Cofre dos Trevisan

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       O duende se inclinou para a frente, observando Lancelot detalhadamente.

— O senhor tem o sangue?

— Sangue? — Repetiu Lancelot, confuso.

— O sangue dos Trevisan. Sem sangue, sem cofre. — Sussurou perigosamente.

       Lancelot engoliu em seco e respirou fundo.

— Sim, tenho.

       O duende continou a examiná-lo, desconfiado. Riddle começou a sentir-se ansioso, para o que necessariamente ele precisava ter o sangue dos Trevisan?

— Venha comigo — Ele pediu.

       Lancelot andou atrás do duende; eles se dirigiram apressados para a uma das muitas portas de saída do saguão. O duende assoviou para chamar um vagonete que surgiu do escuro, sacolejando pelos trilhos, em sua direção. Os dois embarcaram, o duende agora erguia um lampião.

       Com um tranco, o vagonete deu partida e começou a acelerar, depois o veículo começou a serpear e fazer curvas por um verdadeiro labirinto, sempre descendo. Os cabelos de Lancelot voavam para cima, estava difícil para respirar.

      Ele começou a sentir se nervoso, e se Voldemort descobrisse que ele estava ali? Desta vez, Lancelot foi longe demais, as coisas não ficariam apenas em uma Maldição Cruciatus.

       Estavam apenas deixavam, deviam estar bem fundo; fizeram uma curva fechada em alta velocidade e Lancelot viu, uma cascata jorrando com violência sobre os trilhos.

      Lancelot se assustou, ele apertou os olhos e a boca, a gagua encharcou o garoto completamente; com uma guinada súbita e irresistível, o vagonete capotou e eles foram atirados para fora.

— O que foi isso? — O duende não respondeu Lancelot.

       Os dois voltaram a andar. Ao virarem um canto, depararam com uma coisa que Lancelot jamais vira na vida; ele arregalou os olhos e levou um das mãos a boca.

        Um dragão gigantesco achava-se acorrentado no chão à frente, barrando o acesso a quatro ou cinco dos cofres mais profundos do banco. As escamas do animal tinham se tornado pálidas e flocosas durante a longa prisão subterrânea; seus olhos estavam rosa-leitoso: as duas patas traseiras tinham pesadas argolas das quais saíam correntes ancoradas em enormes estacas enterradas no solo rochoso. Suas grandes asas, espiculadas e fechadas junto ao corpo, teriam enchido a câmara se ele as abrisse, e quando virou a feia cabeça para eles, rugiu com um estrondo que fez a rocha tremer, escancarou a boca e cuspiu um jato de fogo, fazendo-os retroceder rapidamente.

— Faça silêncio e me siga! — Resmungou o  duende.

      O duende pegou pequenos instrumentos de metal que, quando agitados, produziam um barulho como o de martelos e bigornas em miniaturas. Ele começou a sacudir os cêmbalos, e os ruídos ecoaram pelas paredes rochosas, brutalmente. O dragão soltou outro rugido rouco e retrocedeu. A criatura tremeu, Lancelot notou cicatrizes deixadas por fundos cortes em sua cara, imaginou que aprendera a temer espadas em brasa quando ouvisse o som dos cêmbalos.

        Os dois passaram por vários cofres, então desceram uma bela escada pintada de branco com flores douradas. Eles pararam diante uma grande porta com a letra T escrito em um azul celeste.

— Mão esquerda, por favor! — O duende pediu. Lancelot levou sua mão na direção dele; com uma pequena agulha, o duende furou um pouco o dedo anelar do bruxo — Passe o sangue aqui. — Apontou para uma lista dourada posicionada abaixo do grande T.

       Lancelot fez o que o duende mandou; assim que seu dedo tocou a linha, outras linhas finas douradas começaram a desenhar uma porta a partir daquele ponta.

— Já pode entrar! — Avisou o duende.

       Ele arregalou os olhos assim que passou pela porta. Grandes pilhas de moedas se estendiam por todo o cofre. Centenas de pinturas estavam largados ali e qaqui; objetos que pertencem a família estavam postos em cima de pequenas mesas.

      Lancelot andou devagar pelo cofre; ele viu a pintura de uma mulher loura, sorridente, de olhos castanhos avelã: Safira Trevisan neè Greengrass.

       Ele pegou um dos objetos em cima da mesa, era um Ordem de Merlin em nome de Vittorio Trevisan; pelo que Riddle entendeu Vittorio havia sido um Ministro da Magia muito importante para o Ministério.

       Lancelot encontrou outros dois ordens de Merlin: um em nome de Benício Trevisan, e outro no nome de sua mãe por "grandes descobertas para o mundo da magia"

       Uma caixinha verde com fios pratas chamou a atenção do bruxo. Talvez fosse idiotice sua, mas aquele era a única coisa que fazia referência a Sonserina naquele cofre; ou talvez fosse conhecidencia.

       O bruxo se aproximou com cautela; segurou a tampa da caixa e a abriu. Papéis. Era isso o que estava lá. Apenas papéis. Curioso, Lancelot puxou um deles, percebendo que, na verdade, se tratavam de carta.

Cara Sophi,
      Escrevo a você pedindo para me encontrar na Torre de Astronomia nesta noite.

Tom Riddle.

     A boca de Lancelot caiu, seus olhos arregalados reliam as palavras da carta. A caligrafia era bela e elegante. Lancelot balançou a cabeça, tentando negar que Voldemort um dia escreverá está carta.

Sophi,
      Algo em você me incomoda. Sua risada é como o uma música contagiante.
      Eu não sei o que é isto. Mas pode saber que se está tentando me amaldiçoar, pagará caro.

Tom Riddle.

       Um versão idêntica a Lancelot, mas de olhos castanhos estava sentada em uma cadeira, passando suavemente a pena sobre o pergaminho. Lancelot balançou a cabeça; Voldemort jamais faria isso.

Minha Sophi,
Estou de volta. Mas antes de nós encontrarmos, preciso ver Dumbledore. Logo nos encontraremos novamente, Lady.

Lord Voldemort

     Lancelot  jogou a carta para algum lugar do cofre, assustado e nervoso. Aquilo não era real.

      Ele correu para o outro lado do cofre, se mantendo longe da caixa verde e prata. Lancelot começou a observar os diversos objetos espalhados em uma mesa. Ele estendeu e pegou um anel com uma lua e uma estrela, apertou os olhos vendo as letras: S. M. S. T gravadas na parte de dentro do anel.

Sophia Moon Scarlett Trevisan — Sussurou.

       O anel foi descendo pelo dedo anelar da mão direita do homem; cabia perfeitamente. Ele sorriu grande, esticando a mão e olhando o anel.

— Eu já peguei o que queria — Lancelot informou o duende — Podemos ir agora. — Seu sorriso desapareceu enquanto falava com o duende.

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Lancelot Riddle: O filho de Lord Voldemort Onde histórias criam vida. Descubra agora