade, o que você significa para mim e que, se você não se afastasse, eles a machucariam. Tive de dizer que você não significa nada para num, para salvá-la. Depois disso, tive de continuar sendo fria com você, já que eu sei que temos traidores dentro do palácio e seu quarto provavelmente estava grampeado. Eu havia explicado as coisas para você no instante em que estávamos a salvo, mas você me atingiu com aquela deliciosa surpresa sobre nunca ter sentido nada por mim. Eu não pude acreditar, mas você parecia tão distante, tão diferente, até que eu comecei a enlouquecer pensando que fosse verdade. Eu não teria deixado você partir se Villanelle não tivesse me chamado naquele instante. Mandei dezenas de homens para protegê-la.

Como provocar uma princesa Onde histórias criam vida. Descubra agora