Capitulo 3- Meu Riso É Tão Feliz Contigo...

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Rafa Kalimann -

Acordei com a claridade batendo no rosto, mais uma noite em que eu deitava e esquecia de fechar a cortina. Parecia que eu estava no quarto céu outra vez. Ouvi um ressoar ao meu lado e um suspiro longo. Procurei a fonte do ruído e me deparei com a Gi dormindo pela tela do meu celular.

A gente realmente tinha dormindo juntas.

Encarei a tela por alguns minutos, o rosto tranquilo e sereno dela me transmitia paz. Era engraçado, porque eu nunca esperei que criaríamos uma ligação tão forte, uma amizade tão sincera. No entanto, quanto mais os dias se passavam, mais estávamos conectadas.

Depois dos primeiros dias, evitamos muita exposição, não queríamos o peso da mídia em cima da nossa amizade, nem alimentar nenhuma imaginação. Não estávamos aqui pra isso, nossa conexão era algo muito nossa e íntima. Era como se quiséssemos proteger o que tínhamos a todo custo.

Encerrei a ligação, precisava seguir com o meu dia que seria super corrido e estava tranquila por saber que ela tinha conseguido descansar.

"Espero que seja um bom dia quando cê acordar. Obrigada pela companhia, Titchela!" Digitei de forma rápida antes de levantar.

Tinha algumas fotos pra fazer, algumas parcerias pra fechar e uma vídeo conferência com minha mãe e Marcella com alguns patrocinadores. Seria uma correria só.

Os afazeres foram tomando conta do meu dia e o cansaço começava a se instalar quando o fim de tarde foi caindo. Precisava comer urgentemente, mas meu celular continuava a todo vapor enquanto eu resolvia os últimos detalhes do dia.

Minha mãe, após a conferência, já se encontrava a caminho de casa e isso aquecia meu coração, não gostava de ficar naquela casa tão grande sozinha. Tato, Soso e minha cunhada estavam de volta ao apartamento deles e os dias de família grande em casa haviam terminado por enquanto.

Ela chegaria daqui a algumas horas e resolvi que cozinhar seria um bom passa tempo e ainda relaxante.

Enquanto preparava os cardápio da noite, fiz uma chamada de vídeo rápida com Manu, a saudade apertando e a vontade de ter uma companhia que evitasse o sentimento de solidão.

"Eu tenho certeza que cê comeria isso até lamber os beiços, minha fia!" Ela riu confirmando, após eu dizer qual o prato estaria fazendo para o jantar.

"Não tenho a menor dúvida sobre isso. Que saudade da sua comida, acho que vou passar uns tempos na sua casa! Podemos levar a Titchela também? Assim eu posso comer a comida das minhas duas cozinheiras favoritas no mundo!" Manu riu, e eu joguei alguns ingredientes numa frigideira para refogar.

"Seria o quartinho céu todo de novo. Que saudade!" Nós duas suspiramos saudosas, era muito difícil desapegar daquela rotina. "A Gi sente tanta saudade quanto a gente."

Sei que elas se comunicavam bastante também, apesar da vida corrida. Mais uma vez no dia me peguei desejando que toda essa situação se resolvesse logo pra que a gente possa se reencontrar, assim como havíamos combinado tantas vezes.

"Vocês estão bem próximas, né? Fico feliz. A Titchela é uma pessoa tão legal, ela merece tudo de incrível que vem acontecendo!"

"Ela realmente é. A Gi ainda vai ser muito recompensada por ser essa mulher tão maravilhosa, os frutos que ela vai colher serão todos bons." Manu deu uma risadinha, seu rosto sapeca denunciando que ela estava segurando algo antes de falar. "O quê que cê tá rindo, Maria Manoela?"

"As girafinhas vão a loucura!" Ela zombou, ainda rindo. "Não deixa ninguém te ouvir falando assim, que já vão marcar o casamento de vocês."

Conta Pendente - GirafaOnde histórias criam vida. Descubra agora