Fenômenos Paranormais - Byler

XIX - Chuva

Mike sentiu o tocar dos lábios macios e quentes e automaticamente, suas bochechas ficaram vermelhas e então, retribuiu o beijo, colocou suas mãos no pescoço de Will e sentiu a sua alma explodir de um jeito que ele nunca tinha sentido antes. Byers pediu passagem com a língua e ele cedeu, a língua quente do menor explorou cada canto da boca de Mike, ficaram daquele jeito até o ar faltar e Wheeler cortou o beijo mordendo lentamente o lábio inferior de Byers.

- Nossa, isso foi... Nossa - Mike encostou sua testa na do garoto a sua frente e sorriu, seus olhos ainda se encontravam fechados.

- Nossa mesmo... - Will o olhou e sorriu de volta - Acredito que te odeio menos do que pensava - escondeu o rosto no pescoço de Mike.

- Eu sou um demônio, Will! - Mike empurrou carinhosamente o menor e fez ele o olhar.

- Me deixa te odiar menos do que eu pensava em paz - Mike tentou o olhar sério, mas acabou dando uma risada fraca.

- Isso é errado em tantos níveis - Michael se deitou na cama e Will acompanhou seus movimentos, deitando-se em seu peito, e abraçou o maior pela cintura - Eu preciso ir, você deve estar com sono - deixou um beijo calmo na cabeça de Byers.

- O que aconteceu com o "deixa eu cuidar de você"? - Will sorriu ao lembrar e levantou a cabeça para o olhar.

- O que aconteceu com o "eu nunca vou te perdoar, eu te odeio?" - Michael mostrou a língua e depois sorriu.

- Bom, eu ainda não te perdoei, mas você devia cuidar de mim, e não ir embora.

- E desde quando você precisa ser cuidado? - o maior arqueou uma das sobrancelhas.

- Só cala a boca - voltou a se acomodar no peito de Michael e fechou os olhos - Você sente falta de ser humano 24h por dia?

- Você não pediu para eu calar a boca? AI! - Will lhe deu um tapa em seu braço - Bom, eu sinto bastante.

- Você não pode ser salvo?

- Não, mesmo se eu pudesse, eles nunca deixariam isso acontecer - Mike suspirou cansado.

- Michael! - Will se sentou na cama e o olhou - Quem são "eles"?

- Voce não vai querer saber.

- Se eu te perguntei é porque eu quero saber... - o menor arqueou uma das sobrancelhas.

- Nossa, grosso! - fingiu indignação, mas o olhar de Will estava ameaçador, então olhou para um ponto qualquer na parede e suspirou. - Eles controlam tudo, inclusive a mim. Se eu te falar demais eu e você vamos estar encrencados - olhou novamente para Will com um olhar que causou arrepios no menor.

- Eles já te machucaram?

- Já, de um jeito que eu nunca vou esquecer, Will. Por isso eu estou morto...

- Por que eles te machucariam?

- Porque eu deixei meu lado humano me dominar demais - sua voz saiu em um sussurro que qualquer pessoa ali poderia ter sentido a sua dor - Por favor, não me pergunte mais sobre isso... - Byers acenou e se deitou novamente no peito do garoto.

- Então... Do que você mais sente falta desde que fico preso aqui?

- Dos meus amigos, de minha família...

Byers notou que Wheeler ainda estava um pouco abalado com o assunto de antes, então para não chatear mais o garoto apenas o abraçou e adormeceu novamente nos seus braços.

[...]

Jonathan estava novamente nos corredores, já eram basicamente 2:30 da manhã e lá estava o rapaz buscando todas as formas de sair dali. Voltou para o quarto atrás de comida, pegou sua mochila e procurou algo ali que poderia matar sua fome, infelizmente só tinha dois enlatados e três barrinhas de cereais. A comida estava acabando e tinha apenas uma garrafa de água...