Conta Pendente - Girafa

EPÍLOGO

GIZELLY BICALHO

1 ANO DEPOIS...

Acordei sentindo os raios de sol invadirem de forma intrusa no quarto. As atividades da noite anterior nos fizeram esquecer de fechar as cortinas, o que na hora não pareceu muito importante, mas agora era realmente incômodo.

Rafa ainda dormia pacificamente ao meu lado, seu sono de pedra nada perturbado pelos raios irritantes em seu rosto. Olhei para seu rosto sereno, transmitindo nada mais que tranquilidade enquanto dormia. Era quase inacreditável que estivéssemos aqui depois de tudo, um ano depois e as coisas ainda continuavam maravilhosas entre a gente.

Tinham dias difíceis, é claro. Um relacionamento é complicado, um relacionamento público muito mais, mas tentávamos ao máximo lembrar de tudo que construímos juntas ao longo de nossa pequena jornada e o que estava em jogo, então tudo ficava bem novamente.

- Por que cê tá sorrindo pro vento com essa cara de boba? -a voz da Rafa soou baixinha ao meu lado, seu tom ainda rouco pelo sono.

- Achei que era um consenso geral que eu tenho essa cara de abobalhada. -brinquei e sorri, me inclinando um pouco para roçar meus lábios sobre os dela. -Bom dia, deusa!

- É também um consenso geral que essa sua cara de boba é a mais linda do mundo todinho. -Rafa disse rindo. -Bom dia, Titchela.

Eu amava a sensação de tê-la por perto, de conviver com ela, de poder amá-la. Qualquer tempo que tivéssemos livres passávamos assim, juntas. A saudade era diretamente proporcional ao tempo que tínhamos, quanto mais ela ficava por perto, mais eu sentia sua falta quando ela tinha que ir.

- Onde você tá indo? -Perguntei quando ela se ergueu com seu corpo gloriosamente nu. - Volta pra cama, Rafaella.

- Cê tá esquecendo que dia é hoje? A gente tem que correr pra deixar tudo no ponto. -resmunguei lembrando que hoje era quando tudo começava. - A noite foi tão boa assim que cê perdeu a noção do tempo?

Sorri maliciosamente para mulher ainda de pé à minha frente. Sim a noite tinha sido maravilhosa, assim como a tarde e o dia anterior também. Tivemos que adiantar alguns compromissos para conseguir ter o fim de semana livre para o evento da Brahma na chácara que Rafa tinha alugado e isso fez com que passar mais dias longe uma da outra do que estávamos acostumadas.

- Sendo assim a gente precisa se apressar, né? -levantei também, parando com o corpo bem próximo a ela. - Que tal se a gente tomar um banho juntas pra agilizar o processo?

Rafa apenas sorriu para mim, me puxando pela mão em direção ao banheiro. Mal passamos pela porta e sua boca já estava na minha, seu corpo prensando o meu na parede do box pelo lado de fora, a sensação do vidro frio contra meu corpo quente me fazendo arrepiar.

Meu desejo por ela parecia que nunca era saciado completamente, eu amava e adorava cada centímetro do corpo dessa mulher, nunca me acostumaria com a sensação de tê-la em mim e para mim.

Quando finalmente entramos no box, Rafa ligou o chuveiro e o jato de água quente nos atingiu. Suas mãos estavam por todas as partes do meu corpo, seus dentes mordendo levemente meu lábio inferior e então se direcionando para meu queixo e pescoço, alternando entre beijos e mordidas.

Nossos seios se tocavam, enviando um arrepio gostoso pela minha espinha, me fazendo apertá-la mais contra meu corpo, como se já não estivéssemos grudadas o suficiente. Estávamos a pouco tempo ali e cada pedaço de mim já pegava fogo por ela, ardendo nas chamas do meu próprio desejo.

- Eu nunca canso de te sentir assim, sabia? -murmurei ofegante, puxando sua boca para minha mais uma vez.

- Minha. -ela sussurrou ainda no nosso beijo, sua mão direita deslizando sobre meu corpo, sem enrolar muito, chegando onde eu mais ansiava por ela. - Eu te amo, Gizelly.