Lancelot Riddle: O filho de Lord Voldemort

O Fim e o Recomeço

     Era o último dia em Hogwarts, o último dia que Lancelot estaria em Hogwarts. Seu sétimo ano parecia ter ido com perfeição, notas altas em todos os trabalhos, nenhuma detenção e apenas ganhando pontos, e um ótimo monitor-chefe.

     Mas agora, tudo acabaria. Ele esperava por esse dia desde que chegará no castelo; quando se tornou amigo de Ellie e quando conversava com Frank, ele sempre soube que no último momento, aquela história acabaria.

     Ele acabaria Hogwarts, não teria trabalho, nem amigos...nada. Ele teria apenas seu pai, seus Comensais, seu poder, sua lealdade e risadas.

     Havia algo Lancelot precisava fazer antes de abandonar a vida ali. Era como uma necessidade, além disso talvez seria mais fácil seguir em paz. Tudo acabaria querendo ou não, né?

      Andava ao lado de Frank pelo pátio, ambos pareciam ir em direção à Floresta Proibida, ali seria melhor para Lancelot: não teria pessoas, nem seriam vistos.

— Assim que receber as notas poderei entrar para o Treinamento de três anos. Quer dizer...preciso de boas notas para isso, mas bom 'cê sabe que estudei muito!

— Sim, sim — Concordou Lancelot, prestando a atenção nas palavras.

— Ora, vamos! — Frank pós a mão no ombro de Lancelot. O menino se encolheu e sorriu sem dentes — Você é o melhor aluno da Sonserina! Aposto tudo que tirou "O" em todas as matérias!

      Elas não servem para nada, pensou o sonserino.

— Frank — Lancelot parou. Eles haviam passado um pouco entre as árvores da floresta, não tão longe — Eu...preciso falar com você.

     Frank sorriu, aquele sorriso que sempre tinha, cheio de bondade e compaixão.

— Você sempre fala comigo, Lancelot.

     Lancelot engoliu em seco.

— São duas coisas — Frank acenou com a cabeça.

— Também quero contar algo! — Ele deu um pulinho e sorriu mais ainda.

     Lancelot respirou fundo e segurou o pulso esquerdo.

— Sou um Comensal da Morte...

     O sorriso no rosto bondoso se apagou, Frank ficou pálido e mais pálido; sua boca entreaberta. Ele deu um passo para trás. Lancelot sentiu o peito afundar e a garganta secar, sentiu-se um monstro horrível.

— B-Bemm...

— Dessa vez é de verdade! — Lancelot interrompeu e puxou a manga da blusa, do lado esquerdo.

     Frank ficou mais pálido olhando para a marca negra em seu braço.

— L-Lancelot...você foi...obrigado, não?

     O Riddle prendeu a respiração.

— Frank, — Ele deu um passo, ficou feliz que Longbottom não recuou — eu...desculpe.

     Pós a mão no pescoço do grifinorio e inclinou-se para a frente, seus lábios tocaram o Frank e sua outra mão foi para o rosto do garoto.

     Ele fechou os olhos, não queria ver a reação de Frank, mas sabia que o garoto não se moveu nem um pouco; ficando congelado.

      Lancelot se afastou e tirou as mãos do rosto e do pescoço de Frank. Observou rápido a reação de Frank, o rosto ainda pálido agora com uma grande expressão de surpresa. Ele olhou Lancelot; bondade e pena, ele conseguia direcionar outro olhar para Lancelot?

— Vou casar com Alice depois de Hogwarts, eu pergu...

      Lancelot não ouviu o resto, sairá correndo de volta para o castelo. Ele sempre soube que a resposta era negativa, mas mesmo assim precisava falar. A dor era grande, ele não imaginava isso. O peito doía tanto pensou que estava doente e morreria; a garganta seca parecia se fechar a cada momento; os ombros doíam como se carregasse um malão nas costas; os olhos ardiam dolorosamente; e rosto já se encontrava molhado.

     Ele abriu com força e rapidez a porta da Sala Precisa. Não havia mesa, cadeira, nem nada do que continha sempre que entrava ali. Na sala havia apenas, uma cama de solteiro pequena.

     Lancelot correu até a cama e jogou-se nela, puxou as pernas e as abraçou. Ele soluçava muito; suas lágrimas molhavam a cama e o lençol.

     Ele queria que tudo acabasse. Desejou sumir do mapa e nunca voltar a aparecer; queria simplesmente jogar aquela dor no lixo com facilidade, mas parecia impossível. Ele chorou desejando o fim da dor. Ele só conseguiu se acalmar, embora ainda soluçava e chorasse muito.

      Um espelho apareceu em cima da cama, perto de Lancelot. Por impulso, o garoto agarrou e olhou se; os olhos brilhavam com as lágrimas, Lancelot pensou ver o mesmo brilho dos olhos de sua mãe. Era isso que ela sentirá?

      Ele desviou a atenção para o formato do rosto e o cabelo grudado na cara. Estava mas acabado do que nunca.

      Ele olhou a cobra saindo do crânio no seu braço esquerdo estendido. Ele recomeçaria, agora como Comensal, agora mostrando suas grandes habilidades. Agora seria eternamente: Lancelot Riddle, Comensal da Morte, Filho e braço direito de Lord Voldemort. A dor do amor continuaria, porém não impediria Lancelot; aquilo seria por Frank...