Capítulo 11 - Sua Presença

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Gizelly Bicalho -

A exaustão começou a tomar conta do meu corpo, mesmo com o clima frio da cidade, eu podia sentir o suor grudando na minha pele. Fechei os olhos por um momento, apreciando a sensação e o calor da mulher ao meu lado. Não tinha ideia de quanto tempo havia passado, as horas pareciam ter congelado no momento em que entrei aqui. Senti o toque suave de uma de suas mãos sobre meu rosto, acariciando devagar.

-Num dorme agora não. -ela pediu em um sussurro enquanto continuava as carícias pelo meu rosto.

-Rafa, você me cansou! -ela riu baixinho, deixando um beijo singelo sobre os meus lábios. -Me deixa descansar, vai.

Embora tivesse dito isso, abri os olhos para poder olhá-la, queria aproveitar a proximidade pra me perder em meio aquelas orbes verdes que hipnotizavam.

-Eu não quero perder nenhum momento ao seu lado. -Rafa disse parecendo envergonhada. -Mesmo que seja dormindo.

No fundo eu a entendia, não queria ficar longe, não queria que nada se perdesse. A sensação de estarmos próximas era maravilhosa e viciante. Se eu parasse pra pensar por um momento, não haveria nenhum lugar no mundo que eu preferiria estar agora além dos braços dela.

-A libriana que habita em mim não consegue ouvir esse tipo de coisa, Rafaella. -digo me aconchegando no seu abraço e descansando a cabeça entre o vão do seu ombro e pescoço. -Estou completamente viciada em você.

Acabei não dormindo realmente, embora tenhamos ficado caladas a maior parte do tempo. A respiração dela me acalmava e o carinho leve que fazia sobre o meu cabelo me deixava apaixonada. Vez ou outra falávamos algo que julgávamos importante, mas apenas ficamos ali. Aproveitando a presença uma da outra, curtindo aquele momento incrível.

-Cê quer comer alguma coisa? -ela perguntou depois de um tempo em silêncio. -o jantar deve tá completamente frio agora, mas posso esquentar.

-Minha barriga roncou só de imaginar. -assim que falei Rafa tentou se levantar, mas segurei ela no lugar. -Espera, mais cinco minutinhos e levantamos juntas.

Após mais alguns minutos na mesma posição, resolvemos levantar. Colocamos nossas lingeries, mas Rafa me deu um blusão para que eu ficasse mais confortável sem o vestido apertado, fazendo o mesmo. Caminhamos em meio a risadas até a sala de jantar e começamos a nos preparar pra comer.

A morena tomou seu vinho branco enquanto eu bebia minha verdinha tão amada, enquanto degustávamos a comida que ela havia encomendado para o nosso jantar. O clima era leve e vez ou outra eu soltava um comentário bobo que fazia Rafa morrer de rir.

-Titchela, eu nunca vou ser capaz de me manter séria na sua presença. -ela disse recuperando o fôlego depois de uma onda de gargalhadas. -Sempre foi assim, quando sai do programa todo mundo comentava o quanto eu ria das suas palhaçadas.

-Tá me chamando de palhaça, Rafinha? -perguntei fingindo uma indignação inexistente. -Certeza que te conquistei pelo humor.

Seus olhos percorreram o meu corpo, ao mesmo tempo que ela mordeu o lábio inferior, me deixando quente em automático. O sorriso safado que se formou em seus lábios denunciava seus pensamentos.

-Talvez o humor tenha sido mesmo uma parte da conquista. -ela concordou.

Aquilo me deixou realmente intrigada. Nossa relação tinha fluido tão naturalmente de amizade para romance que as vezes eu me pegava pensando em que ponto as coisas haviam mudado.

Conta Pendente - GirafaOnde histórias criam vida. Descubra agora