Os Irmãos Trevisan

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     Lancelot correu e correu pelos corredores de Hogwarts. A parede a suas costas explodiu. Ele viu olhos azuis brilhantes. Uma cabeça de cobra voou pelos ares. Alguém  caiu e tudo clareou.

     A respiração de Lancelot estava acelera. Seu coração batia rápido. Ele olhou ao redor, não estava no dormitório. Era uma grande sala, cheias de camas e cadeiras.

     A grande porta se abriu. Lancelot se sentiu rapidamente. Dumbledore acabará de entrar na ala hospitalar.

— Ah, vejo que já acordou! — Tinha um sorriso gentil.

— O que...eu...eu...

— Seus colegas de quarto avisaram Minerva que você estava delirando e eles o trouxeram para cá. Madame Pomfrey disse que era da exaustão e...

— Mas as aulas não começaram há nem duas semanas!

— Talvez não fosse apenas as aulas, Lancelot...

— Assustador. — Disse Lancelot, esquecendo por um instante Dumbledore.

— Perdão?

— Por que me trouxeram pra cá? Ele disse...eu...eu disse...tenho que me virar sozinho!

     Dumbledore se sentou na ponta da cama, seu sorriso gentil continuou.

— Voldemort só fala isso, porque ele não gosta de ajuda — Disse calmamente.

     Lancelot quase caiu da cama. Nunca na vida ouviu alguém dizer aquele nome diretamente.

     Dumbledore riu.

— Ah!Que bom! Madame Pomfrey curou o seu ferimento...agora só há uma pequena cicatriz.

     Lancelot ficou confuso. Não entendeu inicialmente o que Dumbledore disse. Até entender, levou a ponta do dedo indicador até seu machucado abaixo do olho.

— Devia ter mais cuidado para não se ferir.

     Riddle olhou-o. O diretor se levantou.

— Depois do almoço, você poderá voltar às aulas. — Disse — Boa sorte! — Saiu da enfermaria.

     Lancelot realmente estava exausto nas duas semanas, ainda mais que antes.

     Aqueles alunos apresentados no jantar, todos eram mais velhos que Lancelot — isso parecia deixar as coisas mais esquisitas — e todos pareciam querer mostrar suas habilidades, tanto em feitiços básicos como em feitiços  das trevas. Talvez pensassem que Lancelot transmitiria suas incríveis habilidades de tortura e manipulação ao Lord Voldemort. Aquilo começava a assustar Lancelot, aqueles alunos pareciam assustar os demais de uma maneira surpreendente.

     Em Hogwarts, só uma coisa aliviava a tensão de Lancelot, um grupo de quatro primeiristas da Grifinória. Lancelot nunca conversou com eles, mas eles pareciam legais. Era essa a palavra? Lancelot fez um som esquisito com a garganta quando viu os quatro pregando uma peça em um aluno da Sonserina...o aluno ficou sujo de uma gosma verde brilhante.

     Hogwarts era o lugar mais esquisito de todos. Quase nenhum aluno gritava de dor, ninguém implorava por misericórdia, ninguém tinha aquele olhar de quem morreu e ninguém exibia uma marca negra com uma cobra saindo de um crânio.

— Riddle? — Lancelot se assustou. Dumbledore voltará.

— Sim, Diretor? — Perguntou

— Apenas queria dar-lhe um presente. Sua mãe deixou-o comigo alguns anos atrás. Ela mesma fez com o resto das varinhas dos seus tios e com a dela mesma. — Lancelot pensou ter ouvido um tom de orgulho na voz de Dumbledore.

     Ele tirou do bolso da capa uma varinha. Ela era dourada, fina e bem na ponta continha quatro desenhos: um texugo, um drago e um urso, que, diferente dos outros, tinha logo abaixo outro animal desenhado — um touro.

     Lancelot pegou a varinha. Sentiu uma grande calma, uma tranquilidade apenas de segurá-la.

— E acho que podemos devolver a varinha de Rosier a Olivaras.

     Riddle olhou Dumbledore, surpreso. Dumbledore apenas piscou.

— Nunca devem ter dito isso a você, mas você tem os olhos dela. — Colocou a mão no bolso, tirou uma foto e entregou a Lancelot — Bom, eu já vou indo.

     Dumbledore saiu, mais uma vez, da enfermaria.

     Lancelot  abaixou os olhos para a foto, ela se mexia. Eram cinco crianças, duas meninas e três meninos.

     Um dos meninos que parecia ser o mais velho, era loiro de olhos azuis, igual os de Lancelot; o segundo menino era ruivo também com os mesmo olhos; o último menino lembrava o primeiro, embora esse tivesse um sorriso travesso. A menina ao lado era loura e não tinha olhos azuis, em vez disso, tinha olhos castanhos avelã.

     Então a última menina, Lancelot sentiu um aperto no peito, era ela, com certeza. Lancelot a observou por um instante, era linda e parecia a mais alegre dos irmãos. Tinha cabelos ruivos, olhos azuis e poucas sardas no nariz e nas bochechas.

     Lancelot virou a foto, lá estava escrito: os irmãos Trevisan: Benício, Lancelot, Ettore, Eugênia e Sophia.

Lancelot Riddle: O filho de Lord Voldemort Onde histórias criam vida. Descubra agora